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segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Uma arte por dia #09

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Ben Enwonwu


Enwonwu, Benedict (Ben) Chukwukadibia (1921 – 1994) Artist, Painter Sculptor was born a twin on July 14th, 1921 in OnitshaAnambra State, Nigeria in to the noble family of Umueze-Aroli in Onitsha. His father was Omenka  Odigwe Emeka Enwonua technician and a sculptor who worked for the Royal Nigeria Company and his motherIlom was a successful cloth trader.
He had his secondary education at St. Patrick’s School Ibusa and Government College Ibadan in 1934, where he met Kenneth Murray. He left with Kenneth Murray for Government Umuahia. Ben Enwonwu was said to be the most gifted and technically proficient (Enwonwu foundation), he held an exhibition of his own works in 1938 at Glasgow Empire exhibition. In 1939 he was awarded a prize and bronze medal by International Business Machines (IBM). He had an exhibition of his painting and wood carvings December 31st – January 15th 1944 in London during which he met Mr. L. N. Hartford a director of Shell West Africa who helped secure a joint scholarship with Shell and the British Council that made it possible for Enwonwu to return to Britain to study art in England. He started at Ruskin School of Art in Oxford and went on to the prestigious Slade School of Fine Art University London, 1944 – 1947, he also attended Goldsmith College. He graduated from Slade with a first Class honors diploma in Sculpture. After graduation from Slade he enrolled at the University of London post graduate studies in Anthropology. In 1948 he graduated from the University of London and became a fellow of the Royal Anthropological Institute of Great Britain and Ireland and was elected to the Royal Society of British Artists.
In 1948 Ben Enwonwu returned to Nigeria and worked as an Artist Adviser to the Federal Government, he was said to have painted one of his famous works, Monotony that was acquired for the Bishop Olter Art Collection; he has become known internationally, he is described as the most renowned Nigerian Artist of the 20th Century. In 1956 he became even more famous when he was commissioned by the British Government to do a portrait of Queen Elizabeth II. A copy of the bronze sculpture stands at the parliament Building in Lagos, while the original resides in the Queens Art Collection.
Emily Robson a known art critic said that his style can be considered African modernist. His work she states offers a blend of various styles and elements of traditional West African masks into simplified body emphasis on the face, but also toned – down expression from Europe, he was able to move between cultures as he was trained professionally by the British and had his innate African skills as a sculptor.
He continued to be very productive in wood, paint and bronze, had numerous exhibitions, December 1949, African Dancers and Agbogho – Mmuo, the Onitsha masquerades Exhibition at the Lagos Center, 1950 Berkely  Galleries, London, July 13th – 14th August Gallery Apollinaire, Milan, became a member of preserve African Cultural Organization. In 1954 he became a member of the most distinguished order of the British Empire (OBE). Hewas commissioned by the Federal Government to produce a sculpture that would symbolize the new Nigerian nation for the National Museum, the resulting was the sculpture ‘Anyanwu’ (Sunshine in Igbo) remains one of his most visible works.
He held several positions in the world of Art both in Nigeria and abroad, 1966 – 1968 he became a fellow of the University of Lagos, he was appointed Art supervisor to the federal government a position he held till 1971. In 1975 he was awarded one of the highest national honors , Officer of the National Order of the Republic. In 1977 he was appointed Art Consultant to the International Secretariat, second world Black and African Festival of Art and Culture. He continued to produce public sculpture for Nigerian entities.
He was commissioned to create works for public buildings, The Drummer Boy was produced for the Nigeria Telecommunications Headquarters in Lagos, He was commissioned in 1964 to produce a sculpture for the Nigerian Electric Board’s new building in Marina, and the resulting sculpture is Sango, Yoruba god of thunder which remains one of his most famous public sculptures. He also continued to hold exhibitions, in 1985 a major retrospective exhibition was organized by Royal Society of Arts at the Mall Galleries, London, October 4th – 11th, he moved the same exhibition to Lagos at the home of the British Higher Commission in Lagos in 1987, he held his last major exhibition at the National Museum in Lagos in 1990.
Ben Enwonwu was married twice and had nine children, four sons and five daughters. He died quietly in his sleep on February 4th, 1994 at his home in Lagos. Ben Enwonwu will be remembered as one of the most prominent African Artist whose work inspire younger Artist and who help create an international visibility of African Art in all media, wood bronze and painting.
By Dr. Elsie Okobi (2010) 

terça-feira, 27 de novembro de 2012

A Moda na África

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Pauta interessante e inusitada sobre África. Foge bastante dos padrões.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

As campeãs do carnaval.

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Daqui a pouco começa a apuração do desfile das escolas de samba de SP e, amanhã, as do RJ.
Antes do anúncio oficial, para mim o carnaval já tem duas campeãs: Mocidade Alegre e Portela.
A Mocidade não é das mais tradicionais escolas de samba de SP. Existe desde 1967 e é do bairro do Limão, Zona Norte de São Paulo. Ganhou até hoje 8 títulos, sendo que os últimos 3 na primeira década do séc XXI, depois de ficar 24 anos sem ganhá-lo.
Este ano, a Mocidade homenageou o centenário de Jorge Amado e, a partir do livro Tenda dos Milagres falou bastante da crença nos orixás e fez um desfile com o principal objetivo de mexer com o preconceito contra as religiões de matrizes africanas.


E por tudo isso merece o título, na minha opinião. Obviamente essa é uma opinião subjetiva de quem frequenta a escola e é apaixonado pela temática.


 


Esse aliás, é um dos principais motivos de eu querer também a Portela campeã. Portela que, ao contrário da Mocidade é bem tradicional. Tem o dobro da idade da primeira (88 anos). Tem 21 títulos só que o último em 1984 e esse ano também teve como tema a Bahia e os orixás.





Só que a Portela partiu do Nosso Senhor do Bonfim, que no sincretismo baiano representa Oxalá.
Os que me conhecem sabem ( às vezes duvidam) que não tenho crenças e não sou religioso. No entanto, sou  incansável  na luta contra qualquer preconceito. Especialmente quando o preconceito é de cor.
As religiões dos orixás incomodam uma parte do povo brasileiro exatamente por serem de matrizes africana.
E é uma pena que hoje em dia em territórios onde a população negra é a maioria, essas religiões também sofrem preconceito. Bairros inteiros estão dominados por seus lideres espirituais engravatados que determinam o que cada um pode e deve fazer e o gado segue em nome de Deus e do sei lá mais o que.
As religiões de matrizes africanas são o contrário disso. Pregam a liberdade, a alegria, a dança e a utilização do corpo como ferramenta de expressão e de vida. É isso que me encanta nesse terreno e é por isso, para provocar o rebanho que cada vez mais se reprime e fica cinza como a cidade de SP, que apoio o candomblé e a umbanda com suas cores, danças e sabores.


Sendo assim,  Mocidade Alegre e Portela,  que tiveram a audácia de trazerem para a avenida esse colorido já são para mim as campeãs do carnaval!






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sábado, 29 de outubro de 2011

Brasil e África, um só continente.

Quando eu olhava o mapa do mundo eu pensava: que grande viagem imaginar que um dia só havia um continente e que eles se separaram.


Semana passada, quando cheguei em Varela, cidade no norte da Guiné-Bissau já na divisa com o Senegal percebi que a viagem era minha de não acreditar.

Na estrada

Varela é um daqueles paraísos terrestres "onde a gente a natureza feliz (vivem) sempre em comunhão".

Era como se eu estivesse chegando numa das maravilhosas praias ao norte da Bahia, onde já estive tantas vezes e tantas vezes já me encantei.


Ou então, ali perto de Pipa (RN) com as falésias ao fundo da costa.

Um lugar tão familiar e querido que por pouco uma lágrima não escorreu pelo rosto. Mas não lágrimas de tristeza ou de saudade, mas de encantamento e alegria por estar ali.

Só que não era tudo.


Esse elemento da natureza que definitivamente me transforma e seduz.

(curioso que escrevendo isso me lembrei de que quando eu tinha 18 anos estava viajando pela costa brasileira com a minha amiga Theda Cabrera e, antes de partirmos ela fez meu mapa astral. E na leitura que fez, me disse que eu devia tomar sempre cuidado com o mar, pois eu me seduzo fácil por ele e posso perder o limite. Nunca mais esqueci isso, e sempre tomo cuidados)
Mas, voltando a Varela, o mar tem a temperatura de uns 20º, ou seja, maravilhoso e relaxante. 

Além disso, passamos o dia (eu, Cintia Gusson e Joaquim Ventura) com 4 crianças locais divertidíssimas e lindas, que o tempo todo nos fez cia e nós a eles.

Para finalizar esse paraíso, que infelizmente, só durou 24h, a pousada:

A "mana Fa" como eles chamam a dona é uma portuguesa, casada com um italiano e que ali se instalou. Ela criou uma pousada com estilo "minha casa", com pequenos bongolôs dormitórios típicos de cidade praiana, como sempre fui na minha infância e adolescência. Seu marido é o cozinheiro e fez taliateli e spagueti original, deliciosos.

Alguém duvida que depois disso fiquei radiante?

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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Poesia Guineense

Eu sou menino de Tabanca


Ao amanhecer piso o chão suado,
Recordo melodias, acalentos.
Eu sou menino cultivador,
Semeio as doces flores no meu sonho,
As minhas mãos adultas se sujam de terra fértil.


A minha barriga é um tambor
Um tambor que não soa dor,
O meu pé é uma enxada que rompe o solo campestre.
Nas noites suadas, a lua apaga-se dentro do meu sangue
(No sangue febril e morno de menino)
Embebedam-se as ervas e as raízes para matar os vermes
Mas estes malignos bichos rejeitam os efeitos
e brincam no meu tambor.


Não posso renegar o que sou
Obedeço a mim de ser o menino de tabanca.
O meu nome está nas folhas das ervas
Nas margens dos arvoredos ou matagal
Não nas folhas do notariado.






Sei que o meu direito é torto, mas,
Na tabanca vivo à vontade
Ninguém me desconhece
A minha identidade está nos calos das mãos e dos calcanhares
Está nos olhares famintos que perfuram gaiolas de passarinhos,
Está nas sombras floridas em que me instalo
Por ser menino, canto esses versos vulgares, melodicos.
Berro e cacarejo enquanto cultivo na terra molhada.
Misteriosamente desobedeço aos preceitos tabanqueiros.
Como se vê, no desvio do meu pranto,
Resgato do chão submerso a esperança de quem sou
Do simples Menino de tabanca que sonha.

António Navegante de Catidi

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Dança interna que começa para sempre.

Já sinto os tambores pulsando a mil por hora junto com as batidas do meu coração.
Os cheiros, as cores, a identidade guerreira e libertária que me tomam há tempos e que agora se torna realidade. 
Realidade nunca imaginada, nunca sonhada.
Mas cada vez mais desejada. Me desafiando, me pondo a prova e me tirando do eixo, se é que um dia já tive algum.
Que seja mais do que transformador. Que seja o começo de uma nova era.
Oxalá!





A romã, a tribo, a procura
O caldo da cultura, o cauim
A quermesse, o curso, a bienal, a escultura
Hosana nas alturas, anjos no céu de Berlim.
Osasco
Osaka
Rosa
Bomba
Maca
Ossos do office-curumim
Dança o povo negro
Dança o povo índio
Sobre as roças mortas de aipim
Dança a nova tribo
Dança o povo inteiro
Dança a moça triste do Benin

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Citação de Amilcar Cabral

"Vivo intensamente a vida e dela recebo experiências que me dão uma determinada direção, uma via que devo seguir, não importa as perdas pessoais que isso exija de mi,. Eis a minha razão de ser na vida"         Amílcar Cabral

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Finalizando a 1ª ida a Guiné Bissau

Para terminar o relato de minha ida a Guiné-Bissau, publico aqui 4 pequenas matérias da Rede Brasil sobre o país e um vídeo recordação que fiz com fotos e momentos que lá vivi. Se puder, deixe um comentário aqui no blog. (Não precisa ter registro. Quando clicar em comentarios abaixo da caixa de comentário  escolha a identidade nome/url)





Netos de Bandim





Maior parte de Guiné Bissau vive na informalidade




À noite, Guiné-Bissau vive à luz de velas





Minha Viagem Concluída


terça-feira, 14 de junho de 2011

Lideranças comunitárias em Bissau

O objetivo final da minha vinda a Guiné-Bissau foi mostrar aos jovens que é possível usar do teatro como ferramenta de educação de valores, posturas e consciência crítica. Mas, para isso, eles precisariam me mostrar na prática como atuam com crianças.


Mano MM se prepara
Quando chegamos ao bairro São Paulo (sim, este é o nome do bairro em Bissau) vi algo que nunca tinha visto pessoalmente no Brasil. O que de fato é uma liderança comunitária. Muitos dos jovens da associação amizade são líderes, mas o Mano Máquina Motor é uma liderança que alia o desejo de mudança, com o  carisma e o prazer em liderar. 


Ele tem um musiquinha que todos cantam sempre que ele quer começar a falar. Não tenho ideia do que diz a letra da musica, pois só entendo dela o nome dele. O fato é que todos, crianças, jovens e adultos o respeitam e a cantam. E ele sabe disso.


E ai, não sei se é um olhar estrangeirado, este bairro me fez ver de novo o sentido do termo comunidade. Aqui sim se pode dizer assim. COMUNIDADE.


O bairro é na verdade um vilarejo de terra, casas de adobe, água do poço e tudo que você pode imaginar numa comunidade rural sertaneja do Brasil. 


Todos obviamente se conhecem e o grupo de jovens que participa das oficinas que estamos oferecendo aqui são legitimados pelos moradores daqui.


Jovens do Teatro replanejam as atividades na comunidade
Quando chegamos a Bongolô Cultural, uma especie de quiosque que eles construíram já no desenvolvimento desse projeto, tínhamos somente os jovens das oficinas a nos esperar e os moradores nas suas atividades de casa.


De repente, a Bongolo foi se enchendo. Vieram as crianças, os jovens e depois as mulheres e homens e quando começaram a cantar a musiquinha do Maquina Motor dentro da Bongolo já devia ter umas 50 crianças.


E foi assim, com 50 crianças que os jovens tiveram que se virar pra darem as atividades que preparamos para 15...


Pouca gente na Bongolo?

segunda-feira, 13 de junho de 2011

O trabalho em Guiné Bissau.


Trabalho há oito anos e quatro meses na Fundação Gol de Letra. Atualmente minha função lá é AGITADOR CULTURAL, mas ja fiz de tudo muito: fui educador voluntário de teatro no FAC (Formação de Agentes Comunitários), estagiário e assistente de coordenação na Comunicação Institucional, arte-educador de crianças no VJ (Virando o Jogo), educomunicador de audiovisual, novamente no FAC, e voluntário de rede social  na RVAT (Rede Vila Albertina-Tremembé).


A Fundação, e se eu não for preciso em algum dado, por favor, quem tiver a informação exata publica ai nos comentários, desde 2009 tem um núcleo de disseminação de práticas socio-educacionais. Um desses projetos é o de Guiné Bissau. Em parceria com a ABC (Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores - para saber mais clique aqui e leia a página 73 do Catálogo ABC de Cooperação Técnica do Brasil para a Africa em 2010 ) ela vem trabalhando para a missão de implantar um centro educacional na Comunidade São Paulo, aqui em Guiné.  


Jovens lideranças do bairro serão os gestores e executores deste projeto e entre outras coisas ele terá no contra-turno da escola uma oficina de teatro. Fui então convidado para oferecer uma oficina de preparação em arte-educação teatral para essas jovens lideranças.  Além disso, eu e os outros dois colegas de trabalho aqui presentes, Edgard Arantes, analista de projetos e responsável pela sistematização e André Freitas, educador de música conseguimos agregar a participação dos integrantes do grupo teatral de guiné, "US Fidalgos"  e do grupo de música e dança "Netos de Bandim".


No primeiro dia fizemos um trabalho teórico prático sobre o tema. O assunto correu solto sobre Paulo Freire, educação libertária, pedagogia do oprimido e da autonomia. Na prática fizemos alguns jogos teatrais com base no trabalho desenvolvido por Joana Lopes e sistematizado no livro "Pega Teatro".


A próxima etapa será a de preparar e executar uma atividade prática para as crianças do bairro.


obs: com exceção das fotos, as imagens são ilustrativas e retiradas de links no google.
  

quarta-feira, 8 de junho de 2011

A riqueza do povo em Guiné- Bissau.

Como já era esperado, o contato com as pessoas seria o momento da mudança entre o visto com os olhos e os contatos e as relações humanas.


Tudo começou numa "assembleia" no Bairro Militar, perto da comunidade SP, onde está em implantação o Centro Educacional. Havia uma polêmica sobre o Regulo, chefe tradicional e dono da terra. 




Independente da polêmica do Regulo, o curioso foi a reação das pessoas à nossa chegada. Claro, éramos ETs chegando de carro, brancos e falando uma outra lingua, porque apesar deles falarem Português, a língua do povo aqui é o Crioulo (clique aqui para ler o post sobre essa lingua do Leonardo Campos, estagiário da UNESCO aqui em Guine-Bissau).


Mas, aos poucos, fomos nos aproximando e, claro a receptividade foi imediata. Nuno, o menino desta foto conversou comigo e me ajudou a tirar as demais fotos.


No final, as crianças dando adeus dizem mais do que qualquer palavra. Não acham?



terça-feira, 7 de junho de 2011

Saneamento Básico em Guiné-Bissau.

Saneamento básico.


Um tema caro para os guineenses. Na rua principal da capital, Bissau, você encontra a mensagem: "O Paludismo é a principal causa de mortes e doenças na Guiné- Bissau. Ajude a combatê-lo!"
Paludismo é o nome técnico para Malária, causada por protozoários parasitas.

Caminhando pelas ruas não é difícil de entender as razões dessa "epidemia".~

Na foto abaixo você vê uma delas. A rampinha cobre o esgoto que corre a céu aberto e na altura da rua. A maioria das casas têem essa rampinha e o esgoto correndo a frente delas. É como se você andasse pela Avenida Paulista e a sua direita corresse um pequeno córrego de esgoto com algumas rampinhas na porta de cada edifício para entrar neles.


Logo se percebe o quanto de mosquito, ratos e outros transmissores deve-se ter por ali. Mas, infelizmente, isso não é tudo. Parece que não há coleta de lixo, então, pelas ruas, pequenos "lixões" se instalam. 

Mas fico mal de descrever Bissau desse jeito, afinal sei que todo bairro/cidade com problemas também tem sua riqueza e coisas muito interessantes.


Por isso, não vou ficar a descrever catástrofes e a colocar o país como o fim do mundo. O que eu vejo aqui não é muito além do que já vi no complexo da maré - RJ, em algumas áreas da Vila Albertina, ou em muitos bairros de Salvador - BA. 

Só que não dá para ignorar tudo isso nas primeiras impressões do lugar. Mesmo porque, nosso primeiro sentido é a visão. O conhecimento, o contato e as relações virão depois e , creio, é nessa área que tudo irá mudar.

Guine-Bissau

É realmente muito dificil fazer um primeiro texto sobre esta nova experiência que é estar na África e, em especial, Guiné-Bissau.
Bissau é um país a leste do continente, o que seria a "continuação" do estado do Pernambuco quando supostamente os continentes eram juntos.
Então, pra começar, dá pra dizer que a "geografia" daqui é muito semelhante. Clima quente, por vezes árido, com muita terra e poeira e, claro, isso determina muita coisa.

Exibir mapa ampliado

Por exemplo:
as roupas usadas são em geral leves e com cores.
Nos bairros pobres, as casas são feitas com tijolos de barro, construidos com a terra tirada do chão.

Claro que dizer bairro pobre, em termos sociais e econômicos, é um eufemismo. Porque não existe bairro rico. Mas mesmo dentro da homogeneidade da pobreza há uma diferença social gritante. E é dessa diferença que surge o trabalho que estou fazendo aqui, de cooperação na implementação de um projeto social na Comunidade São Paulo.

Mas disso volto a falar depois. Termino essa primeira impressão apenas dizendo que, com muitas diferenças, o que vejo aqui não é muito díspare do que já vi em minhas muitas andanças pelo nordeste brasileiro, especialmente no seu sertão.