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A novela Avenida Brasil entrou no último sábado, 28/07, numa temática muito perigosa. A novela, que vem ganhando cada vez mais popularidade e respeitabilidade junto à crítica pode ver tudo desabar em busca de agradar a audiência.
Engana-se quem pensa que estou falando da vingança de Nina em Carminha.
O problema em questão é o casamento de Suelen e Roni que coloca uma tese conservadora, preconceituosa e preocupante em cena:
"Todo gay só é gay porque nunca teve mulher ou o problema do homosexual é falta de testosterona".
Uma tese defendida pelos evangélicos e demais homofóbicos para aumentar a intolerância.
A ciência cada vez mais tem tratado o assunto de maneira oposta, deixando clara que a homossexualidade é uma orientação determinada por vários fatores, sendo que nenhum deles inclui o biológico (caso do hormônio testosterona).
Essa tese defendida pelos religiosos inclui outras afirmações como a recente imagem que circula pelas redes sociais onde uma senhora afirma que nunca encontrou na bíblia nenhuma referência a homossexuais. querendo com isso dizer que isto não é normal.
O mais preocupante disso tudo é que a novela quer agradar a massa e a massa amaria acreditar nessa tese. O autor João Emanuel Carneiro, que tão bem tem escrito essa novela e, aliás, feito uma das mais interessantes novelas dos últimos tempos ao lado de A favorita e Cordel Encantado, pode jogar por terra toda a credibilidade da crítica se insistir nessa história e ir contrário a todas as lutas pelos direitos humanos que cada vez mais são maltratados com casos frequentes de violência homofóbica (clique aqui para ver os casos).
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Começo a achar que terei de abandonar um dos meus maiores prazeres: ir ao cinema! Está ficando insuportável assistir qualquer filme em qualquer sala. Não entendo a necessidade das pessoas comentarem com as outras o que estão vendo durante o filme. Até entendo que as vezes da vontade de falar: olha isso, bla bla bla. Mas será impossível guardar seu comentário pro final, naquele chop ou pizza depois? Antigamente isso era muito comum nos cinemarks e shoppings do gênero. Por isso, eu fugia e sempre ia a cinemas alternativos. Mas agora... Nem nos cineclubes se tem silêncio. E aí não dá, porque a visão do filme fica enviesada. É como se alguém pusesse um destaque no que você vê e você passa a ver não o que a sua subjetividade quer apreciar com o filme, mas o que a pessoa atrás quer que você veja. Algumas tentativas eu já fiz: fazer psiu, virar no meio do filme e pedir silêncio, mudar de lugar... Mas, está cada vez mais frequente.
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As comemorações de 9 de julho em São Paulo exaltam uma rebelião oligárquica de oito décadas atrás. Curiosamente, outra revolta, deflagrada em 5 de julho de 1924, que contou com forte componente popular, passa em brancas nuvens nos calendários oficiais.
Os dias 5 e 9 de julho condensam caminhos pelos quais a história paulista poderia seguir. São dois tabus no estado. Um é esquecido, o outro é exaltado.
A primeira data marca uma violenta reação ao poder do atraso, tendo por base setores médios e populares. E a segunda representa a exaltação do atraso, capitaneada pela elite regional.
Dia 5 de julho, há 88 anos, uma intrincada teia de tensões históricas desaguou no episódio que ficaria conhecido como Revolução de 1924. Suas raízes estão no agravamento de problemas sociais, no autoritarismo dos governos da República Velha e em descontentamentos nos meios militares, que já haviam gerado o movimento tenentista, dois anos antes.
Naquele duro inverno, em meio a uma crise econômica, eclodiu uma nova sublevação. Tropas do Exército e da Força Pública tomaram quartéis, estações de trem e edifícios públicos e expulsaram da cidade o governador Carlos de Campos. No comando, em sua maioria, camadas da média oficialidade. Quatro dias depois, era instalado um governo provisório, que se manteria até 27 de julho. O país vivia sob o estado de sítio do governo Arthur Bernardes (1922-1926).
Entre as reivindicações dos revoltosos estavam: “1º Voto secreto; 2º Justiça gratuita e reforma radical no sistema de nomeação e recrutamento dos magistrados (…) e 3º Reforma não nos programas, mas nos métodos de instrução pública”. No plano político, destaca-se ainda “A proibição de reeleição do Presidente da República (…) e dos governadores dos estados”.
Várias guarnições de cidades próximas aderiram ao movimento. Apesar da falta de um programa claro, setores do operariado organizado apoiaram os revolucionários e exortaram a população a auxiliá-los no que fosse possível.
Bombas, tiros e mortes
As ruas da capital foram palco de intensos combates, com direito a fuzilaria, granadas e tiros de morteiros. Cerca de trezentas trincheiras e barricadas foram abertas em diversos bairros.
A partir do dia 11, o governador deposto, instalado nas colinas da Penha, seguindo determinações do presidente da República, decidiu lançar uma carga de canhões em direção ao centro. O objetivo era aterrorizar a população e forçá-la a se insurgir contra os rebelados.
De forma intermitente, os bairros operários da Mooca, Ipiranga, Belenzinho, Brás e Centro sofreram bombardeio por vários dias. Casas modestas e fábricas foram reduzidas a escombros e cadáveres multiplicavam-se pelas ruas.
Sem conseguir dobrar a resistência, o governo federal decidiu bombardear a cidade com aviões de combate.
O fim da rebelião
Três semanas depois de iniciada, a rebelião foi acuada. Dos 700 mil habitantes da cidade, cerca de 200 mil fugiram para o interior, acotovelando-se nos trens que saiam da estação da Luz. O saldo dos 23 dias de revolta foi 503 mortos e 4.846 feridos. O número de desabrigados passou de vinte mil. No final da noite do dia 28, cerca de 3,5 mil insurgentes retiraram-se da cidade com pesado armamento em três composições ferroviárias. O destino imediato era Bauru, no centro do estado.
Deixaram um manifesto, agradecendo o apoio da população: “No desejo de poupar São Paulo de uma destruição desoladora, grosseira e infame, vamos mudar a nossa frente de trabalho e a sede governamental. (…) Deus vos pague o conforto e o ânimo que nos transmitistes”.
As tensões não cessariam. No ano seguinte, parte dos revolucionários engrossaria a Coluna Prestes (1925-1927). Mais tarde, outros tantos protagonizariam – e venceriam – a Revolução de 30.
Promovida pelas camadas médias do meio militar, o levante ganhou apoio de parcelas pobres da população. Talvez por isso seja chamada de “a revolução esquecida”.
A revolução que não foi
A segunda data, 9 de julho, é marcada pelo estopim de uma revolução que não faz jus ao nome. É exaltada e cultuada como uma manifestação de defesa intransigente da democracia, ela faz parte da criação de certa mitologia gloriosa para São Paulo.
O evento, em realidade, representa a sublevação da oligarquia cafeeira contra a Revolução de 30, que a retirou do governo e se constituiu no marco definidor do Brasil moderno.
Aquele processo não pode ser visto apenas como uma tomada de poder por um punhado de descontentes. Suas causas envolvem as contrariedades nos meios militares e tensões do próprio desenvolvimento do país. A crise de 1929 acabara de chegar, colocando em xeque o liberalismo reinante.
A Revolução consolidou a expansão das relações capitalistas, que trouxe em seu bojo a integração ao mercado – via Estado – de largos contingentes da população. O mecanismo utilizado foi a formalização do trabalho.
As novas relações sociais e a intervenção do Estado na economia – decisiva para a superação da crise e para o avanço da industrialização – implicaram uma reconfiguração e uma modernização institucional do país. A conseqüência imediata foi a perda da hegemonia da economia cafeeira, centrada principalmente em São Paulo e parte de Minas Gerais. Percebendo as mudanças no horizonte, as classes dominantes locais foram à luta em 1932.
A locomotiva e os vagões
Explodiu então a rebelião armada das forças insepultas da República Velha e da elite paulista, querendo recuperar seu domínio sobre o país.
Tendo na linha de frente a Associação Comercial e a Federação das Indústrias (FIESP), o levante tinha entre seus líderes sobrenomes importantes do Estado, como Simonsen, Mesquita, Silva Prado, Pacheco e Chaves, Alves de Lima e outros. O movimento contou com expressivo apoio popular, uma vez que os meios de comunicação (rádio, jornais e revistas) reverberaram as demandas das classes altas.
A campanha que precedeu a sublevação exacerbou uma espécie de nacionalismo paulista, incentivado por grupos separatistas. Entre esses, notabilizava-se o escritor Monteiro Lobato. A síntese da aversão local ao restante do país expressava-se na difundida frase, que classificava o estado como “a locomotiva que puxa 21 vagões vazios”, em referência às demais unidades da federação.
Contradição em termos
O objetivo do movimento, derrotado militarmente em 4 de outubro, era derrubar o governo provisório de Getulio Vargas e aprovar uma nova Constituição. Daí a criação do nome “revolução constitucionalista”, uma contradição em termos. Revolução é uma ação decidida a destruir uma ordem estabelecida. A expressão “constitucionalista” expressava uma tentativa recuperação do status quo, regido pela Carta de 1891. Se é “constitucionalista”, não poderia ser “revolução”.
Os sempre proclamados “ideais de 1932” são vagas referências à constitucionalidade e à democracia. Mas não existia, por parte da elite, nenhuma formulação que fosse muito além da recuperação da hegemonia paulista (leia-se, dos cafeicultores).
Exatos oitenta anos depois, o 9 de julho segue comemorado como a data magna do estado, uma espécie de 7 de setembro local. E os acontecimentos de 5 de julho de 1924 continuam como páginas obscuras de um passado distante.
A elite paulista voltaria ao poder em 1994, pelas mãos de Fernando Henrique Cardoso e do PSDB. Seu mote foi dado no discurso de despedida do senado, em 1994: “Um pedaço do nosso passado político ainda atravanca o presente e retarda o avanço da sociedade. Refiro-me ao legado da Era Vargas, ao seu modelo de desenvolvimento autárquico e ao seu Estado intervencionista”.
Os objetivos desse setor continuaram os mesmos, décadas depois: realizar a contra-Revolução de 30.
As tensões entre as datas – 5 e 9 de julho – expressam duas vias colocadas até hoje nos embates políticos paulistas: a saída conservadora e a saída antielitista.
Gilberto Maringoni, jornalista e cartunista, é doutor em História pela Universidade de São Paulo (USP) e autor de “A Venezuela que se inventa – poder, petróleo e intriga nos tempos de Chávez” (Editora Fundação Perseu Abramo).
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Na última quarta, 04/07/12, quando parte da cidade fazia muito barulho eu me lembrei de 2004 e resolvi escrever para aqueles que acompanham pouco o futebol.
A Taça Libertadores, maior torneio de futebol das Américas, traz a cada ciclo um Once Caldas campeão.
Pra citar os mais recentes, além do atual campeão tivemos em 2002 o Olímpia, em 2008 a LDU e em 2004 o Once Caldas.
Muito provavelmente você não saiba nem de onde são esses times.
O Once Caldas é aquela equipe que jogou a Copa Libertadores retrancada, empatando ou ganhando de 1x0 e que ninguém, mas ninguém, lembra de um jogo sequer que tenha empolgado.
Porque para quem realmente gosta de futebol, o que importa são partidas emocionantes e técnicas.
Como, por exemplo, o Santos em 2011, o Boca de 2007, o Internacional de 2006 e assim por diante.
Mas, em Copa mata-mata é assim. "O gol é um detalhe" e times sem expressão, mesmo nos seus países, as vezes são campeões. Acaba sendo esse o charme do campeonato. Quando algumas vezes o pequeno tem a impressão de ser grande.
No entanto, eu prefiro o time que alia a tática e a técnica e se você, cara leitora e caro leitor, assistir os 14 jogos do atual campeão não vai ter UMA partida que você fale: que jogo gostoso de se ver! (a não ser, é claro, se você for torcedor desse time)
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A TV Forum estreou hoje com uma entrevista com a deputada federal Luiza Erundina (da qual eu era eleitor até então). Apesar de todos os bons argumentos dela nada me tira da cabeça que ela foi covarde. Diante do caos que está SP, eu achava que ela tinha de estar candidata numa chapa com Ivan Valente do PSOL. A chapa não veio, e ela teve a chance de ser vice do PT que, a despeito de todos os problemas ideológicos deste, é uma possibilidade real de mudança com a saída da pior parcela da direita paulista representada pelo PSDB, DEM e PPS (Que lança a campanha da Soninha, a equivocada, pra ter espaço em debates televisivos e, assim, blindar seu candidato oficial e atacar o candidato do PT, como tão bem ela fez em 2008, tanto que, após a eleição virou sub-prefeita do KASSAB como brinde aos serviços prestados). Diante de um fato tão pequeno ela sai da chapa e fortalece seu "inimigo"? Enfim, São Paulo, a cidade que nasci, mas que deixei de lado por tudo isso, continua de mal a pior.