domingo, 30 de setembro de 2012

Há que descobrir o instante já.

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Um peixe fora d'água. Essa expressão antiga ainda diz muito quando tentamos entender aquela sensação de estar fora do sistema, seja ele qual for.
E hoje, o sistema é rcuel. Especialmente no mundo do trabalho. Chegamos a um nível que para manter padrões econômicos e poder "possuir" todos os ipads, iphones, tablets e tvs HD precisamos trabalhar, trabalhar e trabalhar. 8, 10, 12 horas por dia, não importa. E ainda é preciso deixar o celular ligado porque você tem de estar disponível para eventualidades que seu chefe ou seu subordinado precisem.
O curioso, e lamentável (por que não?) é que as últimas gerações acham isso normal, ou ainda, desejável.
E vá você dizer que não deseja trabalhar 40 horas por semana!
O teto desaba sobre sua cabeça e todas as piores coisas são pensadas a seu respeito: vagabundo, deprimido, incapaz, sonhador (como se sonhar fosse ruim), etc e tal.
Mas isso não é tudo. Você mesmo passa a se questionar se não é isso mesmo. E aí, a sensação do peixe fora d'água só cresce e fica difícil lidar com isso.
E eis que você vê, como que causalmente, uma lua cheia no céu, ou os pássaros cantando ao amanhecer e, assim, bem bucolicamente você se dá conta de que nada disso importa. Que o instante já é o mais interessante e que a todos os momentos é preciso estar presente. O tempo não passa rápido! Somos nós que não o aproveitamos suficientemente.
As pessoas não são más, mas você que escolhe errado com quem anda.
Aquela música não é ruim, mas você é quem pouco se permite experimentar o diferente.
E assim, tentando ver a vida de outra maneira as coisas começam a se re-encaixar e a fazer sentido novamente.
Mas cuidado, porque a roda viva vai chegar novamente e se você não estiver preparado ela certamente levará seu destino pra lá.

Dica cultural: Leia a livro infantil "A Mulher que matou os peixes" de Clarice Lispector.

sábado, 15 de setembro de 2012

Cultura volta a ser grande.

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Anta de Hollanda, ops, Ana, já vai tarde (clique aqui pra ver postagens minhas sobre ela) . Tenho esperança de que agora a cultura volta a ser grande.
Por isso, reproduzo a carta de Juca Ferreira, ex-ministro da cultura à nova ministra Marta Suplicy.


"Cara Ministra,
Quero parabenizá-la e manifestar meu contentamento e minha confiança de que o Ministério da Cultura, sob sua liderança, irá contribuir com o desenvolvimento do país através de políticas e ações à altura da grandeza e da importância da cultura e das artes brasileiras. Sua trajetória pública tem revelado uma sensibilidade política contemporânea e uma generosidade ao tratar das questões inerentes à condição humana. Com sua nomeação, o Ministério da Cultura retorna ao século XXI.
Tenho certeza de que a riqueza da nossa diversidade cultural e das nossas manifestações artísticas receberá do ministério o carinho e a dedicação que merece e que o MinC irá trabalhar sob seu comando para que o desenvolvimento cultural esteja sempre ao acesso de todos os brasileiros em todas as regiões e rincões deste grande país, como um direito fundamental.
O Brasil vive um grande momento, consolidando sua democracia, crescendo economicamente e incluindo milhões de brasileiros. Mas essa obra só estará completa se lograrmos garantir o desenvolvimento cultural do país.
Quero mais uma vez parabenizá-la, desejar sorte e sucesso diante desse novo desafio e me coloco à disposição para colaborar no que a Ministra considerar importante.
Um afetuoso abraço, Juca Ferreira, Madrid, 14 de setembro de 2012."


 

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Mirada 2012: Los Autores Materiales

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Esta é a segunda vez que acompanho o Mirada - Festival Ibero-Americano de Teatro de Santos, o melhor festival teatral do Estado de Sp, sem dúvida. (se quiser ver o que publiquei em 2010, clique aqui)

O Espetáculo "Los autores materiales", da cia. LA MALDITA VANIDAD, da Colômbia, é um bom espetáculo. Seus atores lidam bem com as tensões deste drama e a interpretação realista é muito bem construída, com a cena ganhando tensão a medida que o tempo passa e, para deleite do público, trazendo o desfecho inesperado de todo bom drama.

Apesar de todos o elenco ser bom, a atriz Ella Becerra se sobressai pelas nuances com que faz a faxineira. Sem exageros nas caras e bocas, mas com ações físicas e vocais que dão o contorno à personagem ela nos guia o tempo todo.


No entanto, o que ressalta acompanhando esses dois festivais, e correndo o risco de tomar o todo pela parte, é o quanto o teatro no Brasil está muito além do que se produz na América Latina, Portugal e Espanha.

Basicamente porque a ampla maioria ainda trabalha com o realismo/naturalismo. Sem dúvida uma faceta importante do teatro e que em espetáculos bem feitos como Los autores Materiales nos deixam satisfeitos por termos saído de casa.

No entanto é pouco diante do que a história ocidental e oriental do teatro já produziu, desenvolveu e pesquisou. 

Até hoje não vi um grupo desses países que tivesse uma 
linguagem como o nosso Lume, de Campinas, a Cia Luis Louis, de São Paulo, a Sutil Cia de Teatro, de Curitiba ou o Teatro da Vertigem, também de São Paulo. Isso só para citar alguns poucos exemplos de grupos que pesquisam diferentes linguagens teatrais e que chegam a resultados, na sua maioria, arrebatadores de sensações e pensamentos para quem os vê.

Ainda assim, é muito bom poder ter esse festival acontecendo regularmente. E que venham mais!