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quinta-feira, 19 de março de 2015

O velho barbudo tinha razão...

(clique no título acima para ver a postagem completa)


Sobre o último domingo 15 e o que ele representa.


Diego Riveira - O Homem na encruzilhada, 1934

Já se disse e se escreveu muito sobre as tentativas de golpes da direita, seja institucional (impedimento) ou militar. Também já foi bastante explorado a dificuldade em aceitar a derrota eleitoral, os interesses políticos por trás das manifestacoes e as diferencas de estilos entre os que apoiam o golpe e os que o rechacam.

Porém, pouco se disse até agora sobre o que ele representa simbolicamente.


Os novos cara pintadas de 2015 gostam de chamar os demais de esquerdistas, esquerdopatas e de falar contra o tal Karl MARX. Marx, que aliás, tem como base nos seus estudos a questao da LUTA de CLASSES.
 
E nao é que os críticos a esquerda estao exatamente fortalecendo a esquerda e as ideias de MARX?


A midia internacional divulgou amplamente ontem, 15, que as pessoas que estavam nas ruas eram, em sua grande maioria, brancas e mais velhas. Definiram o perfil dos ricos e, quem é minimamente conhecedor da situacao social sabe que pobres, negros e jovens sao a maioria da populacao brasileira. É claro que há negros ricos, brancos pobres ou jovens brancos nas manifestacoes de ontem. Mas sao exceções à lógica presente.


Sendo assim, e voltando a MARX, o que se ve é que o Brasil tem latente uma luta de classes. De um lado, os pobres e a classe media baixa e seus apoiadores que, muito mais politizadas que antigamente, gracas ao trabalho sistemático dos movimentos sociais como o MST, MTST, etc, saíram as ruas na sexta 13 para dizer: nao aceitaremos o golpe.

Do outro, uma grande parcela da populacao que clama pelo fim das politicas sociais que tem diminuido as diferencas sociais, tem dado direitos trabalhistas a quem nao tinha, como por exemplo, as domesticas, mas, por ser demasiado dificil dizer isso publicamente, travestem-se no discurso do combate a corrupcao e ao esquerdismo bolivariano (só gostaria de ver uma dessas pessoas definirem, sem interpretacoes o que é a esquerda e quais os ideais defendido por Simon Bolivar).

Ha ainda uma parcela grande da populacao que nao se manifestou em nenhum dos dois atos por ter o primeiro sido também travestido de apoio a democracia, mas que, no fundo, era para dar apoio ao grupo politico que está no comando do país.

O que me pergunto é: com a luta de classes agora explícita, elas e eles deste grupo conseguirão manter-se a margem do debate?

Neste sentido, acredito que os esquerdistas, como este que escreve, devem agradecer aos Mainardis, Jabores, Mervais, Bonners, Constantinos, etc, por fortalecer o discurso marxista evidenciando a luta de classes e permitindo que os "trabalhadores do mundo, uni-vos"(Karl Marx, manifesto do partido comunista).

domingo, 23 de junho de 2013

O grito dos incluídos.


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Muita coisa já se disse sobre o as manifestações do Brasil nas duas últimas semanas.

Claro que não darei conta aqui de uma análise aprofundada do tema, mas quero falar um pouco sobre a postura da esquerda nos últimos anos e porque seu manifesto está sendo cooptado por conservadores e pela mídia golpista.

Os partidos de esquerda (PSOL, PSTU e PCO) sempre erraram na estratégia de bater no PT e desconsiderar os avanços sociais dos 10 anos de governo federal. Eles sempre puseram a luta anti-pt acima das pautas que fariam o próprio governo mudar de rumo.

Para mim, isso ficou ainda mais evidente com a questão da redução de tarifa. Foi a pauta que levou as pessoas às ruas e não o anti seja lá o que for.

No entanto, sejamos honestos e verdadeiros, foram esses mesmos partidos os que sempre se mantiveram nas ruas, lutando por mudanças e, por isso mesmo, as atitudes de impedir que seus militantes ergam suas bandeiras é autoritária e anti-democrática.

O impasse agora se deu porque o tiro saiu pela culatra. Como muitos sempre disseram, a postura anti-pt deles acabava sendo mais uma aproximação com a direita do que uma mudança nos rumos políticos do país. Infelizmente, isto está claro na corpo fascista que tem engrossado as manifestações.

Defendo que a esquerda deve pautar-se por lutas positivas para o povo. Sair às ruas para defender a reforma agrária, a remoção do Feliciano da Comissão dos Direitos Humanos, reforma política, redução da jornada de trabalho etc...
Por exemplo: diante do que aconteceu, cadê os movimentos exigindo a extinção da PM que, sabemos, é corrupta e genocida?

 O "Grito dos excluídos", que acontece todo ano, no 7 de setembro, é um exemplo de manifestação que precisa ganhar força.

A gente deve formar uma massa que exija essas lutas e deixar de fazer aquelas manifestações infanto-juvenis contra Reuni, contra bla bla bla...

Enquanto a esquerda ficar nos "contra" ela estará sim defendendo o mesmo que os outros "contras" defendem e, como na Espanha, o mais provável é o retorno dos conservadores ao comando do país.

Para finalizar, compartilho um vídeo filosófico do Deleuze sobre o que é ser de esquerda.



ADD:
algumas horas depois de escrever essa postagem vejo essa matéria. que boa noticia! a estrategia do MPL tá certíssima. Quero ver os reaças boys e patis irem no capão redondo e campo limpo.

"Depois de dizer que não iria convocar novos protestos neste momento, o Movimento Passe Livre São Paulo (MPL-SP) disse na tarde deste domingo (23) ao G1 que irá apoiar uma manifestação na próxima terça-feira (25) organizada pelos parceiros Periferia Ativa “Comunidade em Luta” e do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).
Em sua página na internet e em uma rede social, o MPL pede confirmação de presença no protesto e pede para o público divulgá-lo. A nova pauta de reivindicações inclui desmilitarização da polícia, investimentos na saúde e educação, controle no valor dos alugueis, redução do custo de vida, além da tarifa zero para o transporte público. O protesto está previsto para as 7h e terá dois pontos de concentração: no Metrô Capão Redondo e Largo do Campo Limpo.
“O que a gente divulgou é que a gente está apoiando o ato do MTST [Movimento dos Trabalhadores Sem Teto]. Agora a gente tem uma pauta ampla, a que mais nos diz respeito é a tarifa zero”, afirmou o estudante Caio Martins, de 19 anos, um dos líderes do movimento.
Depois de uma série de protestos, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Fernando Haddad (PT) revogaram o reajuste da tarifa do transporte público na última quarta-feira (19). A redução começa a valer a partir de segunda-feira (24). As passagens de trens, Metrô e ônibus voltam a custar R$ 3.
Na nota publicada no site, o movimento divulgou o seguinte texto: “Se antes diziam que baixar a passagem era impossível, a luta do povo provou que não é. Já derrubamos os 20 centavos. Podemos conquistar muito mais. O transporte só vai ser público de verdade quando não tivermos que pagar nenhuma tarifa para usá-lo.”
O movimento se reúne na tarde deste domingo para discutir o sistema do transporte público e a tarifa zero em três pontos fechados da cidade, nas regiões do Tatuapé, Largo Treze e Sumaré."


segunda-feira, 29 de outubro de 2012

PSDB, só elitista vota!

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Basta olhar o grafico. Se o PT tem uma votação tão grande nas áreas mais pobres, será que o PSDB realmente trabalha para a melhoria da população e cuida de gente, como eles dizem?


 

domingo, 7 de outubro de 2012

Sem nenhuma surpresa, SP opta pela continuidade.

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É meu povo, quem achava que a cidade de São Paulo queria o novo se deu mal. Porque o resultado das eleições municipais de 2012 deixam claro que a população está feliz com a gestão Kassab. Do contrário o candidato da continuidade Jose Serra não teria conseguido os 30% dos votos que conseguiu.
Se você olhar o mapa de votos em 2008 e 2012 vai entender o que estou dizendo:



É verdade que a eleição de 2012 não está definida ainda e o candidato da mudança , Haddad, precisaria concentrar suas forças nas zonas Norte e Oeste, como Butanta, Tucuruvi, Lauzane e no sul, no Jabaquara. 
Mas pela história desta cidade desde que a eleição passou a ter dois turnos só contra um candidato muito rejeitado como Maluf ou Russomano o PT tem chances. Quando a direita conservadora, elitista, preconceituosa e racista se une, como irá se unir agora com Serra e Kassab fica difícil derrotá-los.
Resta saber até quando estas regiões vermelhas do mapa vão aceitar a repetição destes resultados passivamente, pois a cada eleição elas ficam mais abandonadas e mais problemáticas? 

 

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Às vezes, dá pena do paulistano.

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Tem dias que eu tenho raiva. Outros, pena de quem continua a morar em SP. Hoje é um desses dias.
Tenho lido a briga de foice, ou de bicos que está para se decidir os candidatos a prefeitura da capital.
Por enquanto, o único confirmado é o petista Fernando Haddad, candidato do ex-presidente Lula e que foi ministro da Educação dele. 
Os demais têem se movimentado nos bastidores para decidir quem apoia quem. Acho estranha a passividade da esquerda paulista em já articular uma campanha. Ivan Valente ou Gianazzi, ambos do PSOL, não mostraram as caras ainda e assim fica difícil criar uma alternativa numa cidade com a população do tamanho de um Estado.


Pela direita conservadora, muito provavelmente o candidato será o José Serra, o último derrotado na eleição presidencial e que tem contra ele as denúncias de desvio de dinheiro documentadas do livro A Privataria Tucana bem como o fato de ter abandonado a prefeitura e deixado de "presente" Kassab, o prefeito mais impopular desde Celso Pitta (que aliás foi seu chefe, pois Kassab foi secretário de Pitta).


E ainda terão pela frente Gabriel Chalita, PMDB, Netinho PC do B e Celso Russomano, da tchurma do Maluf (isso se ele mesmo não sair canditato também) , só que agora no PRB. Os três últimos, aliás, com grande penetração na periferia e no voto das pessoas mais simples, o que pode complicar a disputa.
O curioso é que com tantos nomes, se você perguntar a um paulistano quem você gostaria que fosse prefeito ou prefeita da cidade, muito provavelmente nenhum desses seria citado. Ou seja, é o completo distanciamento da política com o povo. Enquanto os partidos debatem, fazem acordos e costuram alianças, o povo não sabe de nada e quando souber, aí terá que escolher entre o "menos pior".
Agora o que me dá pena no dia de hoje é a quase certeza que Serra será novamente eleito. Isso porque o paulistano médio tem se tornado cada vez mais conservador e individualista e vê nele um representante dos privilégios adquiridos. Também me dá pena porque São Paulo vai continuar na contra-mão do Brasil, ou seja, enquanto o país e a maioria dos estados e cidades investem, crescem e melhoram as condições de vida de todas as classes sociais, a economia de São Paulo se retrai, as pessoas mais interessadas em melhorar o lugar onde vivem começam a se mudar para outras cidades, a população mais pobre vê suas moradias serem "acidentalmente" incendiadas, os artistas de rua são proibidos de trabalhar, a Controlar desvia dinheiro em nome de uma inspeção ambiental, etc, etc, etc. Tudo isso, com Serra, terá continuidade!
Ou desde já o paulistano cansado disso começa a se movimentar e dessa vez milita por um candidato diferente, ou Serra e a turminha do Kassab ficarão mais 4 anos destruindo essa que já foi a cidade modelo para o resto do país.


atualizando: antes que falem bobagem, se eu pudesse escolher meus cadidatos seria Erundina com Ivan Valente de vice.


 
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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Privatização é privatização.

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Não me venha com esse papo de que privatizar aeroportos é privatizar serviços e não recursos básicos à população. Privatizar é privatizar!
Ontem o PT se igualou ao PSDB.
Nessa toada, como no partido trabalhista na Inglaterra e outros por aí afora, tudo vira bosta!

 
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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Erundina: mandato

Ser cidadão é uma tarefa difícil, mas necessária. 
Uma de suas funções é acompanhar o poder público e, em especial, os deputados e senadores que você ajudou a eleger.
Como aqui eu fiz campanha para a Luiza Erundina, republico um resumo do seu atual mandato para quem, assim como eu, deu seu voto a ela.


A atuação da Deputada Federal Luiza Erundina no atual mandato

No atual mandato, a deputada Luiza Erundina participa de três Frentes Parlamentares, a Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito a Comunicação com Participação Popular, apelidada de#Frentecom, onde, busca-se debater em conjunto com a sociedade um novo Marco Regulatório da Comunicação, a Frente Parlamentar pela Reforma Política com Participação Popular, que, entre seus objetivos, estão o aumento do número de mulheres candidatas nos quadros dos partidos políticos e o seu conseqüente aumento da participação nas esferas de poder, além de prever alterações no atual sistema eleitoral.
A mais nova adesão está na recém lançada Frente Parlamentar em defesa do voto Aberto, criada com apretensão de pressionar a Presidência da Câmara a incluir na pauta da Casa, a proposta de emenda à constituição (PEC 349/01) que institui o voto aberto no plenário. A PEC está parada na Câmara desde setembro de 2006, quando foi aprovada em primeiro turno.
 Luiza Erundina esteve presente em diversos estados do país instalando a Frente Parlamentar pela Reforma Política nas conferências estaduais promovidas para discutir o tema. Na Câmara, atua sempre de forma significativa nas comissões em que faz parte. Na Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI), requereu uma audiência pública, em conjunto com outras comissões, para debater a Lei 84/1999, que tipifica os crimes na internet, com entidades e a sociedade civil. A deputada é suplente na Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM), cujas ações debateram o projeto de lei da Comissão da Verdade (PL 3736/2010) - criada com o intuito de elucidar os crimes cometidos no período da ditadura militar - apresentado pelo Governo e recém aprovado na Câmara, com ressalvas da própria em alguns pontos como, o longo período compreendido (1946-1988), o curto prazo de vida da comissão (2 anos) e em relação ao número de membros (apenas 7 membros).
Luiza Erundina, ainda é titular da Comissão de Legislação Participativa (CLP) - que neste ano completou 10 anos de existência - participou ativamente da sua criação, destinada a ser um canal por onde a sociedade organizada possa apresentar seus projetos de leis - foi a sua primeira presidente. É membro titular da Comissão Especial de Reforma Política, onde recebe as propostas elaboradas pela Frente Parlamentar, com pontos que merecem destaque no que se refere à discussão de uma nova proposta política e eleitoral para o Brasil.

terça-feira, 31 de maio de 2011

István Mészáros no Brasil

Quem puder Vá!
Uma das melhores coisas que já lí na área de educação foi o livro dele "A Educação Para além do Capital" (clique aqui e leia a resenha do livro)

Programação completa
08/06 | 19h30 - São Paulo (SP)
Teatro TUCA - PUC-SP
R. Monte Alegre, 1024 - CEP 05014-001, Perdizes - Tel. (11) 3670-8458
Realização: APROPUC, NEPEDH, NEHTIPO, Boitempo Editorial
Apoio: PUC-SP, TUCA
13/06 | 18h30 - Salvador (BA)
II Encontro de São Lázaro - FFCH UFBA
Para mais informações e inscrição, visite www.ffch.ufba.br
Estrada de São Lázaro, 197 - CEP 40210- 730, Federação - Tel. (71) 3283-6431
Realização: FFCH UFBA, IPS, Boitempo Editorial
16/06 | 19h - Fortaleza (CE)
Mercado dos Pinhões
Praça Visconde de Pelotas - CEP 60110-210 - Tel. (85) 3105-1569
Realização: Prefeitura de Fortaleza, Universidade Federal do Ceará, Escola Nacional Florestan Fernandes, Boitempo Editorial
20/06 | 18h - Rio de Janeiro (RJ)
Auditório 11 - UERJ (Campus Maracanã)
Rua São Francisco Xavier, 524 - CEP 20550-013, Maracanã - Tel. (21) 2334-0890
Realização: PPFH/UERJ, Flacso, LEMA-UFRJ, ADUFRJ, Boitempo Editorial

terça-feira, 29 de março de 2011

Encontro com Milton Santos

Encontrar com Milton Santos é sempre um privilégio. Digo isso porque tenho algumas pessoas em minha vida que dizem admirar o fato de que sonho um mundo diferente e faço o que posso para isso.

Não é nada perto do que este homem fez.Não à toa, ele é hoje a referência acadêmica de dez entre dez cursos e ongs que querem mudar o mundo.


Veja aqui um pedaço e baixe o filme completo.



download do filme completo:
http://www.megaupload.com/?d=6CDIMPTI


Aproveite e clique em mais informações para ler o texto do Cineasta Silvio Tendler sobre os 10 anos sem MS






Silvio Tendler

No inicio de 2001 entrevistei o professor Milton Santos. A riqueza do depoimento do geógrafo me obrigou a transformá-lo no filme "Encontro com Milton Santos ou o mundo global visto do lado de cá". Lá pelas tantas o professor critica a "neutralidade" dos analistas econômicos dizendo que eles defendiam os interesses das empresas que serviam.
Dez anos depois o cineasta Charles Ferguson em seu magnífico filme "Inside Job" esmiúça em detalhes a fala de Milton Santos e revela a promiscuidade nos Estados Unidos entre bancos, governo e universidades. Revela a ciranda entre universitários que servem a bancos e empresas financeiras, vão para o governo, enriquecem nesse trajeto, não pagam impostos, escrevem pareceres milionários para governos estrangeiros induzindo a adotarem políticas que favoreçam o sistema financeiro internacional. Quebram aplicadores e fundos de pensão incentivando a investirem em papéis, que já sabiam, com antecedência, micados. E quando são demitidos das instituições financeiras partem com indenizações milionárias. Acertadamente este filme ganhou o Oscar de melhor documentário de 2011.
Na outra ponta da história está o filme "Biutiful" do Mexicano Alezandro Gonzalez Iñarritu, rodado em Barcelona e narra a vida dos fodidos, das vitimas do sistema financeiro internacional: africanos e chineses que vão para a Espanha para escapar da fome e do desemprego e se submetem a condições de vida sub-humanas. O trabalho do ator Javier Bardem rendeu o prêmio de melhor ator do Festival de Cannes de 2010.
São filmes para ninguém botar defeito e desconstroem as perversidades do mundo em que estamos vivendo.
Em discurso recente em Wisconsin, solidário aos trabalhadores que lutam contra novas gatunagens, o colega estadunidense Michael Moore declarou:
"Vou repetir. 400 norte-americanos obscenamente ricos, a maior parte dos quais foram beneficiados no ‘resgate’ de 2008, pago aos bancos, com muitos trilhões de dólares dos contribuintes, têm hoje a mesma quantidade de dinheiro, ações e propriedades que tudo que 155 milhões de norte-americanos conseguiram juntar ao longo da vida, tudo somado. Se dissermos que fomos vítimas de um golpe de estado financeiro, não estamos apenas certos, mas, além disso, também sabemos, no fundo do coração, que estamos certos.
Mas não é fácil dizer isso, e sei por quê. Para nós, admitir que deixamos um pequeno grupo roubar praticamente toda a riqueza que faz andar nossa economia, é o mesmo que admitir que aceitamos, humilhados, a ideia de que, de fato, entregamos sem luta a nossa preciosa democracia à elite endinheirada. Wall Street, os bancos, os 500 da revistaFortune governam hoje essa República – e, até o mês passado, todos nós, o resto, os milhões de norte-americanos, nos sentíamos impotentes, sem saber o que fazer".
E arrematou com maestria e indignação:
"...Falei com o meu coração, sobre os milhões de nossos compatriotas americanos que tiveram suas casas e empregos roubados por uma classe criminosa de milionários e bilionários. Foi na manhã seguinte ao Oscar, na qual o vencedor de melhor documentário por "Inside Job" estava ao microfone e declarou: "Devo começar por salientar que, três anos depois de nossa terrível crise financeira causada por fraude financeira, nem mesmo um único executivo financeiro foi para a cadeia. E isso é errado. "E ele foi aplaudido por dizer isso. (Quando eles pararam de vaiar discursos de Oscar? Droga!)"
Esse ano celebramos os dez anos da morte do professor Milton Santos. Quem quiser ler "Por uma Outra Globalização" do Professor Milton Santos encontrará um diagnóstico perfeito do processo de globalização que gestou as mazelas descritas em "Inside Job" e "Biutiful". Quem quiser reencontrá-lo em "Encontro Com Milton Santos ou O Mundo Global Visto do Lado de Cá", estará celebrando a vida e o pensamento de um dos maiores pensadores do Século 20, capaz de ter antecipado muito do que estamos vivendo hoje. Sempre com seu sorriso nos lábios e o olhar que revelavam sua clarividência desde o primeiro momento em que começava a se manifestar.
Silvio Tendler é cineasta, diretor de Os anos JK, Jango Utopia & barbárie, entre outros documentários.
Crônica originalmente publicada na edição 420 do Brasil de Fato.






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domingo, 6 de fevereiro de 2011

Darwinismo Social

Muito bom esse artigo do Frei Betto sobre a relação entre a tragédia na região serrana do Rio de Janeiro onde mais de 800 pessoas morreram e a ainda não realizada reforma agrária no Brasil.
Leia sem pressa para entender melhor o seu país.




por Frei Betto 
A catástrofe na região serrana do Rio de Janeiro é noticiada com todo alarde, comove corações e mentes, mobiliza governo e solidariedade. No entanto, cala uma pergunta: de quem é a culpa? Quem o responsável pela eliminação de tantas vidas?
Do jeito que o noticiário mostra os efeitos, sem abordar as causas, a impressão que se tem é de que a culpa é do acaso. Ou se quiser, de São Pedro. A cidade de São Paulo transbordou e o prefeito em nenhum momento fez autocrítica de sua administração. Apenas culpou o excesso de água caída do céu. O mesmo cinismo se repetiu em vários municípios brasileiros que ficaram sob as águas.
Ora, nada é por acaso. Em 2008, o furacão Ike atravessou Cuba de Sul a Norte, derrubou 400 mil casas, deu um prejuízo de US$ 4 bilhões. Morreram 7 pessoas. Por que o número de mortos não foi maior? Porque em Cuba funciona o sistema de prevenção de catástrofes naturais. No Brasil, o governo promete instalar um sistema de alerta… em 2015!
O ecocídio da região serrana fluminense tem culpados. O principal deles é o poder público, que jamais promoveu reforma agrária no Brasil. Nossas vastas extensões de terra estão tomadas pelo latifúndio ou pela especulação fundiária. Assim, o desenvolvimento brasileiro se deu pelo modelo saci, de uma perna só, a urbana.
Na zona rural faltam estradas, energia (o Luz para Todos chegou com Lula!), escolas de qualidade e, sobretudo, empregos. Para escapar da miséria e do atraso, o brasileiro migra do campo para a cidade. Assim, hoje mais de 80% de nossa população entope as cidades.
Nos países desenvolvidos, como a França e a Itália, morar fora das metrópoles é desfrutar de melhor qualidade de vida. Aqui, basta deixar o perímetro urbano para se deparar com ruas sem asfalto, casebres em ruínas, pessoas que estampam no rosto a pobreza a que estão condenadas.
Nossos municípios não têm plano diretor, planejamento urbano, controle sobre a especulação imobiliária. Matas ciliares são invadidas, rios e lagoas contaminados, morros desmatados, áreas de preservação ambiental ocupadas. E ainda há quem insista em flexibilizar o Código Florestal!
Darwin ensinou que, na natureza, sobrevivem os mais aptos. E o sistema capitalista criou estruturas para promover a seleção social, de modo que os miseráveis encontrem a morte o quanto antes.
Nas guerras são os pobres e os filhos dos pobres os destacados para as frentes de combate. Ingressar nos EUA e obter documentos legais para ali viver é uma epopeia que exige truques e riscos. Mas qualquer jovem latino-americano disposto a alistar-se em suas Forças Armadas encontrará as portas escancaradas.
Os pobres não sofrem morte súbita (aliás, na Bélgica se fabrica uma cerveja com este nome, Mort Subite). A seleção social não se dá com a rapidez com que as câmaras de gás de Hitler matavam judeus, comunistas, ciganos e homossexuais. É mais atroz, mais lenta, como uma tortura que se prolonga dia a dia, através da falta de dinheiro, de emprego, de escola, de atendimento médico etc.
Expulsos do campo pelo gado que invade até a Amazônia, pelos canaviais colhidos por trabalho semiescravo, pelo cultivo da soja ou pelas imensas extensões de terras ociosas à espera de maior valorização, famílias brasileiras tomam o rumo da cidade na esperança de uma vida melhor.
Não há quem as receba, quem procure orientá-las, quem tome ciência das suas condições de saúde, aptidão profissional e escolaridade das crianças. Recebida por um parente ou amigo, a família se instala como pode: ocupa o morro, ergue um barraco na periferia, amplia a favela.
E tudo é muito difícil para ela: alistar-se no Bolsa Família, conseguir escola para os filhos, merecer atendimento de saúde. Premida pela sobrevivência, busca a economia informal, uma ocupação qualquer e, por vezes, a contravenção, a criminalidade, o tráfico de drogas.
É esse darwinismo social, que tanto favorece a acumulação de muita riqueza em poucas mãos (65% da riqueza do Brasil estão em mãos de apenas 20% da população), que faz dos pobres vítimas do descaso do governo, da falta de planejamento e do rigor da lei sobre aqueles que, ansiosos por multiplicar seu capital, ignoram os marcos regulatórios e anabolizam a especulação imobiliária. E ainda querem flexibilizar o Código Florestal, repito!

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Explorar idosos: uma das marcas do capitalismo

Depois as pessoas não entendem porque sou anti-capitalista.
É abominável a maneira como as empresas se planejam para sobreviver a custa da ignorância das pessoas.
Tenho uma avó que não entende muito
de questões tecnológicas e nem de planos de assinatura.

Frequentemente ela recebe ligações querendo convencê-la a mudar de plano do seu celular, a adquirir um cartão de crédito ou a incrementar seu plano da net.

E como todos que um dia já tentaram cancelar uma assinatura sabem, os telemarketings são treinados a insistir e convencer, as vezes até pelo constrangimento que muitos brasileiros têem em dizer NÃO, a pessoa a fazer o que ele está dizendo ser melhor para ela.

E assim, as empresas sobrevivem.

Hoje foi a VIVO quem ligou aqui em casa para que minha avó mudasse de plano.

Eu só pude dizer a ela:
Você acha que alguma empresa vai te ligar para oferecer algo onde ela ganhe menos dinheiro com você?

Daí vem as leis, que no Brasil não funcionam. Deveria existir uma maneira de proibir e punir que qualquer pessoa acima de uma certa idade fosse abordada por vendedores via telefone.

Também não podemos nos esquecer dos milhões de brasileiros que têem telefone e são constantemente instigados nas propagandas das novelas e dos programas da tarde a consumir, consumir e consumir, mas não possuem o mínimos de instrução para saber se o que o vendedor está dizendo é realmente bom para ele.

E assim sobrevivem as empresas. E assim é o capitalismo: movimentar a máquina do capital utilizando-se da exploração da ignorância e boa fé das pessoas.

Por isso: sou de esquerda sim (clique aqui para ver mais).

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Poder para o povo.

Sabes, no fundo eu sou um sentimental
Todos nós herdamos no sangue lusitano uma boa dose de lirismo (além da Sifilis claro...)
Mesmo quando as minhas mãos estão ocupadas em torturar, esganar,trucidar
Meu coração fecha aos olhos e sinceramente chora...


Meu coração tem um sereno jeito
E as minhas mãos o golpe duro e presto
De tal maneira que, depois de feito
Desencontrado, eu mesmo me contesto
Se trago as mãos distantes do meu peito
É que há distância entre intenção e gesto
E se o meu coração nas mãos estreito
Me assombra a súbita impressão de incesto
Quando me encontro no calor da luta
Ostento a aguda empunhadura à proa
Mas o meu peito se desabotoa
E se a sentença se anuncia bruta
Mais que depressa a mão cega executa
Pois que senão o coração perdoa



Quer saber mais? (leia aqui)

sábado, 10 de abril de 2010

E quem é de direita?

Dias atrás escrevi aqui no Blog o que é ser de esquerda e porque me considero de esquerda (leia aqui).
Agora, passo à vocês a introdução e o link do Blog do Emir. Veja o que temos pela frente.

Serra é o candidato da direita (outras postagens sobre isso aqui)

Fracassado Collor – em cujo governo os tucanos se preparavam para entrar -, FHC assumiu a heranca do projeto neoliberal no Brasil. Norteou-se por seus mentores, Mitterrand e Felipe Gonzalez, e achou que se daria bem sendo seu continuador no Brasil, que era a a via que lhe restava para realizar seu sonho de ser presidente. leia mais

domingo, 14 de março de 2010

Sou de esquerda sim!

(clique na imagem para lêr a charge)

Muitas vezes a gente ouve dizer que uma pessoa é de esquerda, ou um partido político é de esquerda.



Mas fico me perguntando se as pessoas sabem o que quer dizer ser de esquerda?


Porque, na minha opinião as pessoas confundem ser de esquerda com ser de um partido ou ser de um momento histórico do século XX.


Eu me considero de esquerda porque ser de esquerda é acreditar num mundo onde é injusto passar fome, ter pouca instrução ou viver em condições sanitárias abaixo do que um ser-humano pode agüentar.


E para que isso tudo não ocorra, é preciso delegar a um governo eleito pela maioria um poder de realizar as condições para que todos tenham as mesmas oportunidades.


E ser de direita é se preocupar apenas com seus próprios interesses e agir de maneira a prejudicar outra pessoa tirando dela o direito de ter as mesmas coisas que você na vida.


E você, é de direita ou de esquerda?

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Direitos humanos em debate

Quem acompanha as notícias pela televisão e pelos jornalões tradicionais (Folha/uol, Estadao ou Globo) deve ter ouvido ou lido sobre o novo Programa Nacional de Direitos Humanos. Ouvido mal, é verdade. O noticiário todo distorcido nos faz pensar que Lula fez bobagem.
Talvez seja interessante buscar novas informações para tirar sua própria conclusão. 
Segue trecho do sítio Brasil de Fato e link para a matéria completa:


A crítica que tem tido mais atenção é a dos militares. As Forças Armadas e o ministro da Defesa Nelson Jobim condenaram a criação da Comissão Nacional da Verdade, alegando que ela visa punir os militares na ditadura, sem investigar as ações da esquerda armada no período. “Esse argumento [de que a esquerda não será punida] demonstra absoluta ignorância da Lei de Anistia. Na verdade, todos os opositores que pegaram em armas, com raras exceções, foram presos, mortos e torturados. E grande parte de seus cadáveres estão desaparecidos. Aqueles que mataram, torturaram e estupraram em nome do governo não cometeram atos violentos? O sequestro e a tortura são ou não são um terrorismo de Estado?”, questiona o jurista Fábio Konder Comparato.


link - A história verdadeira e justa