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segunda-feira, 25 de março de 2013

Relações Públicas e a arte.

(clique no título acima para ver a postagem completa)
Daniel Cerqueira
 
No papel de ator (temos muitos papéis na vida), sempre me incomodou a visão "romântica" do artista como algo fora da sociedade.

Vivemos na era da tecnologia e as pessoas recebem milhares de informações a cada hora, seja pela tv, pelo rádio, pela internet, no sms, no iphone, em outdores, cartazes, jornais, etc...

Fixar uma delas na memória é tarefa árdua diante de tantas opções.

Por isso, o papel dos afetos está diretamente relacionado à memória. Guardamos aquilo que está presente no nosso cotidiano, que se comunica com a gente, que, de alguma maneira, faz parte da nossa rotina.

As Relações Públicas (profissão especializada em criar e manter, por meio da comunicação, um relacionamento com os públicos de interesse de uma organização) vêem crescendo como área, na medida em que as informações se multiplicam e as pessoas tem dificuldades em memorizá-las.

Muitos setores já entenderam isso e têem investido nessa área.

Na arte, ainda há uma resistência à isso!

A "classe", em geral, morre de medo de se relacionar com seus públicos, por achar que isso a torna mais comercial e menos artística, o que não é uma verdade absoluta.

Creio que o artista é aquele que tem algo a dizer à sociedade. Seja algo social, político ou algo altamente subjetivo e emocional. Logo, sua função só tem sentido se atingir cada vez mais pessoas, pois estará potencializando-a.

Na visão "romântica" o grupo se consolidará e com isso ampliará seu público. Não é errada essa visão, mas apenas descolada da era em que estamos e, mais, descolada das condições necessárias que um artista precisa ter para sobreviver e continuar a fazer a sua arte.

A palavra comunicação vem do latim communicatione  e significa, dividir algo com alguém, repartir, partilhar, ou seja, é o processo que visa a estabelecer uma conversa, manter uma relação, transmitir uma mensagem, partilhar ideias ou sentimentos.


Nesse sentido, criar estratégias de se comunicar constantemente com seus públicos, dividir referências, inquietações, criações e processos é condição para criar os afetos que os levará a ver a sua obra e, com isso, consolidar e ampliar ainda mais o número de receptores do seu trabalho. Aquele grupo ou artista que não faz isso, não poderá depois lamentar que ninguém, ou sempre os mesmos, vão ver suas peças. Grandes grupos se tornaram grandes quando perceberam que a comunicação é uma grande ferramenta de interação e atração das pessoas para a arte que estes fazem. 

 Eu creio nisso: no papel da comunicação como potencializadora do meu trabalho artístico!

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Nizan e RP


Como o país não tem cultura de anunciante global, poucas marcas brasileiras são globais
A agência que abri em Nova York, diferentemente do que se poderia normalmente esperar de mim, não é uma agência de publicidade. É uma agência de relações públicas.
Todas as vezes que falo isso, vejo sempre sobrancelhas levantadas. De interrogação, de perplexidade ou de dúvida. Mas tenho certeza absoluta de que é com relações públicas, e não com publicidade, que as empresas brasileiras vão construir suas marcas no mundo. Afinal, não temos dinheiro para construir marcas mundiais pagando os imensos custos de mídia de um mercado global caro, fracionado e complexo.
E não é só isso. Não é só um problema de falta de dinheiro. Não temos cultura de anunciantes globais. O Brasil sempre foi um país fechado e insular. Completamente voltado para dentro. Boa parte de nossas exportações são commodities. Poucas marcas brasileiras são globais. Mas hoje é preciso ser global até para competir no seu próprio país.
As pessoas vão se tratar no hospital Albert Einstein ou no Sírio-Libanês porque têm certeza absoluta de que eles são hospitais de padrão global. Porque, se tivessem alguma dúvida, elas pegariam um avião e iriam se tratar no exterior, como faziam no passado. Portanto, a construção de uma percepção global de sua marca, do que você faz, é também uma iniciativa de proteção do seu mercado interno.
É essa imensa oportunidade, precaução e ferramenta que o Brasil e suas marcas devem explorar. E explorarei na Africa NY. O exemplo mais eloquente disso é o sucesso internacional da marca Havaianas, que não foi construído no exterior com publicidade, mas sim com ações de RP, como sampling, networking.
É difícil, por exemplo, você se hospedar em um bom hotel no Brasil e não ter uma sandália dessas no armário. Esse trabalho de chinês foi feito pelas Havaianas. E, como tudo o que é bom, deve ser seguido por outras indústrias também.
Marcas brasileiras de moda, como Osklen e Lenny, sempre fizeram esse trabalho de RP divinamente. Sabem tudo do assunto. Exatamente porque nunca tiveram grandes verbas publicitárias. Por isso, só tinham como projetar suas marcas no mundo pensando fora da caixa. Fazendo um corpo a corpo agressivo com a imprensa de moda internacional e construindo com ela um intenso relacionamento.
Ninguém da grande imprensa internacional passa por São Paulo e pelo Rio sem jantar na casa da Lenny Niemeyer, do Oskar Metsavaht, do Rogério Fasano ou sem tomar drinques com Monica Mendes e com Paula Bezerra de Mello. Vi a Daslu construir sua marca no mundo com pouquíssima verba e muitíssima imaginação. Justamente porque todos esses aqui citados não tiveram, em geral, um vintém para anunciar. E, portanto, não podiam ficar acomodados, na zona de conforto em que a publicidade acaba aprisionando a gente.
A capacidade de promover meu trabalho e o de meus anunciantes sempre ajudou a mim e a eles. Washington Olivetto foi o primeiro publicitário a ter uma compreensão madura disso.
Antes da palavra “buzz” existir, ele sempre soube fazer “buzz” marketing como ninguém. Algumas das pessoas mais bem-sucedidas do mundo, independentemente de serem gênios no que fazem, são gênios em RP. Como Steve Jobs, Madonna, Lady Gaga, Valentino ou Ralph Lauren.
É com esse olhar que abro minha agência em Nova York. Certo de que é com relações públicas que a pinga brasileira, o pão de queijo, o design, a água de coco, o avião da Embraer, o sabonete de óleo vegetal, as praias do Nordeste ou os arquipélagos do rio Amazonas se tornarão mais conhecidos no mundo.
É munido dessa esperança e dessa audácia que rumo para Nova York, pátria da publicidade e das relações públicas. Porque, afinal, “If you can make it there, you can make it every- where”.
Texto publicado na íntegra na Folha de São Paulo, 20/09/11, Nizan Guanaes

sexta-feira, 15 de julho de 2011

O RP no terceiro setor.


O terceiro setor no Brasil  (ongs, fundações, institutos e movimentos sociais) ainda é muito resistente ao trabalho desenvolvido pelo Relações Públicas.


Dos mais instruídos a resistência vem na crença, muitas vezes confirmada pelos profissionais do mercado, de que o trabalho deste é o de convencer os outros a fazerem algo que não querem. Isso ocorre quando o Relações Públicas pensa, erroneamente, que a persuasão é o seu principal instrumento de trabalho.


No entanto, a principal razão da resistência do terceiro setor está no desconhecimento, por parte dos gestores, das funções e atribuições deste profissional. Para grande parte, o Relações Públicas deve fazer a promoção de determinado programa ou projeto e, com isso, atrair novos investidores/parceiros. Quando isto ocorre, a função em questão fica difusa no marketing e, o que é ainda pior para a comunicação integrada, na publicidade.


Mais do que em qualquer outra área, o Relações Públicas do terceiro setor tem todas as ferramentas para horizontalizar a comunicação e criar para todos: parceiros, funcionários e atendidos um ambiente propício para a satisfação geral. Sempre levando em conta que, nesta área, por princípio, todos buscam as boas relações humanas.


O gestor de ONG que conseguir enxergar isso poderá oferecer a comunicação o status que ela necessita para finalmente implantar a comunicação integrada naquela instituição e, com isso, permitirá que todos emanem a alegria que contagia investidores/parceiros a se aliarem ainda mais a ela, sem precisar desmerecer a opinião de ninguém e valorizando à todos os envolvidos.