domingo, 23 de junho de 2013

O grito dos incluídos.


(clique no título acima para ver a postagem completa)
Muita coisa já se disse sobre o as manifestações do Brasil nas duas últimas semanas.

Claro que não darei conta aqui de uma análise aprofundada do tema, mas quero falar um pouco sobre a postura da esquerda nos últimos anos e porque seu manifesto está sendo cooptado por conservadores e pela mídia golpista.

Os partidos de esquerda (PSOL, PSTU e PCO) sempre erraram na estratégia de bater no PT e desconsiderar os avanços sociais dos 10 anos de governo federal. Eles sempre puseram a luta anti-pt acima das pautas que fariam o próprio governo mudar de rumo.

Para mim, isso ficou ainda mais evidente com a questão da redução de tarifa. Foi a pauta que levou as pessoas às ruas e não o anti seja lá o que for.

No entanto, sejamos honestos e verdadeiros, foram esses mesmos partidos os que sempre se mantiveram nas ruas, lutando por mudanças e, por isso mesmo, as atitudes de impedir que seus militantes ergam suas bandeiras é autoritária e anti-democrática.

O impasse agora se deu porque o tiro saiu pela culatra. Como muitos sempre disseram, a postura anti-pt deles acabava sendo mais uma aproximação com a direita do que uma mudança nos rumos políticos do país. Infelizmente, isto está claro na corpo fascista que tem engrossado as manifestações.

Defendo que a esquerda deve pautar-se por lutas positivas para o povo. Sair às ruas para defender a reforma agrária, a remoção do Feliciano da Comissão dos Direitos Humanos, reforma política, redução da jornada de trabalho etc...
Por exemplo: diante do que aconteceu, cadê os movimentos exigindo a extinção da PM que, sabemos, é corrupta e genocida?

 O "Grito dos excluídos", que acontece todo ano, no 7 de setembro, é um exemplo de manifestação que precisa ganhar força.

A gente deve formar uma massa que exija essas lutas e deixar de fazer aquelas manifestações infanto-juvenis contra Reuni, contra bla bla bla...

Enquanto a esquerda ficar nos "contra" ela estará sim defendendo o mesmo que os outros "contras" defendem e, como na Espanha, o mais provável é o retorno dos conservadores ao comando do país.

Para finalizar, compartilho um vídeo filosófico do Deleuze sobre o que é ser de esquerda.



ADD:
algumas horas depois de escrever essa postagem vejo essa matéria. que boa noticia! a estrategia do MPL tá certíssima. Quero ver os reaças boys e patis irem no capão redondo e campo limpo.

"Depois de dizer que não iria convocar novos protestos neste momento, o Movimento Passe Livre São Paulo (MPL-SP) disse na tarde deste domingo (23) ao G1 que irá apoiar uma manifestação na próxima terça-feira (25) organizada pelos parceiros Periferia Ativa “Comunidade em Luta” e do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).
Em sua página na internet e em uma rede social, o MPL pede confirmação de presença no protesto e pede para o público divulgá-lo. A nova pauta de reivindicações inclui desmilitarização da polícia, investimentos na saúde e educação, controle no valor dos alugueis, redução do custo de vida, além da tarifa zero para o transporte público. O protesto está previsto para as 7h e terá dois pontos de concentração: no Metrô Capão Redondo e Largo do Campo Limpo.
“O que a gente divulgou é que a gente está apoiando o ato do MTST [Movimento dos Trabalhadores Sem Teto]. Agora a gente tem uma pauta ampla, a que mais nos diz respeito é a tarifa zero”, afirmou o estudante Caio Martins, de 19 anos, um dos líderes do movimento.
Depois de uma série de protestos, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Fernando Haddad (PT) revogaram o reajuste da tarifa do transporte público na última quarta-feira (19). A redução começa a valer a partir de segunda-feira (24). As passagens de trens, Metrô e ônibus voltam a custar R$ 3.
Na nota publicada no site, o movimento divulgou o seguinte texto: “Se antes diziam que baixar a passagem era impossível, a luta do povo provou que não é. Já derrubamos os 20 centavos. Podemos conquistar muito mais. O transporte só vai ser público de verdade quando não tivermos que pagar nenhuma tarifa para usá-lo.”
O movimento se reúne na tarde deste domingo para discutir o sistema do transporte público e a tarifa zero em três pontos fechados da cidade, nas regiões do Tatuapé, Largo Treze e Sumaré."