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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Luiza e o mar.

(clique no título acima para ver a postagem completa)

- Antes a sujeira deste mar que "limpeza" que se tem por aí!


Com essa sentença Luciana terminara a conversa com sua filha Luiza, de 13 anos. 


Caminhavam a beira-mar e a brisa refrescava o sol escaldante daquela tarde de fevereiro no Jose Menino. O dia não estava sendo fácil para ela. Logo ao acordar, vira na televisão uma notícia de cair o queixo. Mais uma morte banal nas ruas da capital.


Aquilo lhe embrulhava o estômago, dava-lhe agonia e, entre um e outro, raiva pela passividade das pessoas diante disso tudo. Luciana estava cansada! Dedicara parte da sua vida à luta contra a injustiça social e, ainda que convicta de ter feito a coisa certa, estava pessimista quanto a capacidade de realmente mudar as coisas.


"Ainda bem que tenho a minha filha" pensava sempre que esse pessimismo batia mais forte. 


Luciana tinha urgência em cuidar de si. Esse tempo todo cuidando das pessoas escondeu a fragilidade de não ser cuidada por ninguém.


Sim, era uma mulher forte e não se arrependia do que tinha feito, mas o momento era outro e, ou cuidava de si, ou surtava.


Luiza estava no seu quarto, desenhando como poucas crianças fazem, quando ouviu o chamado da mãe.


_ Minha filha, arrume-se que vamos à praia.






Luiza adorava quando a mãe ía a praia com ela. Gostava de ouvir o barulho do mar e ver as pessoas alegres com pequenos biquinis e sungas, sem importar-se muito com o corpo escultural da televisão ou da internet. Era uma adolescente "fora da curva", é verdade, mas não ligava muito para isso. E, mesmo aos treze anos tinha a certeza de que um banho de mar lhe trazia ainda mais inspiração para desenhar.


Naquele dia a praia estava cheia! Famílias montavam suas barracas e com seus isopores bebiam cervejas e caipirinhas. Um casal sentado embaixo de um guarda-sol lilás beijava-se demonstrando ser ainda um casal novo. Kauê e Carlão abriam ainda mais cadeiras diante de seus carrinhos de bebida, esperançosos de que o movimento seria bom. João vendia camarão como nunca e Ana com seus risoles alegrava os gordinhos e gordinhas da praia, tarados por frituras. E tinham ainda as dezenas de crianças fazendo seus castelos de areia com as pás e os peixinhos e outras cavocando com a mão mesmo.


Enquanto caminhavam, Luciana e Luiza conversavam de coisas triviais como os primos distantes que nunca vinham visitá-las, da cidade de Santos que no verão é uma e no inverno outra completamente diferente ou do esmalte que tinham visto na farmácia e que agradara a ambas. A beira-mar andaram até o Itararé e chegaram quase a Ilha Porchat. Voltavam quando Luiza disse:


- Sabe mãe, é ruim quando tu está assim.
- Assim como, Luiza.
- Assim mãe, meio aflita.
- Eu pareço aflita?
- Sim, parece!
- Deve ser só impressão.
- Mãe, posso te falar uma coisa?
- Claro, diga!
- Sempre que tu pede pra vir à praia é porque tu não está muito bem.
- Não é bem assim, Luiza.
- É sim, mãe. Mas eu te entendo.
- Como me entende?
- Eu também fico triste quando entro na internet e vejo tanta gente escrevendo barbaridades, pensando no próprio umbigo e achando certo a violência como forma de resolver os problemas.


Luciana ficou um tempo sem falar nada. Não sabia o que dizer. Jamais vira a filha falando dessa maneira.


- Mas sabe, mãe, olha pra onde a gente está! Não é lindo poder ver aqui as pessoas alegres, ainda que não estejam felizes? As crianças brincando, a brisa no nosso rosto, o sol nos dando forças e o mar batendo nos nossos pés?


Luciana então paralisou. Estava diante do emissário quando um saco plástico veio junto a uma onda e grudou no seu pé. Ela devagar abaixou, pegou o lixo e o observou. Caminhou em direção à areia e o jogou numa lixeira que estava próxima. Quando virou para voltar, viu a filha a olhar as plantas e árvores "cravadas" no meio do mar.


Veio andando lentamente e contemplou o quanto pode aquela imagem.


- Sabe filha, antes a sujeira deste mar que "limpeza" que se tem por aí.


crônica: autor - Daniel Ciasca
imagem: creditos -  http://www.fotothing.com/0Imortal/photo/e5ff2ff39b148cd028d06fb7a79af4b1/


 
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domingo, 1 de novembro de 2009

Especial: crescimento santista


22h


Novos prédios de Santos não ficarão tortos, diz prefeitura

Cidade de praia vê crescimento de arranha-céus residenciais e comerciais
Os cerca de 50 novos prédios em construção em Santos, cidade a 72 km de São Paulo, não devem entortar como aconteceu anteriormente com edifícios na orla da praia. A afirmação foi feita por especialistas à reportagem do R7. O secretário de Obras de Santos, Antônio Carlos Gonçalves, explica que, até os anos 80, os prédios eram erguidos com uma estrutura de base não muito profunda. Já as fundações dos novos edifícios chegam a ter no solo até 60 m de estacas.

- Hoje os prédios têm uma característica diferente. No passado, as medições não foram bem feitas e se colocou muito peso em cima da fundação. Tanto é que existem em Santos prédios antigos, com 12 pavimentos, tortos. Hoje, já se constroem [prédios] com 25 andares e eles não inclinam.

Especialistas relataram ao 
R7 que o subsolo da região de Santos é composto da seguinte forma: os primeiros 12 m de profundidade são formados de areia compactada; dái até os 40 m a composição é de argila marinha; e, dos 40 m para baixo, volta a ter areia com pedaços de rocha. Especialistas explicam que os prédios antigos entortaram na cidade porque antes só se construía na primeira camada de areia. Como um prédio era erguido do lado do outro, na mesma profundidade, a placa do terreno não suportava o peso do que estava em cima.

O presidente da Aeas (Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Santos), Marcos Teixeira, afirma que boa parte do solo de Santos é de argila. Por ser mais barato, o método preferido dos construtores no passado era a fundação direta (colocação de camadas de concreto em cima da areia, também chamada de sapata). O solo argiloso não agüentava o peso dos prédios.

Já a técnica de estacas (adotada atualmente) faz buracos profundos, onde é despejado concreto, para segurar o prédio. O arquiteto e urbanista Maurício Azenha Dias afirma que não acredita que apareçam problemas na estrutura dos novos prédios. Ele diz que as questões mais preocupantes para a cidade com as novas construções estão relacionadas ao trânsito e à infraestrutura de Santos.


19h10



Prefeitura de Santos investiga se prédios tortos podem cair

Há cinco anos, projeto começou a mapear edifícios da orla da praia



A Prefeitura de Santos tenta descobrir desde 2004 quantos são os prédios tortos na cidade, que fica a 72 km de São Paulo. Especialistas querem confirmar a causa das inclinações nos imóveis, quantos pessoas moram neles e se existe risco de queda.

O secretário de Obras de Santos, Antônio Carlos Gonçalves, afirma que, até agora, ninguém consegue responder com certeza se algum dos prédios tortos pode desabar. A inclinação máxima registrada em um prédio da cidade foi de 1,8 m, mas esse imóvel  já foi "desentortado".

O levantamento da prefeitura é feito quadra a quadra, do canal 1 ao canal 6, em uma área de cerca de 4.500 metros de extensão. A prefeitura ainda não sabe qual o total de prédios tortos. Isso só será respondido ao final do trabalho, previsto para fevereiro de 2010.

Depois dessa pesquisa, a prefeitura deve dar início aos projetos efetivos para "desentortar" os prédios da cidade, com a participação de convidados da Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo).






16h40





Especialistas mostram preocupação com novos prédios erguidos em Santos

Empreendimentos podem provocar problemas no trânsito e aquecimento fora da orla Do R7
A explosão do mercado imobiliário na cidade de Santos, a 72 km de São Paulo, tem preocupado especialistas ambientais e urbanos do Estado. Para eles, menor que o risco de que esses prédios "entortem", o surgimento repentino de novos imóveis pode trazer problemas para o trânsito e para outros setores da infraestrutura da cidade, como saneamento. Alguns mencionam ainda a possibilidade de mudança no clima, com o aumento da temperatura no município litorâneo.

Em entrevista ao 
R7, o arquiteto e urbanista Maurício Azenha Dias, professor da Unisantos (Universidade Católica de Santos), afirmou que o crescimento rápido da cidade pode criar problemas conhecidos dos moradores da capital paulista, principalmente os congestionamentos:

-- Podemos ter trechos de gargalos de trânsito que vão se agravar. Santos é uma cidade que tem uma malha viária antiga e sem muito espaço para obras viárias. A legislação urbanística de Santos ficou muito generosa para os empreendedores e o que se observa são índices de construção altíssimos. Com isso, a qualidade de vida que Santos tem pode começar a piorar.

A arquiteta e urbanista Débora Blanco Bastos, diretora técnica da Agem (Agência Metropolitana da Baixada Santista), acredita que o principal problema trazido pelo crescimento indiscriminado de imóveis não é o trânsito, mas a mudança no clima. Para ela, ainda existe espaço para mais carros em Santos, porém, a construção de muitos prédios - que passam a formar um "paredão" - dificulta a circulação de ar, o que leva ao aquecimento imediato da temperatura na região.

Mas o secretário de Planejamento da Prefeitura de Santos, Bechara Abdalla, discorda dos especialistas e diz que a cidade está preparada para receber novos empreendimentos. Ele conta que a Sabesp (empresa estadual de saneamento) e a CPFL (concessionária de distribuição de energia elétrica) vêm investindo na cidade ao longo dos últimos dez anos prevendo o crescimento. O Plano Diretor (que norteia as principais características na infraestrutura da cidade nos próximos anos) de Santos também estabeleceu que os prédios novos devem ser mais finos do que os antigos justamente para beneficiar a passagem do ar entre eles.

Ricardo Beschizza, diretor regional do Sinduscon (sindicato que reúne as empresas de construção), disse ao
 R7 que existem projeções feitas por empresários que comprovam existir infraestrutura para receber até 700 mil moradores em Santos, número bem superior aos 418.288 habitantes atuais da cidade, segundo cálculos do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).


12h30



Ampliação de porto e investimentos da Petrobras aceleram verticalização de Santos

Cidade dos "edifícios tortos" vira paraíso dos arranha-céus no litoral paulista
(Clayton Freitas, do R7)


Investimentos da Petrobras e a ampliação do porto transformaram Santos, a cidade dos “prédios tortos”, em um paraíso dos arranha-céus. O município litorâneo, situado a 72 km de São Paulo, tem hoje cerca de 50 prédios com dez andares ou mais em construção. Outros tantos projetos - mais de 20 - aguardam aprovação. 

A maior parte dos novos prédios da cidade é residencial. Alguns custam até R$ 1 milhão. Além de atender parte dos 6.000 novos empregados que a Petrobras deverá ter na cidade nos próximos dez anos, por causa de investimentos em gás, os prédios devem também ser ocupados por moradores da Baixada Santista que buscam mais conforto.

Os espigões de concreto começaram a ser construídos em Santos na década de 50 do século passado. A partir de 1998, com a aprovação de uma nova versão do Plano Diretor (projeto que define como a cidade deve ser organizada), eles cresceram ainda mais. Até este ano, a lei permitia levantar apenas prédios de até 13 andares na cidade. A determinação foi tomada após várias construções da orla de Santos terem "entortado". O problema ocorreu porque a base de sustentação delas não era profunda o suficiente. Com a chegada de novas tecnologias que passaram a usar estacas mais profundas, a lei liberou a altura dos prédios.



Ricardo Beschizza, diretor do Sinduscon (sindicato das empresas de construção) de Santos, comemora a “explosão” do mercado imobiliário e afirma que o crescimento foi provocado por uma soma fatores: facilidade de se conseguir dinheiro para empréstimo, juros menores, aumento da renda da população e investimentos na cidade:

- Estamos otimistas. Esses prédios geram empregos à região, tributos e renda.

Por outro lado, urbanistas veem com preocupação a explosão imobiliária. A diretora técnica da Agem (Agência Metropolitana da Baixada Santista), Débora Blanco Bastos, afirma que o crescimento não pode ignorar o meio ambiente.

- O grande desafio é entender até onde vai a importância do desenvolvimento econômico, tendo em vista a questão ambiental e social. 




Enquanto isso, a Prefeitura de Santos investiga a segurança dos prédios ainda tortos na região. O secretário de Obras da cidade, Antônio Carlos Gonçalves, conta que, desde 2004, um projeto tenta descobrir quantos edifícios estão inclinados, quanto é a inclinação e se algum deles corre o risco de cair.




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segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Ode à boa educação.




Fiquei com muita raiva nesta tarde de segunda-feira. 
Estava 

eu, sentado neste lugar delicioso alguns poucos metros da 


minha casa. Um dia gostoso, quente, mas não de suar.


Quando maravilhado, deparei-me com uma linda 
tartaruga marinha a nadar ao meu lado.


Pois é, mas ela nadava neste lugar aí.

Que ódio de quem joga saco plástico e embalagens no 
mar ou nas areias perto dele.
Se com esse mar imundo como estava hoje, fruto também 
dos dias chuvosos que 
agitaram o litoral e trouxeram muito lixo do alto mar para a 
praia, a tartaruga  estava aqui, imagine as pessoas que frequentam o litoral sul tivessem um pouco 
mais de educação.




Custa levar o lixo embora e jogar no latão?
Custa?

sábado, 16 de maio de 2009

Morar na praia.


Desde que eu tinha 15 ou 16 anos, quando comecei a viajar sozinho (sem a família) pelas praias do litoral norte de São Paulo e depois subindo por quase todas
 as capitais do litoral do Brasil que idealizo morar na praia.

Aqui ?   

Nestes anos todos muitos foram os planos: Salvador, Rio de Janeiro, Trindade, Fortaleza, João Pessoa e Salvador de novo. No entanto, eis que vim parar em 2009 na cidade de Santos. 
Sem dúvida Santos não é e nem será a cidade que idealizei. Ainda que bela e com enormes atrativos que antes eu nem imaginava, o fato de ser uma cidade basicamente de prédios e grandes construções me incomoda um pouco.
Mas pouco, pouco mesmo. Pois não é que meu ideal tinha razão? É maravilhoso morar na praia. As pessoas na rua são mais bem-humoradas e bonitas.
E, além disso, nada supera poder fazer o que tenho feito todos os dias, ou melhor, quase todas as tardes. Lá pelas quatro, pego uma revista ou um livro e fico de frente para o mar. A brisa, o cheiro da maresia, o som das ondas quebrando sem cessar e a areia nos meus pés me dão uma enorme sensação de felicidade (ainda
que ela esteja muito longe de mim). 
Diz aquele vídeo motivacional: "Use filtro solar!" Parafraseando-o eu diria: More na praia!



Ou Ali?