22h
Novos prédios de Santos não ficarão tortos, diz prefeitura
Cidade de praia vê crescimento de arranha-céus residenciais e comerciais
Os cerca de 50 novos prédios em construção em Santos, cidade a 72 km de São Paulo, não devem entortar como aconteceu anteriormente com edifícios na orla da praia. A afirmação foi feita por especialistas à reportagem do R7. O secretário de Obras de Santos, Antônio Carlos Gonçalves, explica que, até os anos 80, os prédios eram erguidos com uma estrutura de base não muito profunda. Já as fundações dos novos edifícios chegam a ter no solo até 60 m de estacas.
- Hoje os prédios têm uma característica diferente. No passado, as medições não foram bem feitas e se colocou muito peso em cima da fundação. Tanto é que existem em Santos prédios antigos, com 12 pavimentos, tortos. Hoje, já se constroem [prédios] com 25 andares e eles não inclinam.
Especialistas relataram ao R7 que o subsolo da região de Santos é composto da seguinte forma: os primeiros 12 m de profundidade são formados de areia compactada; dái até os 40 m a composição é de argila marinha; e, dos 40 m para baixo, volta a ter areia com pedaços de rocha. Especialistas explicam que os prédios antigos entortaram na cidade porque antes só se construía na primeira camada de areia. Como um prédio era erguido do lado do outro, na mesma profundidade, a placa do terreno não suportava o peso do que estava em cima.
- Hoje os prédios têm uma característica diferente. No passado, as medições não foram bem feitas e se colocou muito peso em cima da fundação. Tanto é que existem em Santos prédios antigos, com 12 pavimentos, tortos. Hoje, já se constroem [prédios] com 25 andares e eles não inclinam.
Especialistas relataram ao R7 que o subsolo da região de Santos é composto da seguinte forma: os primeiros 12 m de profundidade são formados de areia compactada; dái até os 40 m a composição é de argila marinha; e, dos 40 m para baixo, volta a ter areia com pedaços de rocha. Especialistas explicam que os prédios antigos entortaram na cidade porque antes só se construía na primeira camada de areia. Como um prédio era erguido do lado do outro, na mesma profundidade, a placa do terreno não suportava o peso do que estava em cima.
O presidente da Aeas (Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Santos), Marcos Teixeira, afirma que boa parte do solo de Santos é de argila. Por ser mais barato, o método preferido dos construtores no passado era a fundação direta (colocação de camadas de concreto em cima da areia, também chamada de sapata). O solo argiloso não agüentava o peso dos prédios.
Já a técnica de estacas (adotada atualmente) faz buracos profundos, onde é despejado concreto, para segurar o prédio. O arquiteto e urbanista Maurício Azenha Dias afirma que não acredita que apareçam problemas na estrutura dos novos prédios. Ele diz que as questões mais preocupantes para a cidade com as novas construções estão relacionadas ao trânsito e à infraestrutura de Santos.
Já a técnica de estacas (adotada atualmente) faz buracos profundos, onde é despejado concreto, para segurar o prédio. O arquiteto e urbanista Maurício Azenha Dias afirma que não acredita que apareçam problemas na estrutura dos novos prédios. Ele diz que as questões mais preocupantes para a cidade com as novas construções estão relacionadas ao trânsito e à infraestrutura de Santos.
19h10
Prefeitura de Santos investiga se prédios tortos podem cair
Há cinco anos, projeto começou a mapear edifícios da orla da praia
O secretário de Obras de Santos, Antônio Carlos Gonçalves, afirma que, até agora, ninguém consegue responder com certeza se algum dos prédios tortos pode desabar. A inclinação máxima registrada em um prédio da cidade foi de 1,8 m, mas esse imóvel já foi "desentortado".
O levantamento da prefeitura é feito quadra a quadra, do canal 1 ao canal 6, em uma área de cerca de 4.500 metros de extensão. A prefeitura ainda não sabe qual o total de prédios tortos. Isso só será respondido ao final do trabalho, previsto para fevereiro de 2010.
Depois dessa pesquisa, a prefeitura deve dar início aos projetos efetivos para "desentortar" os prédios da cidade, com a participação de convidados da Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo).
16h40
Especialistas mostram preocupação com novos prédios erguidos em Santos
Empreendimentos podem provocar problemas no trânsito e aquecimento fora da orla Do R7
A explosão do mercado imobiliário na cidade de Santos, a 72 km de São Paulo, tem preocupado especialistas ambientais e urbanos do Estado. Para eles, menor que o risco de que esses prédios "entortem", o surgimento repentino de novos imóveis pode trazer problemas para o trânsito e para outros setores da infraestrutura da cidade, como saneamento. Alguns mencionam ainda a possibilidade de mudança no clima, com o aumento da temperatura no município litorâneo.
Em entrevista ao R7, o arquiteto e urbanista Maurício Azenha Dias, professor da Unisantos (Universidade Católica de Santos), afirmou que o crescimento rápido da cidade pode criar problemas conhecidos dos moradores da capital paulista, principalmente os congestionamentos:
-- Podemos ter trechos de gargalos de trânsito que vão se agravar. Santos é uma cidade que tem uma malha viária antiga e sem muito espaço para obras viárias. A legislação urbanística de Santos ficou muito generosa para os empreendedores e o que se observa são índices de construção altíssimos. Com isso, a qualidade de vida que Santos tem pode começar a piorar.
Em entrevista ao R7, o arquiteto e urbanista Maurício Azenha Dias, professor da Unisantos (Universidade Católica de Santos), afirmou que o crescimento rápido da cidade pode criar problemas conhecidos dos moradores da capital paulista, principalmente os congestionamentos:
-- Podemos ter trechos de gargalos de trânsito que vão se agravar. Santos é uma cidade que tem uma malha viária antiga e sem muito espaço para obras viárias. A legislação urbanística de Santos ficou muito generosa para os empreendedores e o que se observa são índices de construção altíssimos. Com isso, a qualidade de vida que Santos tem pode começar a piorar.
A arquiteta e urbanista Débora Blanco Bastos, diretora técnica da Agem (Agência Metropolitana da Baixada Santista), acredita que o principal problema trazido pelo crescimento indiscriminado de imóveis não é o trânsito, mas a mudança no clima. Para ela, ainda existe espaço para mais carros em Santos, porém, a construção de muitos prédios - que passam a formar um "paredão" - dificulta a circulação de ar, o que leva ao aquecimento imediato da temperatura na região.
Mas o secretário de Planejamento da Prefeitura de Santos, Bechara Abdalla, discorda dos especialistas e diz que a cidade está preparada para receber novos empreendimentos. Ele conta que a Sabesp (empresa estadual de saneamento) e a CPFL (concessionária de distribuição de energia elétrica) vêm investindo na cidade ao longo dos últimos dez anos prevendo o crescimento. O Plano Diretor (que norteia as principais características na infraestrutura da cidade nos próximos anos) de Santos também estabeleceu que os prédios novos devem ser mais finos do que os antigos justamente para beneficiar a passagem do ar entre eles.
Ricardo Beschizza, diretor regional do Sinduscon (sindicato que reúne as empresas de construção), disse ao R7 que existem projeções feitas por empresários que comprovam existir infraestrutura para receber até 700 mil moradores em Santos, número bem superior aos 418.288 habitantes atuais da cidade, segundo cálculos do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Mas o secretário de Planejamento da Prefeitura de Santos, Bechara Abdalla, discorda dos especialistas e diz que a cidade está preparada para receber novos empreendimentos. Ele conta que a Sabesp (empresa estadual de saneamento) e a CPFL (concessionária de distribuição de energia elétrica) vêm investindo na cidade ao longo dos últimos dez anos prevendo o crescimento. O Plano Diretor (que norteia as principais características na infraestrutura da cidade nos próximos anos) de Santos também estabeleceu que os prédios novos devem ser mais finos do que os antigos justamente para beneficiar a passagem do ar entre eles.
Ricardo Beschizza, diretor regional do Sinduscon (sindicato que reúne as empresas de construção), disse ao R7 que existem projeções feitas por empresários que comprovam existir infraestrutura para receber até 700 mil moradores em Santos, número bem superior aos 418.288 habitantes atuais da cidade, segundo cálculos do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
12h30
Ampliação de porto e investimentos da Petrobras aceleram verticalização de Santos
Cidade dos "edifícios tortos" vira paraíso dos arranha-céus no litoral paulista
(Clayton Freitas, do R7)
Investimentos da Petrobras e a ampliação do porto transformaram Santos, a cidade dos “prédios tortos”, em um paraíso dos arranha-céus. O município litorâneo, situado a 72 km de São Paulo, tem hoje cerca de 50 prédios com dez andares ou mais em construção. Outros tantos projetos - mais de 20 - aguardam aprovação.
A maior parte dos novos prédios da cidade é residencial. Alguns custam até R$ 1 milhão. Além de atender parte dos 6.000 novos empregados que a Petrobras deverá ter na cidade nos próximos dez anos, por causa de investimentos em gás, os prédios devem também ser ocupados por moradores da Baixada Santista que buscam mais conforto.
Os espigões de concreto começaram a ser construídos em Santos na década de 50 do século passado. A partir de 1998, com a aprovação de uma nova versão do Plano Diretor (projeto que define como a cidade deve ser organizada), eles cresceram ainda mais. Até este ano, a lei permitia levantar apenas prédios de até 13 andares na cidade. A determinação foi tomada após várias construções da orla de Santos terem "entortado". O problema ocorreu porque a base de sustentação delas não era profunda o suficiente. Com a chegada de novas tecnologias que passaram a usar estacas mais profundas, a lei liberou a altura dos prédios.
Ricardo Beschizza, diretor do Sinduscon (sindicato das empresas de construção) de Santos, comemora a “explosão” do mercado imobiliário e afirma que o crescimento foi provocado por uma soma fatores: facilidade de se conseguir dinheiro para empréstimo, juros menores, aumento da renda da população e investimentos na cidade:
- Estamos otimistas. Esses prédios geram empregos à região, tributos e renda.
Por outro lado, urbanistas veem com preocupação a explosão imobiliária. A diretora técnica da Agem (Agência Metropolitana da Baixada Santista), Débora Blanco Bastos, afirma que o crescimento não pode ignorar o meio ambiente.
- O grande desafio é entender até onde vai a importância do desenvolvimento econômico, tendo em vista a questão ambiental e social.
Enquanto isso, a Prefeitura de Santos investiga a segurança dos prédios ainda tortos na região. O secretário de Obras da cidade, Antônio Carlos Gonçalves, conta que, desde 2004, um projeto tenta descobrir quantos edifícios estão inclinados, quanto é a inclinação e se algum deles corre o risco de cair.
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