segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Zeca Camargo: "Rita Lee pode dizer o que quiser"

(clique no título acima para ver a postagem completa)
do g1

Raras vezes fiquei tão feliz por ter me tornado um jornalista musical quanto nas oportunidades que tive de entrevistar Rita Lee. E elas foram várias – desde o tempo em que eu era um repórter num jornal mesmo, de papel (acredite: houve uma época onde as pessoas se informavam desse jeito!), na “Folha de S.Paulo”, até mais recentemente no programa que hoje apresento (“Fantástico”), passando, claro, por incontáveis encontros dos meus idos tempos de MTV. Não me lembro de Rita ter me decepcionado em nenhuma dessas vezes. E não digo isso por simples deslumbramento.

Sempre fui fã assumido de Rita. Por questão de uma geração, minha introdução ao seu trabalho não foi pelos Mutantes – banda que fui conhecer justamente depois de já muito admirar seu trabalho solo, pois ainda era criança quando eles estavam no auge – mas pela sua carreira solo. Dela, só tenho boas lembranças. “Tutti frutti” foi uma espécie de analgésico que me ajudou a atravessar a adolescência – e mesmo na sua fase mais pop, onde boa parte do seu público “antigo” começou a desconfiar da credibilidade de Rita (ao mesmo tempo em que uma audiência ainda maior ia sendo conquistada com sucessos como “Lança perfume”, “Saúde”, “Desculpe o auê” e quejandos), eu continuava um admirador fiel.

Se alguém vier falar mal de “Caso sério”, “Ôrra meu” e “Atlântida”, entre outros sucessos duvidosos, vai arrumar confusão comigo. (Podemos até argumentar que a “Rita dos anos 70” – de “Jardins da Babilônia”, “Eu e meu gato”, “Papai me empresta o carro”, “Doce vampiro”, “Mania de você”, e, claro, todo o “Fruto proibido” – tinha uma outra pegada, mas isso seria levar a discussão que quero levantar para outro canto, e sobretudo hoje não posso divagar…).

Levanto toda essa bola para tentar passar para você a dimensão do que significava para mim entrevistar Rita Lee. E não apenas da primeira vez que isso aconteceu, mas em todas as entrevistas que fiz com ela. Ser chamado por alguém que sempre foi uma referência tão forte para mim de “Zequinha”, como acabou acontecendo com o passar dos anos, era não apenas um sinal de intimidade – conquistada justamente nesses encontros –, mas um discreto elogio não-intencional: era como se Rita tivesse me dado a honra de fazer parte de um círculo muito exclusivo de pessoas que ela resolvia chamar por um diminutivo carinhoso. Coisas de um fã que de repente vira repórter e às vezes não sabe direito qual de seus dois lados é mais forte…

Por uma amiga em comum – Mônica Figueiredo, que foi minha diretora na “Capricho”, em meados dos anos 90 – tive ainda a chance de conhecer Rita mais de perto. A amizade das duas vinha de outras décadas – e eu, que era não apenas um editor-chefe dedicado, mas também um admirador de Mônica, peguei uma deliciosa (e frutífera) “carona” nesse convívio. O que só reforçou toda o amor e o respeito que eu tinha por Rita Lee.

De tantas coisas que ela tem para se tirar o chapéu, talvez a que mais me encanta até hoje é sua honestidade. Rita usou essa carta na manga durante toda sua vida – e não apenas em sua música. Em todas as entrevistas que fiz com ela, era isso que mais que encantava: para câmera (ou apenas para o repórter), ela dizia o que pensava – mesmo que fosse uma revelação que pudesse pesar contra ela. Entre tantas passagens assim, lembro-me de umas boas que saíram de uma ocasião em 2004 – um feliz encontro em que Rita estava extremamente à vontade.




Alguns pontos altos:

“Eu experimentei Botox outro dia… Ficou mais leve, mas o combinado era eu ficar parecida com a Gisele Bündchen”.

“Me colocaram um pino de titânio – eu tenho um lado bem tortinho aqui, ó – mas eu gosto dele…”.

“Deixa cair… tá bom… eu não posso reclamar… depois de tudo que eu fiz Zequinha, meu filho…”.

Como não gostar de uma mulher assim? Todas essas frases, porém – e todas as outras que já ouvi (direta ou indiretamente) Rita dizer – ficaram menores quando, no sábado passado, durante o que foi anunciado como seu “show de despedida dos palcos”, Rita Lee disse o seguinte:

“Vocês não têm o direito de usar a força na meninada – que não tá fazendo nada! Cadê o responsável, eu quero falar! Esse show é meu, não é de vocês! Esse show é minha despedida do palco, e vocês continuam tendo que guardar as pessoas – não agredir. Seus cachorros – coitados dos cachorros…”.

A, hum, “colocação” não foi dita, claro, em uma entrevista íntima, mas diante de uma plateia de milhares de sergipanos (o show foi em Aracaju), que foi surpreendida pelo que parecia ser uma revista de policiais à procura de drogas. Rita – que, como ela mesma disse então, é do tempo da ditadura, ficou deveras incomodada com o que ela julgou ser truculência na ação – para não falar da arbitrariedade da própria atitude. (Já imaginou se o mesmo “choque de ordem” fosse determinado em outros tantos shows e festivais que agora acontecem no Brasil? De destino obrigatório para artistas em ascensão e já consagrados, passaríamos à escala a ser evitada – para não dizer “motivo de piada” anacrônica – para o melhor da música atual. Mas eu, enfim, divago…). Diante do que via, Rita não se conteve – soltou o verbo.

Seu discurso foi bem maior – e bem mais forte – do que o breve trecho que citei acima. Além dessa reportagem que você pode conferir aqui mesmo no G1, não é nada difícil encontrar na própria internet dezenas de outros registros (alguns até mais completos) de seu discurso. Mas nem é preciso analisar muito seu texto para entender porque o protesto de Rita – que com propriedade impecável insistia: “Esse show é meu, não é de vocês!” – fez com que ela fosse detida pela própria polícia. “Cachorros”, a bem dizer, foi a palavra mais “carinhosa” que ela usou para criticar os homens da lei. Talvez se ela tivesse ficado por aí, a confusão teria sido abafada. Mas aí Rita mandou um “filhos da puta”. E pronto…

Em seu depoimento oficial, Rita Lee disse que agiu movida pelo “calor das emoções” – certamente um resumo bem vago para definir a somatória de todas as experiências de cantora nessa sua trajetória de anos – de fato, ela passou por toda a montanha-russa de mudanças políticas e sociais, que toda uma geração (talvez duas), que hoje faz o que quer (seja num show de rock, no meio de uma multidão, ou no quintal da sua casa, na frente de seus pais), nem desconfia que essa mesma liberdade teve que ser muito batalhada. E por gente como Rita Lee! Isso, como você pode imaginar, deixa uma marca nas pessoas. Do seu lado, a polícia de Sergipe soltou uma nota dizendo que não houve, naquela noite, nenhuma ação que justificasse “os insultos proferidos pela cantora Rita Lee durante sua apresentação”.

Observando apenas as imagens, não é muito simples decidir quem estava mais com a razão. O que me parece é que a situação criada tem muito pouco a ver com o que estava acontecendo em si, e mais com os registros de coisas passadas. Rita, como ela mesmo disse – e eu acabei de ressaltar aqui – tem sua cota de experiências com truculência militar e repressão de todo tipo na história de sua carreira (que, como toda boa roqueira, se confunde com sua própria história de vida). E a própria polícia – ainda que não especificamente de Sergipe (cujo passado específico desconheço) – sabe que tem na sua história momentos de exagero que em nada contribuíram para criar uma imagem positiva – não só com a geração de Rita, como com as que vieram depois dela. As duas coisas misturadas, numa noite de (citando Rita) fortes emoções, deu nisso!

Poderia ter sido apenas mais um capítulo de um longo livro – que felizmente nunca acabará de ser escrito – chamado: “It’s ony rock n’roll but I like it”. Mas a detenção de Rita ganhou, inevitavelmente uma repercussão nacional – e em mais de uma roda de conversa que participei neste domingo, dividiu opiniões. Como provoquei logo de início – ali acima, no título do post de hoje – eu acho sim que Rita Lee pode dizer o que quiser. Aliás, qualquer cidadão pode ter o direito de dizer o que quiser – até mesmo Rafinha Bastos. Não estou com isso, vale explicar, comparando os dois artistas, muito menos o conteúdo do que eles disseram (Rita na noite de sábado, e Rafinha na sua infeliz – e o que seria última – participação no “CQC”). O que é importante – e aí a analogia faz sentido – é que cada um que diz o que quer deve ter noção do peso de suas palavras. E eu não tenho nenhuma dúvida que Rita sabia exatamente o quanto as suas pesavam.

No contexto de tudo que foi dito, não vejo as palavras da cantora como uma provocação – mas sim uma reação. Não estou, de maneira alguma, desafiando eu também as autoridades, nem questionando o que define a sensibilidade desses profissionais (públicos, é bom lembrar) a ponto de considerar um ou outro ataque como “desacato”. A lei e suas interpretações estão aí para isso mesmo – e imagino que o processo vá se desenrolar nos próximos dias, como é de se esperar. O que quero mais hoje aqui é saber da sua opinião: Por tudo que ela representou esses anos todos para mim – e eu diria (sem medo de errar) até para o Brasil! -, eu digo mais uma vez: Rita Lee pode dizer o que quiser. Será que você colocaria um ponto de interrogação nessa frase?

Enquanto você pensa, deixa eu mandar um “correio elegante” para a Rita? Aqui vai: “Meu amor, justamente por episódios como os deste fim-de-semana que eu torço para que essa conversa de despedida dos palcos não seja a sério… Diz pra mim que você tá só dando uma de Frank Sinatra, vai? E que a gente ainda vai ter muitas e muitas chances de se despedir de você? Bejo!”.

O refrão nosso de cada dia: “The drugs don’t work”, The Verve.


Ok, eu admito: essa canção não é exatamente uma raridade – nem uma faixa obscura para a qual eu quero chamar sua atenção (como é o caso de boa parte das indicações que você conhece por aqui). Mas eu a ouvi por acaso neste fim-de-semana – e por uma (sempre) estranha associação de ideias, eu conectei uma das músicas mais bonitas do Verve (na verdade, uma das músicas mais bonitas que já foram feitas sobre degeneração e o fim inevitável que espera por todos nós – wow!), com os eventos descritos no post acima. Se você já a conhece (como eu acho que é o caso), aproveite para ouvi-la de novo. Se nunca a escutou, desculpe: ela vai fazer você chorar.

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Rita Lee!

(clique no título acima para ver a postagem completa) Eu ja era fã, agora ainda mais. É assim que tem que tratar pm no brasil!
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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

SP é coerente.

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51% dos paulistas (ainda bem que estou nos 49%) escolheram em 1º turno o governador da Opus Dei.
Pelo menos ele é coerente com sua ideologia ( e tem gente como a Soninha Francine que acha que não existem mais ideologias). Ta botando a polícia pra "trabalhar"!
Seu atual governo sempre está bombando na internet.
Primeiro espancam estudantes, plantam provas e conseguem rotular todos aqueles da USP que resolvem pensar e discordar do ditadorzinho reitor.
Depois, dor e sofrimento pra população que, na beira do abismo, encontrou no crack exatamente uma maneira de escapar da dor e do sofrimento cotidiano.
E agora, porrada no povo que mora há anos em terra de ninguem (ou melhor, na terra "ocupada" por um especulador libanes).
Realmente, São Paulo tem sido muito coerente!


extra no dia seguinte 25/01
veja esse video que ta rolando na net com um artista de rua e tire suas proprias conclusões.
eu ja to ficando bem cansado com esse tipo de atitude policial. pena que nós 49% não no juntamos e invadimos o "palacio" do governador.












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Carnaval: diversão ou preconceito?

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Há uns 15 anos atrás, eu odiava o carnaval. Por muitas razões:
- politica do pão e circo
-  machismo 
- adolescentes bebendo mais do que são capazes
- etc, etc, etc

Com o tempo fui percebendo que isso tudo era bobagem, principalmente porque era o tipo de carnaval que eu "vivia" que me fazia vê-lo assim: um jovem de classe média que vai pro litoral com os amigos e vê o carnaval pela televisão (rede globo).

Mas o carnaval brasileiro é muito mais do que isso. É um momento de catarse diante de tantas dificuldades que temos no dia-a-dia. É aquele período onde as pessoas se divertem sem compromisso com o politicamente correto e, que delícia, a sexualidade fica a flor da pele.

Além disso, é popular. Não o carnaval da mídia e seus camarotes vips, é claro. Mas o carnaval do povão que frequenta a quadra da escola durante meses, cria enredos, faz fantasias, ensaia e se diverte. Ou o carnaval da pipoca que de fato "vai atrás do trio elétrico".

Isso sem contar os blocos de rua, principalmente os cariocas, que sempre retomam as marchinhas carnavalescas do começo do seculo XX e dão um ar nostálgico a coisa. 


Então, pra introduzir o carnaval 2012, segue o samba da minha escola preferida em sp, uma marchinha das antigas e uma reflexão, que não devemos esquecê-las também.





Apavorante.

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No universo das séries televisivas, é difícil escolher uma para assistir, pois são dezenas. 
Quase nunca escrevo delas aqui, mas dessa vez não da para escapar. Eu estava lendo sobre o resultado do Globo de Ouro 2012 (clique aqui para ver) quando me chamou atenção o nome da série "America Horror Story". No mesmo dia, ou no dia seguinte, não lembro ao certo um amigo diz: 
"- To vendo uma série fantática"
A própria.
Decidi então baixá-la. Acabo de assistir ao primeiro capítulo (a série acabou a sua primeira temporada agora em dezembro).
É a primeira vez que vejo uma série de terror. Mas não aquele terror piegas que dá vontade de rir. Desde a primeira cena você percebe: é para dar medo!
E dá!
Compartilho o link (clique aqui) do primeiro episódio. Tire as crianças da sala e divirta-se, se você for capaz. kkkk


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Como comentar uma notícia na televisão.

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Não sei se o comentarista continuará empregado depois desse comentário, pois sabemos que há muito a TV Cultura não é mais uma televisão independente, mas que é louvável ver uma avaliação tão lúcida sobre a ocupação e a reintegração do Pinheirinho, isso é.
E ainda atento para a simbologia que ele chama de "caricatural" do poder institucionalizado representado nas vestimentas dos moradores. Vale a pena pensar sobre isso!
Ah, se toda a tv comercial no Brasil fizesse análises tão lúcidas... Teríamos um outro país nascendo.




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Carnaval 2012: começando

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 Quero começar a escrever sobre o carnaval. Essa festa popular maravilhosa que nós temos no Brasil e que muitas vezes não valorizamos por diversas razões. 
Mas antes de falar sobre o carnaval 2012, que já ta quente em muitas escolas, faço uma homenagem a esse samba que marcou época e que, graças a ele, hoje eu sei quem é Bidu Sayão.
E esse tema eu vou retomar, porque, num país onde o acesso a cultura e a informação não são tão universais quanto a gente pensa e gostaria, o samba pode ser difusor de muitas ideias: positiva e negativamente falando.



Quer baixar a musica no seu computador? Clique aqui

Blog sim, facebook não!

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Este ano tomei uma decisão virtual que creio que será mais saudável pra mim. Minhas opiniões, aquelas que considero relevantes, trarei apenas para o blog e não mais para o facebook.
Explico:
Aqui, em geral, acessa só quem já me conhece e sabe mais ou menos como vejo o mundo e, por isso mesmo, tende a respeitar mais as minhas opiniões.
Lá não. É um tal de agride daqui, agride dali e temas relevantes que poderiam gerar boas discussões viram Fla x Flu. 
Além do que, é tanta gente atualizando, que muitas das coisas que se escreve lá passam batida.
Então, meus queridos amigos, vocês, essa grande meia dúzia que acessa o blog, quando quiserem saber novidades minhas, entrem aqui mesmo. Comentem aqui.
Creio que será mais saudável e mais produtiva qualquer discussão.

Novos, velhos tempos.

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É difícil voltar a escrever no blog depois de longas férias. 
Não porque faltem temas, pelo contrário. Sobra assunto e é difícil eleger por onde começar.
Ainda mais quando o final das férias coincidem com o início de um ano, quando muitos fazem "resoluções de ano novo".
Minha resolução de ano novo é nada mais do que a repetição da resolução que faço todos os anos:
Não ficar no marasmo!
Experimentar o que a vida me apresenta, desde que não fira os meus princípios.
Tentar acertar, mesmo sabendo que vou errar. 
Poder desistir quando acho que não vale a pena e lutar quando quero realmente algo.
Enfim, NÃO me ACOMODAR!


E vocÊ, o que resolveu para 2012?

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

São Paulo (des)governada.

Então é assim que se governa SP?
O 2º escalão da PM decide e nem o governador e nem o prefeito sabiam de nada?
O blog SOSSP já tinha denunciado a partir de uma matéria da revista Caros Amigos (clique aqui para ver) e a matéria abaixo do estadão confirma: 30 dos 31 subprefeitos são PMs. Essa não é a cidade que eu quero viver e nem que eu possa dizer por ai: Sou de SP! Vergonha!!!!

estadão.com.br :



Alckmin, Kassab e comando da PM não sabiam de início de ação na cracolândia

Ocupação que deveria ocorrer em fevereiro, após abertura de centro de atendimento, foi antecipada após decisão do 2.º escalão

06 de janeiro de 2012 | 23h 00



Marcelo Godoy - O Estado de S.Paulo
SÃO PAULO - A Operação Cracolândia foi precipitada por uma decisão do segundo escalão da Polícia Militar (PM) e do governo do Estado. Há dois meses, a ação era planejada em alto nível. O governador Geraldo Alckmin (PSDB), o prefeito Gilberto Kassab (PSD) e as cúpulas da Segurança Pública, Assistência Social e Saúde das duas esferas de governo estavam acertando tudo para que o trabalho começasse em fevereiro, depois da abertura de um centro de atendimento com capacidade para 1,2 mil usuários de drogas na Rua Prates, no Bom Retiro.
Eles queriam evitar, por exemplo, que os dependentes se espalhassem pela cidade depois do cerco à cracolândia. Outro objetivo era evitar que a operação focasse apenas políticas de segurança pública, ampliando-a para as pastas sociais.
Até que na segunda-feira houve uma reunião de segundo escalão, na qual Luís Alberto Chaves de Oliveira, o Laco, coordenador de Políticas sobre Drogas da Secretaria de Estado da Justiça, disse ao coronel Pedro Borges, comandante da região central de São Paulo, que o governador queria a operação. O coronel disse que poderia fazê-la de imediato, pois tinha acabado de receber 60 homens da escola de soldados.
Assim, na manhã de terça-feira, ele pôs o time em campo sem nem sequer avisar o Comando-Geral da PM, o governador e a Prefeitura. E acabou criando um mal estar entre os dois governos.
No primeiro momento, só a PM participou. A Prefeitura achou que a Segurança Pública queria aparecer sozinha. Kassab conversou com o governo estadual e ouviu as explicações. O próprio coronel teve de se explicar com o Comando. A cúpula da Segurança queria saber por que ele havia feito a operação sem informar ninguém.
Ainda na terça de manhã, quando a operação começou, o governador questionou o secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, e o comandante-geral da PM, coronel Álvaro Camilo. Nenhum deles sabia de nada. Já com os policiais na rua, a Prefeitura convocou equipes de limpeza e de assistência social e a PM teve de dar continuidade à operação que só estava prevista para fevereiro.
Reunião. Ontem, o Comando da PM foi convocado para uma reunião de emergência no Palácio dos Bandeirantes. Alckmin queria explicações do comando. Embora estivesse no QG quando todos foram convocados, o coronel Alvaro Camilo não foi ao palácio.
Estiveram na reunião os coronéis Danilo Antão Fernandes (subcomandante-geral) e Marcos Roberto Chaves (comandante do Policiamento da Capital), além do coronel Pedro Borges. A reunião começou tensa, mas terminou sem nenhuma demissão. A história do mal-entendido com Laco prevaleceu.
Entre os coronéis da PM, no entanto, a atuação de Borges tem outra explicação. Muitos acham que sua ação se explica pela mudança obrigatória do Comando-Geral, que ocorrerá em maio. Borges teria antecipado a operação pensando na cadeira de comandante-geral. Só não esperava a reação dos demais envolvidos no caso.
Camilo ficou irritado - viu na atitude do subordinado uma ameaça a seu relacionamento com Kassab - 30 dos 31 subprefeitos de São Paulo são coronéis da PM. O prefeito preferia que a operação fosse deflagrada após 4 de fevereiro, quando planeja inaugurar o galpão que receberia as pessoas que seriam retiradas da cracolândia.
Ao ver a ação da PM, ele considerou que foi como se ela tivesse "resolvido o problema". À Prefeitura, coube então o papel de inoperante. Ontem, novas explicações foram dadas a Kassab para tentar apaziguá-lo. E a ação nas ruas continua em meio a cotoveladas entre os chefes.
Questionado pelo Estado, o governo do Estado negou precipitação. Segundo assessores do governador, Alckmin havia dado chancela para que PM e Coordenadoria de Políticas sobre Drogas escolhessem o momento adequado de pôr a tropa na rua. Mas não negou que ele desconhecia a data de início. Segundo a assessoria, não há mal-estar no governo e na relação com Kassab.
O coronel Borges afirma que tomou a decisão porque no começo de janeiro, quando parte dos paulistanos viaja, caem as taxas de crimes e diminui o trânsito, o que libera o efetivo de policiais para operações de grande vulto. Borges afirma que tomou a decisão "em acordo com as demais pastas da Prefeitura e do Estado". "Mas não sei se a Prefeitura ou o governador foram consultados", disse.
Discurso. O comandante da PM, Álvaro Camilo, que oficialmente estava de férias e só voltaria na próxima semana, confirmou que não sabia da data da ação. E disse que o chefe do centro tinha autonomia para decidir. No governo, há a tentativa de afinar o discurso de que, independentemente do que ocorreu, o que importa é que daqui para frente todos trabalharão juntos. / COLABOROU BRUNO PAES MANSO

Poesia 2003.



Divagações do tempo  (por Dani Ciasca - 05/10/2003)

            Estátua
Cabeça, mãos, braços, pernas
            Imóveis
      A claridade chega
            Se esvai
Vento, calor, chuva

O primeiro pêlo,
O primeiro sorriso
O primeiro amor
O primeiro som
             o segundo, o terceiro, o quarto...

Passantes não a observam
Moradores não a notam
Intelectuais não a conhecem
               São responsáveis?

São tantas as possibilidades
Tantas as necessidades
Tantas as sensações
     Continuas...



       intacta.


Deixas passar o tempo
             e imóveis fica.
Quanta lástima
Quanta dor

O tempo corrói, enfraquece
O tempo...

Permitirás te desgastar
          até sucumbires?

Não reclames.

Tu estátua, tendes o poder de mover-te
Ainda há tempo...



Já foi a Pinacoteca?

Ou você nem sabe o que é isso?

Bem, nós sabemos que as férias escolares e universitárias chegaram e sugerimos:
Quebre o SEU PRECONCEITO!



A Pinacoteca é um lugar ... (clique aqui para continuar)

Duas vezes London.

Para sentir Londres é preciso observar a constante dicotomia entre o tradicional e o moderno.


Esta dicotomia está presente em cada bairro, em cada rua e em cada viela.


De forte apelo histórico devido a sua arquitetura estar muito relacionada ao período medieval, Londres não é só história.


O próprio sistema político reflete essa dicotomia: de um lado a aristocracia da monarquia e do outro a "democracia" parlamentarista.


Insisto nisso porque isso torna a cidade estranha.
A velha monarquia resiste mais como apelo turístico do que qualquer outra coisa. E claro que, como turista que sou, me impressiono vendo o Big Ben, os parques e jardins reais, as carruagens e a cavalaria.


Mas também me impressiono de ver que aqui não se come bem. A maioria anda com seus sanduíches prontos comprados no mercado e um latte do starbucks  ou do costa. Também me impressiono com o paradoxo: educação.


Os ingleses são conhecidos mundialmente por serem "polite", ou seja, gentis e educados. E de fato são! Mas é uma educação que dura até a esquina, porque a cidade é uma sujeira só, com lixo jogado e largado em toda parte. Até mesmo dentro do ônibus as pessoas abandonam as garrafas e copos plásticos.




Porém, o gostoso de Londres é ter muitas coisas para fazer, em qualquer dia da semana. O bairro de Camden Town é uma delícia: uma mistura de 25 de março com Benedito Calixto. Muita comida chinesa, barracas indianas e lojas no estilo rock and roll. Divertidíssimo.


Ou caminhar no final de Tarde no South Bank e ver a noite chegar as 16h. Sim, anoitece as 16h.


E, óbvio, os pubs lotados todas as noites. TUDO de BOM!


Desde adolescente eu sonhava em morar em Londres e, de certa forma, esse sonho foi realizado ao sentir a cidade em seus aspectos positivos e negativos.




obs: um dia quero escrever sobre o estado militarizado inglês e onde isso se reflete nas ruas.