terça-feira, 30 de setembro de 2014

Levy Fidelix: criminoso ou sincero?

(clique no título acima para ver a postagem completa)

     O penúltimo debate do 1º turno de presidenciáveis 2014 foi marcado por inúmeras novidades no processo eleitoral brasileiro desde a redemocratização em 1989 (a 1ª eleição direta pós-ditadura militar)
     Esta é a primeira eleição que uma candidata à reeleição e líder nas pesquisas vai a todos os debates com uma postura de conquistar mais votos e não apenas defender-se. Dilma pode e deve ser criticada por muitas coisas, mas jamais a será  por fugir de suas responsabilidades. Sempre que pôde escolher a quem perguntar, escolheu seus adversários diretos: Marina e Aécio.
    E, em todas as vezes, embora tensa e sisuda se saiu melhor que eles. Principalmente porque sabe do que diz. Tem domínio dos programas de governo que implantou. Sabe suas fragilidades e onde quer chegar.
    Marina apequenou-se. Começou o debate irritada e nervosa porque assumiu há tempos esta áurea de ungida do senhor a quem nada pode se criticar. E, embora todas as questões a ela serem pautadas em suas declarações e constantes mudanças de posições de acordo com o interesse e a conveniência, faz-se de vítima, como se houvesse uma "sórdida" orquestração para difamá-la. Um exemplo disso é que, quando senadora do PT, votou 4x contra a CPMF (está nos registros do senado), mas ela insiste em MENTIR que não votou. Aliás, eu diria que neste momento do debate ela assemelhou-se a um velho político, Paulo Maluf, que mentia descaradamente nos debates.
    Considerando que as duas lideram as pesquisas (embora eu duvide delas), o resultado dessa última semana deverá ser a perda de votos da neoneoliberal que, ou dará a vitória a Dilma no 1º turno, ou fará Marina e Aécio disputarem voto a voto a ida para o 2º.
    Aécio, aliás, que se for irá pela perda dos votos de Marina e não por suas qualidades em ganhá-los. Como um típico tucano a campanha de Aécio é baixa, na espreita. Cria vídeos de outros candidatos para minar outras candidaturas (clique aqui pra ver), está atolado de casos de corrupção (como o do AecioPorto) que a mídia esconde, etc. No debate mais uma vez foi figurante. Apareceu aqui e ali por inércia, talvez com medo de tomar outra piaba da Luciana Genro.
    Agora, um momento muito interessante desse debate foi o embate entre Genro e Eduardo Jorge. Pela primeira vez vi candidatos do "2º escalão" disputando votos entre si. Em geral os debates são de todos batendo em quem está na frente. Aqui não. Luciana se saiu muito bem nessa estratégia, tentando tirar votos de Eduardo, Aécio, Marina e Dilma.
   
No entanto, ela saiu da "vencedora" do debate para a responsável pelo maior fiasco deste. Ela sabia as regras. Teria 30s pra perguntar, o adversário 1m30 pra responder, 30s pra replica e 30 pra tréplica. ou seja 2 min x 1min ( e sem ter a última palavra). E eis que ela dá de bandeja a Levy Fidelix a pergunta que o fez destilar todo o preconceito homofóbico e incitar a violência (como se já não bastassem os muitos casos de assassinatos à gays). Teria ela se saído bem se na réplica ou depois, nas considerações finais dissesse: "se a PL 122 já tivesse aprovada, este senhor sairia do debate direto pra cadeia por incentivar crimes homofóbicos". Mas ela calou-se, deu uma resposta genérica.
    E Levy?
    Sim, ele é um pulha, um escroto, um imbecil. Muito embora ele tenha expressado o que muitos brasileiros expressam todos os dias nos botecos, nas conversas de "família", etc. Inclusive usando a mesma linguagem.
    Ou seja, ele foi sincero quanto ao que pensa, disso não tenho dúvida. Outros nesse debate gostariam de dizer o mesmo. 
    Porém, diante de tanta violência contra homossexuais ele foi sim um criminoso. E se qualquer pessoa que sofra qualquer preconceito (mulheres, negros, japoneses, etc...) disser que ele tem direito de expressar a opinião eu digo: sim, ele tem direito como sujeito, no boteco. Em rede nacional, numa emissora de concessão pública, pedir mais violência É CRIME!
    Que pague por isso.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Proposta de mudança dos campeonatos regionais.

(clique no título acima para ver a postagem completa)



Estádio Fonte Luminosa - Araraquara
Defendo, há tempos, que os campeonatos regionais são, no minimo, desprezíveis. Mas, pensando bem, uma reformulação os tornaria novamente atraentes e não traria o enorme prejuízo aos clubes grandes como atualmente traz. Pois, ficar três meses jogando com times sem condições de derrota-los cria uma situação artificial, além de, alguns jogadores caros, se machucarem nesses jogos e de nós, torcedores , ficarmos quase quatro meses sem jogos emocionantes.

Como torcedor e fanático por futebol, hoje, vendo um jogo desses campeonatos, imaginei uma das possíveis reformulações. Vou falar do campeonato paulista que é de onde estou, mas a ideia central poderia estar nos demais também.

Defendo que tenhamos 2 campeonatos regionais por ano : o campeonato paulista e a copa paulista!

Em marco, quando começaria o campeonato brasileiro, começaria também o campeonato paulista. Nele, todos os times da series A1, A2 e A3 , menos São Paulo, Santos, Corinthians e Palmeiras, seriam redistribuídos por regiões do estado. Por exemplo: região 1 : campinas: guarani, ponte preta, xv de piracicaba, rio branco de americana, paulista de jundiai... região 2: grande sp: juventus, portuguesa, santo andre, sao caetano, gremio barueri...

De marco a outubro eles jogam no grupo da região em turno e returno para incentivar a rivalidade regional e, com isso, a pressão para que os clubes montem times bons. Em outubro, 1, 2 ou 3 por grupo se classificam para os mata-matas em novembro. O campeão do mata-mata se torna o campeão paulista.

Como alguns desses times jogam as series A, B, C ou D do campeonato brasileiro, a tabela seria montada considerando também essas datas. Caso uma destas equipes se classifique para um torneio continental ( libertadores ou sulamericana), essa equipe não joga o campeonato paulista e esta automaticamente classificada para a copa paulista.

Em fevereiro do ano seguinte acontece a copa. As 4 equipes tradicionais citadas acima e as 4 semifinalistas do campeonato paulista jogam a copa que acontece nos moldes da copa do mundo.

Todo ano, uma cidade do interior recebe a copa (definida previamente, independente dos times que irao disputá-la), os 8 times são divididos em 2 grupos, jogam em turno único e depois semifinal e final, totalizando 5 datas. Um mês de pré-temporada e uma copa interessante para o torcedor.

E vc, o que acha?

domingo, 22 de dezembro de 2013

2013: pequenos avanços, retrocessos e bons sinais

SOMENTE NO FUTURO, quando analisarmos com mais profundidade o que aconteceu no ano de 2013 poderemos ter elementos mais precisos do que ele representou para a história recente da vida do povo brasileiro e para a luta social. Porém, desde logo podemos recolher alguns sinais principais.

No quesito melhoria das condições de vida da população, tivemos poucos avanços. O nível de emprego se manteve, a inflação dos preços da cesta básica se manteve e tivemos o programa de saúde pública Mais Médicos, que se propõe a levar profissionais aos lugares desamparados pela atenção medica, às vezes, na periferia das luxuosas capitais.

Porém, tivemos retrocessos na política econômica do governo, que de certa forma o Banco Central voltou a se considerar um ente autônomo, sem legitimidade para isso, e atua a seu bel prazer, aumentando a taxa de juros selic para 10%. Isso significa que vai aumentar as transferências de recursos públicos recolhidos de nossos impostos e destiná-los para os juros dos bancos, que são, afinal, apropriados em sua maioria por não mais de 5 mil ricaços, segundo estudos de Marcio Pochamnn.

Faltam recursos para democratizar a educação superior, ainda restrita aos 12% de jovens na universidade alcançados no governo Lula. Quando o necessário seria investir 10% do PIB nacional para educação.

Os investimentos públicos – de todas as esferas – em transporte público faltaram. Com isso, locomover-se nas grandes cidades é cada mais caro e sacrificado para milhões de brasileiros, que perdem horas de suas vidas no trânsito.

O custo dos alugueis e imóveis dispararam, com aumentos médios de 180% em todo o país, fruto da especulação desenfreada do capital financeiro.Pior. Com falsos argumentos, entregamos 40% de nossas reservas do pré-sal para exploração compartida com duas transnacionais europeias e duas chinesas, quando a Petrobras poderia fazê-lo sozinha.

Resultado: os ricos aumentaram seus ganhos e os trabalhadores se mantiveram na mesma base e tiveram as condições de vida pioradas.=

Na vida institucional, os conservadores, a direita e sua bancada ruralista fazem a festa impondo agendas retrógradas e de perdas de direitos dos trabalhadores, dos povos indígenas, camponeses e pobres em geral.

A conquista de uma jornada de 40 horas semanais, já em vigor na maioria dos países industrializados, aqui é banalizada e combatida pela maioria dos congressistas. Eles impediram a proposta de uma reforma política, a convocação de uma Constituinte e de um Plebiscito Popular que havia sido proposta pela própria presidenta da República no calor das mobilizações de junho.

No poder Judiciário, cada vez mais discricionário, o imperador Barbosa age à revelia de qualquer norma jurídica, com apoio da Globo e talvez, tomara, sonhando em ser candidato a alguma coisa.

Portanto, um balanço econômicopolítico-institucional de perdas para os interesses do povo brasileiro.


Sinal no final do túnel
Se é verdade que a burguesia aproveitou-se de sua hegemonia na política econômica, nos meios de comunicação e no poder político para aumentar seus ganhos e impor sua agenda, por outro lado, o ano de 2013 foi revelador, pois a juventude foi às ruas, durante dois meses seguidos e demonstrou que quer mudanças!

Em princípio barrou os aumentos das tarifas de transporte e impôs aos governos a necessidade de investimentos públicos. Porém, as mudanças foram insuficientes para as demandas colocadas pelas ruas. Sinal, de que certamente voltarão.

E, mais além do que obter conquistas imediatas, as mobilizações da juventude sempre são um termômetro em qualquer sociedade. Elas prenunciam períodos de maior conscientização política e mobilização social de todo o povo. Portanto, eles são apenas o prenúncio do que poderá vir com mais força se a classe trabalhadora lograr unidade e for à rua com um programa de reformas estruturais.

Por outro lado, no bojo desse clima, as forças populares de todo o país e de todos os setores voltaram a construir um impressionante processo de unidade popular em torno da necessidade de luta por uma reforma política. A reforma política do sistema de poder nacional, que envolve judiciário, legislativo e executivo é a porta de entrada necessária para as demais reformas estruturais, para obtermos melhorias das condições de vida ao povo.

Nesse sentido, se formou nos últimos meses uma ampla coalizão, com mais de 100 entidades, movimentos, grupos e setores, que vão desde a CUT e centrais sindicais até a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic).

Todos se juntaram para organizar um verdadeiro mutirão nacional para debater com o povo que tipo de mudanças políticas precisamos.

A ideia é recolher as sugestões do povo em milhares de reuniões de base e depois, no dia 7 de setembro de 2014, recolher a vontade popular, no plebiscito para que votem se é necessário uma Constituinte soberana e exclusiva para a reforma política.

Portanto, se 2013 foi um ano muito contraditório, mas anunciou mudanças, certamente 2014 será um ano ainda mais intenso de mobilizações e articulações das forças populares.

Fonte: editorial 564 do Jornal Brasil de Fato

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Uma arte por dia #10

(clique no título acima para ver a postagem completa)

Quando a periferia conta sua própria história é arte de primeira...
O SOM DO SABER

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Uma arte por dia #09

(clique no título acima para ver a postagem completa

Ben Enwonwu


Enwonwu, Benedict (Ben) Chukwukadibia (1921 – 1994) Artist, Painter Sculptor was born a twin on July 14th, 1921 in OnitshaAnambra State, Nigeria in to the noble family of Umueze-Aroli in Onitsha. His father was Omenka  Odigwe Emeka Enwonua technician and a sculptor who worked for the Royal Nigeria Company and his motherIlom was a successful cloth trader.
He had his secondary education at St. Patrick’s School Ibusa and Government College Ibadan in 1934, where he met Kenneth Murray. He left with Kenneth Murray for Government Umuahia. Ben Enwonwu was said to be the most gifted and technically proficient (Enwonwu foundation), he held an exhibition of his own works in 1938 at Glasgow Empire exhibition. In 1939 he was awarded a prize and bronze medal by International Business Machines (IBM). He had an exhibition of his painting and wood carvings December 31st – January 15th 1944 in London during which he met Mr. L. N. Hartford a director of Shell West Africa who helped secure a joint scholarship with Shell and the British Council that made it possible for Enwonwu to return to Britain to study art in England. He started at Ruskin School of Art in Oxford and went on to the prestigious Slade School of Fine Art University London, 1944 – 1947, he also attended Goldsmith College. He graduated from Slade with a first Class honors diploma in Sculpture. After graduation from Slade he enrolled at the University of London post graduate studies in Anthropology. In 1948 he graduated from the University of London and became a fellow of the Royal Anthropological Institute of Great Britain and Ireland and was elected to the Royal Society of British Artists.
In 1948 Ben Enwonwu returned to Nigeria and worked as an Artist Adviser to the Federal Government, he was said to have painted one of his famous works, Monotony that was acquired for the Bishop Olter Art Collection; he has become known internationally, he is described as the most renowned Nigerian Artist of the 20th Century. In 1956 he became even more famous when he was commissioned by the British Government to do a portrait of Queen Elizabeth II. A copy of the bronze sculpture stands at the parliament Building in Lagos, while the original resides in the Queens Art Collection.
Emily Robson a known art critic said that his style can be considered African modernist. His work she states offers a blend of various styles and elements of traditional West African masks into simplified body emphasis on the face, but also toned – down expression from Europe, he was able to move between cultures as he was trained professionally by the British and had his innate African skills as a sculptor.
He continued to be very productive in wood, paint and bronze, had numerous exhibitions, December 1949, African Dancers and Agbogho – Mmuo, the Onitsha masquerades Exhibition at the Lagos Center, 1950 Berkely  Galleries, London, July 13th – 14th August Gallery Apollinaire, Milan, became a member of preserve African Cultural Organization. In 1954 he became a member of the most distinguished order of the British Empire (OBE). Hewas commissioned by the Federal Government to produce a sculpture that would symbolize the new Nigerian nation for the National Museum, the resulting was the sculpture ‘Anyanwu’ (Sunshine in Igbo) remains one of his most visible works.
He held several positions in the world of Art both in Nigeria and abroad, 1966 – 1968 he became a fellow of the University of Lagos, he was appointed Art supervisor to the federal government a position he held till 1971. In 1975 he was awarded one of the highest national honors , Officer of the National Order of the Republic. In 1977 he was appointed Art Consultant to the International Secretariat, second world Black and African Festival of Art and Culture. He continued to produce public sculpture for Nigerian entities.
He was commissioned to create works for public buildings, The Drummer Boy was produced for the Nigeria Telecommunications Headquarters in Lagos, He was commissioned in 1964 to produce a sculpture for the Nigerian Electric Board’s new building in Marina, and the resulting sculpture is Sango, Yoruba god of thunder which remains one of his most famous public sculptures. He also continued to hold exhibitions, in 1985 a major retrospective exhibition was organized by Royal Society of Arts at the Mall Galleries, London, October 4th – 11th, he moved the same exhibition to Lagos at the home of the British Higher Commission in Lagos in 1987, he held his last major exhibition at the National Museum in Lagos in 1990.
Ben Enwonwu was married twice and had nine children, four sons and five daughters. He died quietly in his sleep on February 4th, 1994 at his home in Lagos. Ben Enwonwu will be remembered as one of the most prominent African Artist whose work inspire younger Artist and who help create an international visibility of African Art in all media, wood bronze and painting.
By Dr. Elsie Okobi (2010) 

domingo, 22 de setembro de 2013

sábado, 21 de setembro de 2013

Uma arte por dia #07

(clique no título acima para ver a postagem completa)

Lua Adversa - Cecília Meireles no livro Viagem Vaga Música


Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.

Fases que vão e vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.

E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases como a lua...)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu..


Cecília


mais sobre ela: http://pt.wikipedia.org/wiki/Cec%C3%ADlia_Meireles