domingo, 9 de outubro de 2011

Um mês de adaptação.

Antes de mais nada, quero dizer que custou-me muito escrever esta postagem.


Mas, parece, finalmente posso falar das emoções de estar na Guiné pela 2ª vez e, desta vez, de uma maneira tão intensa.


Para os mais desavisados (a culpa é de vocês que somem da minha vida e não sabem o que estou fazendo...rs), estou aqui a trabalho. Após 8 anos e meio na Fundação Gol de Letra pedi pra sair.


Sem falsa modéstia e também sem arrogância, nesse período fui muito competente nas múltiplas funções que lá desempenhei e tenho muito orgulho de ter saído de lá tendo um ótimo relacionamento com as 3 principais coordenações da casa: Sóstenes, Patrícia e Olga.






Esses três sempre confiaram no meu trabalho e mesmo nos momentos difíceis que lá passei (quem não passa, não é, trabalhando tanto tempo num mesmo lugar?) recebi os seus apoios.


Enfim, graças então à minha competência e ao meu bom relacionamento com eles é que fui indicado a representar 4 instituições brasileiras no projeto educacional aqui na África. A saber: ABC - Agência Brasileira de Cooperação, Ministério da Educação - BR, Fundação Gol de Letra e Instituto Elos.


Não vou descrever aqui as múltiplas funções que exerço, mas sim contar um pouco do como está sendo esta experiência pessoal: difícil!


Primeiro, e talvez principalmente, porque sou branco. O branco aqui tem uma simbologia: é o explorador, o carrasco que sempre destruiu essa terra. Mas, ao mesmo tempo, representa o dinheiro, coisa rara na 5ª população mais pobre do planeta.


Com isso, fica difícil sair à rua sem ser interpelado pelo já tradicional no Brasil: - Tio, me dá um real?!


Fora que, muitas vezes, eles são hostis porque acham que tenho a obrigação de dar o que eles me pedem.


Claro que isso não é em todos os lugares. No bairro onde trabalho sou muito bem recebido e acolhido pelos jovens que lá estão.


Com tudo isso, a reação natural do ser-humano é se fechar e, apesar de ter 2 grandes parceiros brasileiros aqui comigo, o isolamento e a saudade de tudo fica um pouco mais forte.


Se hoje escrevo sobre isso é porque, na verdade, as coisas estão mudando um pouco. Tenho caminhado mais nas ruas, falado com algumas pessoas fora do projeto e, o que me deixou mais tranquilo, ontem fui a uma partida de futebol Guine-Bissau x Angola e pela primeira vez não fomos abordados como estrangeiros.


Estou bastante confiante que este segundo mês aqui vai ser diferente, pois vou relaxar ainda mais e tentar, de fato, interagir com o povo, como sempre faço nos lugares que visito.

2 comentários:

  1. ol DANI FIQUEI FELIZ AGORA POIS ESTIVE NA GOL E SO ME DISSERAM QUE VOCENAO ESTAVA MAIS SEI QUE VAI FAZER UM TRABALHO MARAVILHOOOOPOIS COM SUA COMPETENCIA E FORCA VAI LONGE .
    BEIJOSSS
    EDNA SEJA MUITO FELIZ

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  2. Adorei o relato! Experiência incrível essa sua. Parabéns pela coragem em aceitar esta literalmente viagem.

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