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MARINA NOVAES
Direto de São Paulo
O ex-ministro da Cultura Juca Ferreira, que comandou a pasta nos dois últimos anos do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse nesta quarta-feira (21), em entrevista em São Paulo, que sua sucessora, a ministra Ana de Hollanda, "desconstruiu" as ações desenvolvidas pelo ministério no governo anterior. O político, que atualmente vive na Espanha, mas viajou à capital paulista para participar do seminário de abertura do Fórum Internacional de Gestão Cultural, realizado no Conjunto Nacional, evitou criticá-la diretamente, apesar de não ter escondido sua insatisfação com o que vem sendo feito atualmente.
"Para a minha surpresa, em um Governo de continuidade com essas características, o Ministério da Cultura teve uma postura de ruptura", alfinetou. "Não foi nem de colocar algo no lugar. Na verdade, foi de desconstruir o que foi feito nos oito anos do governo Lula. Em muitas partes do mundo, tomam como referência o que fizemos. Então essa desconstrução não se justifica, não aponta um avanço. Pelo contrário."
Ferreira evitou aprofundar suas críticas para não ser "deselegante" e por não estar acompanhado de perto a gestão da ministra. Ele também fez questão de ressaltar que, apesar do descontentamento com sua antiga área, aprova o Governo de Dilma Rousseff.
"Acho que Dilma está indo muito bem, dando continuidade a um processo que se iniciou com Lula. Desde a redemocratização o Brasil vem avançando, mas deu um salto enorme no governo Lula", justificou. "Dilma está mostrando muita competência na administração da economia neste momento de crise e enfrentando uma conjuntura diferente da que Lula enfrentou."
Para Ferreira, o maior desafio do Governo na área da cultura é passar a enxergá-la como parte importante do plano de desenvolvimento do Brasil. "Nós partimos do princípio que cultura é estratégia, é fundamental. Você não desenvolve um país aumentando apenas a capacidade produtiva e desenvolvendo a economia. O desafio é retomar esse caminho", concluiu.
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A carta divulgada ontem pelo Estadão (abaixo) assinada por alguns intelectuais, entre eles Marilena Chaui, histórica militante petista, está agora no Petition on Line e pode ser assinada por todos que com ela concordam. O leitor pode acessá-la por este link http://peticaopublica.com.br/?pi=P2012N22382
Entre outros trechos fortes, o manifesto diz:
“O despreparo para a prática do diálogo e do embate crítico por parte dos atuais responsáveis pelo MinC é dolorosamente evidente. É assustador, por exemplo, que em recente entrevista a ministra afirme que tem vivido uma ‘guerra de nervos’ e que todo o seu universo de preocupação esteja reduzido à sensação de que os que discordam de sua gestão estejam apenas querendo derrubá-la de seu posto.”
Segue o manifesto:
Na última década, o Ministério da Cultura transformou-se em uma área especialmente dinâmica do governo federal. Ao reconhecer a importância primária das práticas de sentido para a vida social, o Estado deu-se finalmente conta de que tem responsabilidades incontornáveis no que toca ao estímulo, apoio e defesa das manifestações criativas que emergem do povo, ou melhor, dos povos brasileiros como expressão de sua vitalidade e de sua personalidade.
À medida que o país foi ganhando projeção internacional, maior foi se tornando a necessidade de definirmos e consolidarmos a contribuição distintiva que o Brasil espera estar em condições de dar à civilização mundial. Com este objetivo, a abertura da esfera pública a uma multiplicidade de agentes e ações, oriundos de todas as regiões do Brasil, ligados à criação de cultura, isto é, de valor existencial – artistas, ativistas digitais, produtores culturais, editoras independentes, coletivos experimentais, criadores da moda e do design, intelectuais, povos indígenas, comunidades tradicionais, quilombolas, movimentos contra a discriminação de gênero e de orientação sexual, ambientalistas, grupos culturais dos mais variados matizes e propósitos – constituiu-se em uma das experiências institucionais mais inovadoras que o Estado brasileiro jamais promoveu. Sob a liderança das gestões da cultura durante os 8 anos do governo Lula, o acolhimento entusiástico de uma vasta gama de manifestações antropológicas, tradicionais como modernas, regionais como nacionais, locais como globais, deu direito de cidadania e densidade politica a vários conceitos novos, doravante parte de nosso vocabulário de política pública: “cultura digital”, “pontos de cultura”, “cultura viva”, “patrimônio imaterial”, “cidades criativas”, “economia da cultura”, “diversidade cultural”, “creative commons”, “compartilhamento”, “cultura e pensamento”, “cidadania colaborativa”, “participação setorial” e tantos outros. Um Plano Nacional de Cultura foi redigido pelo MinC com ampla participação dos setores interessados, e foi aprovado pelo Congresso Nacional. Tratou-se de um esforço consistentemente democrático de transformação da agitação social em meio de conquista de uma voz pública, de expressão da força viva dos povos de nosso país nos termos de um discurso de dimensões propriamente políticas, no sentido mais nobre da palavra.
Como herdeiro legítimo deste legado, o governo Dilma tem um grande desafio pela frente. É enorme a expectativa dos inúmeros grupos envolvidos no processo de emancipação cultural iniciado nas gestões passadas. Os que acompanham, como cidadãos, essa histórica reviravolta inquietam-se sobre a orientação que irá prevalecer uma vez encerrado o primeiro ano de uma gestão federal de cultura marcado por hesitações, conflitos e por mudanças de rumo que nos têm parecido infelizes.
É inevitável constatar que houve inúmeras perdas de visibilidade e de nitidez no horizonte da política cultural, comprometendo a imagem de um país que avança para o futuro sem perder a relação com seu passado, e que se moderniza sem destruir suas tradições. Depois de inúmeras notícias desalentadoras ao longo do ano que passou, a opinião pública constata que a presente gestão de nossa política cultural vem se mostrando descomprometida com o legado das conquistas recentes neste âmbito, como o atestam as inúmeras iniciativas de grande impacto dentro e fora do País. É digno de nota, em particular, o que parece ser o total desconhecimento, por parte da atual gestão do MinC, do debate internacional sobre os desafios que o novo regime capitalista globalizado coloca para os criadores em todos os âmbitos da cultura, nesta época em que a criação de valores existenciais se viu capturada e sujeitada pela produção de valor econômico.
O despreparo para a prática do diálogo e do embate crítico por parte dos atuais responsáveis pelo MinC é dolorosamente evidente. É assustador, por exemplo, que em recente entrevista a ministra afirme que tem vivido uma “guerra de nervos” e que todo o seu universo de preocupação esteja reduzido à sensação de que os que discordam de sua gestão estejam apenas querendo derrubá-la de seu posto, deixando de lado o sentido maior da vida democrática que é a possibilidade do diálogo e da reconciliação em benefício de algo público e de grandeza comum.
A criação cultural é indissociável da construção inovadora de horizontes para o País, é a cultura que forma as realidades que nos condicionam e projetam os destinos da vida em comum. Não faz mais sentido pensar nos quadros anacrônicos que tinham a chamada “infraestrutura”, ou economia, como elemento primacial da vida humana, ao passo que a cultura, ou “superestrutura”, era vista como artigo de luxo. Pois não é possível, justamente, entrarmos em pleno século 21 equipados com uma “superestrutura” mental que data do século 19. É um engano gravíssimo um Estado contemporâneo não dar a devida importância à agenda das políticas culturais, pois a economia sem a cultura não pode mais do que propagar a desvalorização de uma sociedade, colocando-a a mercê de interesses estritamente econômicos.
Desde que a crise global se abateu sobre o ocidente capitalista em 2008, a agenda cultural se tornou um tema ainda mais importante para nós e as disputas de sentido vão direcionando os possíveis caminhos a seguir. Ora, foi precisamente neste momento crítico que passamos a constatar a decadência do protagonismo do governo federal na área da política cultural, com a trágica perda de capacidade para gerar consensos mínimos e coordenar o desenho de horizontes para os inúmeros segmentos que estavam sendo reconhecidos pelo governo Lula. Esse perigoso isolamento do MinC pode nos fazer retroceder mais e mais nos próximos anos, ainda que a prosperidade econômica se mantenha. A mera celebração de uma “cultura” concebida como excedente simbólico entregue a profissionais consagrados da indústria de entretenimento certamente não pode substituir a consciência ativa do papel central que a força de trabalho criativa passou a desempenhar no cenário do novo regime capitalista. O MinC de hoje desconhece os sistemas de acumulação financeira, de ganho unilateral de corporações com os direitos autorais e de imagens. Ao tornar-se refém de um modelo institucional arcaico, o governo federal vai aceitando que as forças mais reativas do modelo neoliberal passem a conduzir as subjetividades, tornando-se um instrumento para sustentar apenas desejos sociais compulsivos de consumo, como se estes fossem o meio de produção de sociabilidade.
Neste sentido, a escolha do(a) ministro(a) que a Presidenta tem em suas mãos é um dos trunfos fundamentais na consolidação do projeto de país que se começou a implantar desde o fim da ditadura militar. Esta é uma responsabilidade crucial do governo federal e da sociedade civil, não podendo ser deixada ao sabor da Realpolitik e seus jogos de acomodação partidária. Esperamos que Dilma Rousseff, que tem mostrado grande competência na condução do País em outros setores, confirmada pelos altos índices de aceitação popular, tenha sensibilidade e coragem para indicar um ministro da cultura à altura do que requer este cargo, em vista da importância do Brasil no cenário mundial contemporâneo. Um(a) ministro(a) que alie uma escuta fina para a diversidade cultural, no acompanhamento das complexas demandas culturais internas e na articulação ousada com o cenário internacional, sobretudo em torno dos problemas deste novo estatuto da cultura.
A experiência acumulada por este nome escolhido é algo essencial neste momento. Quer em termos profissionais, quer em familiaridade com a política da criação contemporânea e a rica variedade a de suas manifestações, uma liderança suprapartidária e democrática é o que pode garantir um pulso firme e uma capacidade de gestão dinâmica, de verdadeira liderança nesta direção que o presente nos aponta. Nós signatários, como todos os produtores de cultura neste País, temos nossa parcela de responsabilidade nesta tarefa: cabe a nós o apoio ao futuro portador desta inteligência de qualidade cultural e a exigência de uma escolha acertada para os próximos anos da atual gestão federal neste importante âmbito da vida nacional.
MARILENA CHAUÍ, EDUARDO VIVEIROS DE CASTRO, SUELY ROLNIK, LAYMERT GARCIA DOS SANTOS, GABRIEL COHN, MANUELA CARNEIRO DA CUNHA, MOACIR DOS ANJOS
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Concordo 100% com o artigo abaixo do deputado Jean Wyllys
Certa vez, em resposta a uma das minhas frequentes manifestações no Twitter contra o discurso populista e hipócrita de parlamentares do DEM e do PSDB, um dos meus milhares seguidores me chamou de “petista enrustido”.
No momento, achei a expressão um equívoco. Mas, depois, conclui que ele, o seguidor, não estava de todo equivocado. Em que pese a minha opção consciente e consequente pelo PSOL no momento de me filiar a um partido político, a verdade é que a minha formação e engajamento políticos passam, sim, pelo PT mesmo sem nunca ter integrado oficialmente o mesmo.
Na eleição presidencial de 1989 (a primeira eleição direta após duas décadas de ditadura militar), embora não tivesse idade para votar – eu votaria pela primeira vez nas eleições de 1994 – fiz intensa campanha para Lula e desfilava pelos corredores do Centro Educacional Cenecista Alcindo de Camargo, onde cursava a oitava série, com a camisa e a mochila decoradas por botons do partido, a cantarolar o jingle da campanha “Sem medo de ser feliz”, envolvido que eu era, então, com o movimento pastoral da Igreja Católica e membro de uma CEB (Comunidade Eclesial de Base), ambos íntimos do PT.
Lula não venceu aquela eleição, para nossa tristeza. Mas venceria a de 2002, em que enfrentou o candidato tucano José Serra, em cujo vídeo de campanha a atriz Regina Duarte (a quem admiro e respeito sinceramente) aparecia afirmando ter “medo” do candidato petista. Como candidato que já naquela época flertava com a direita e suas táticas políticas, José Serra e sua equipe tinham o objetivo claro de manipular os medos e os preconceitos da maioria da população por meio do depoimento de uma atriz popular. Não deu certo. Lula venceu a eleição.
“A esperança venceu o medo”, dizíamos todos que acreditávamos que, ao chegar à Presidência, o PT traria dias melhores para o país, aproveitando-se do que havia de bom no legado deixado por Fernando Henrique Cardoso.
Bom, não podemos chamar a conversão de pobres em consumidores necessariamente de “dias melhores” (o consumo não veio acompanhado de uma educação para o consumo, por exemplo, e os efeitos desse consumo no meio ambiente já se fazem notar), mas é inegável que, em seus dois mandatos, Lula deu mais atenção à pobreza que o antecessor Fernando Henrique Cardoso.
Não que os banqueiros e o mercado financeiro e os grandes empresários e os latifundiários e os corruptos tenham deixado de ganhar durante os governos Lula, ao contrário. Mas Lula deu alguma atenção à pobreza porque, para usar suas próprias palavras, “cuidar dos pobres no Brasil é muito barato”, ou seja, na prática, não custa quase nada “às elites” egoístas que, até a chegada de Lula à presidência, opunham-se a dar essa migalha ao povo sofrido – uma sensibilidade que o sociólogo não teve e que o operário nordestino só teve porque conheceu, de perto, a pobreza.
Não foi feita a reforma agrária nem a fiscal nem a política. Lula apenas acenou para as minorias sociais (mas ao menos acenou!) sem implementar políticas públicas eficazes nem pressionar sua base parlamentar para aprovar leis que garantissem os direitos humanos dessas minorias e atendessem às suas reivindicações.
Contudo, no segundo turno da eleição de 2010, demos mais um voto de confiança no PT, em parte porque o candidato José Serra e as forças políticas tenebrosas que se agregaram em torno dele não mereciam confiança nem voto, em parte porque a esperança é a última que morre, ou seja, acreditamos que os oitos anos da era Lula serviram para criar as bases para um avanço real em justiça social e garantias de liberdades civis e direitos humanos, sobretudo porque quem se opunha a Serra era uma mulher que sentiu, na pele, as dores da violação de direitos humanos e da privação de liberdades.
O primeiro ano do mandato de Dilma Rousseff mostrou que estávamos enganados; que o PT enganou a todos nós.
Ao contrário do que foi dito naquele ano de 2002, o medo venceu a esperança. O medo se tornou a paixão dominante da presidenta. “O medo é a moda dessa triste temporada”, para citar o belo verso de Zeca Baleiro.
No que diz respeito à garantia e promoção de direitos humanos de minorias e ao enfrentamento das tenebrosas forças políticas que já estiveram ao lado de Serra e, hoje, compõem a base do governo e têm influência no Palácio do Planalto e nos ministérios, a presidenta Dilma está paralisada pelo medo.
Eu poderia citar algumas consequências concretas desse medo – as violências praticadas contra os povos indígenas nas obras de Belo Monte, o enterro do projeto Escola sem Homofobia, a exclusão de vídeos para LGBTs da campanha de prevenção à AIDS no Carnaval, a Medida Provisória que cria cadastro compulsório para grávida, o Código Florestal que anistia madeireiros e não protege as florestas – mas prefiro dizer que o medo de Dilma de enfrentar a direita conservadora vem impedindo o governo de proteger o meio ambiente; de tornar real o ideal de igualdade de oportunidades; de reduzir os gastos com uma questionável dívida pública e de defender direitos humanos.
E esse medo é permanentemente “explicado” e “justificado” por uma militância esperançada ou cínica. Sobretudo nas redes sociais, militantes e líderes de movimentos sociais cooptados estão sempre a postos para “desculpabilizar” o medo do governo e livrá-lo do ônus de suas escolhas. Entretanto, o medo pode ser um mau conselheiro.
O que há por trás desse medo? A vontade do PT de permanecer no poder a qualquer custo, uma vez que o experimentou. O que há por trás do medo? O famigerado “pragmatismo”! O que há por trás do medo? A vontade de ser e continuar popular.
Ora, Como ressalta o filósofo francês Luc Ferry, que foi ministro da Educação em seu país, “é preciso ser popular para se conquistar o poder, e seria necessário poder ser, às vezes, impopular para exercê-lo bem”.
Mas o PT deseja exercer bem o poder? Ou quer apenas a popularidade para permanecer nele, ainda que com medo? Parafraseando um provérbio árabe, o partido ou político que nunca, no poder, encontrou um motivo para pô-lo em risco deve nos deixar desconfiados…
Se eu sou um “petista enrustido”, como disse o seguidor; se tenho alguma afinidade com o PT, certamente não é com esse PT que há nove anos está na Presidência, principalmente com o PT da presidenta Dilma.
Se tenho alguma afinidade com o PT, é certamente com aquele que se parece com o PSOL.
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Leia a coluna de Jose Luiz Portella. A ideia é muito boa. Só precisa de vontade política. Teria um governo tucano essa vontade?
Entre tantos problemas, surge uma ótima ideia: o Hidroanel Metropolitano. Um projeto estruturante fantástico. Com vários benefícios.
É um conjunto de vias navegáveis formado pelos rios Pinheiros e Tietê, pelas represas Billings e Taiaçupeba, mais um canal e um túnel que fazem a ligação entre essas duas represas. Aproximadamente 170 km de hidrovias inseridos na região metropolitana, boa parte dentro de nossa cidade, sob a responsabilidade do Departamento Hidroviário.
O estudo de viabilidade técnica foi apresentado em seminário aberto na FAU-USP, esta semana.
O hidroanel deve transportar cargas que se movimentam hoje na cidade por caminhões. A estimativa é que, completo, possa reduzir até 30% das 400.000 viagens/dia feitas por eles. Número muito significativo. É uma das melhores opções para a retirada definitiva de caminhões do sistema viário. Restrições a caminhões funcionam, de forma temporária, no horário de pico, perdendo a eficácia entre 12 e 18 meses. Além de aumentarem o trânsito, por conta da concentração no período fora dos horários proibidos. A princípio, o hidroanel poderá transportar lixo urbano, sedimentos, lodo das estações de tratamento de esgoto, cimento, entulho da construção civil e hortifruti. Além de cargas especiais a serem definidas. Só a construção civil movimenta 110 milhões de toneladas/ano, cerca de 26.000 viagens/dia. Pode ter portos onde se juntarão hidroanel, rodoanel e ferroanel, inéditas plataformas logísticas trimodais. Nelas e em outros ecopontos, o lixo será triado, processado, reciclado e biodigerido. Como em Paris, nos portos junto ao Sena. Além do alívio ao trânsito, por si só importante, da integração do esquecido modal hidroviário, praticamente esquecido, do tratamento do lixo, traz benefícios significativos na questão climática. Do total de emissões em São Paulo, 55% vêm do transporte. O modal hidroviário emite, no mínimo, dez vezes menos que o rodoviário, que impera soberano. Haverá redução de monta. O projeto, obviamente, tem total sinergia com a despoluição dos rios Tietê, em curso, e Pinheiros. Acelera o processo. Claro que um projeto estruturante desse porte não pode ser implantado de uma só vez. Tem que ser por trechos.
O próximo passo já está pronto. A construção da eclusa da Penha que nos dará mais 14 km de navegação no Tietê. Que se somarão aos 41 km já existentes. Além de um belo tratamento arquitetônico que criará um disco suspenso sobre as águas. Uma linda imagem de entrada e saída de São Paulo. O projeto de viabilidade foi desenvolvido por empresa privada. O grupo Metrópole Fluvial da FAU foi contratado para dar o devido tratamento urbanístico. Haverá parques, árvores e margens muito bonitas. Projetos como esse mudam a cidade em todos os sentidos. Inclusive estético. São Paulo praticamente o desconhece. Precisa conhecê-lo e lutar por ele. Em qualquer época, em qualquer governo. Sua implantação criará uma cidade que os paulistanos merecem: mais bonita, mais humana, com menos trânsito. Um exemplo fantástico de conceito de uso múltiplo das águas. De respeito e valorização do meio ambiente. Para sair do discurso e entrar no currículo da nossa cidade.
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Hoje acordei com uma ideia depois de ver ontem o Papo com o Benja onde o ex-jogador Raí defende mudanças na CBF (veja o programa aqui no final) : LULA NA CBF( #LULANACBF ) !
Os jornalistas esportivos, os ex-jogadores e os dirigentes de clube deveriam adotar essa ideia. Afinal, quem melhor do que ele para resolver a bagunça da CBF? Lula sempre opinou sobre o esporte (e foi muitas vezes criticado por isso). Tem uma baita experiência em articulações políticas. Costuma trazer para sua equipe pessoas muito qualificadas e que podem transformar a confederação numa promotora do futebol competitivo e social e, com isso, garantir a renovação de atletas cada vez mais escassa. Mas, muito mais do que tudo isso, ele é o responsável pela Copa 2014 ser aqui! Tem prestígio internacional e como presidente da CBF e do Comitê Organizador Local faria o possível e o impossível para que essa Copa seja um sucesso e, além de tudo, estaria em sintonia com a presidenta do país. Me parece a melhor ideia para mudar o futebol brasileiro. E você, o que acha?
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Mino Carta
Uma tevê pública é uma tevê pública, é uma tevê pública e é uma tevê pública, diria a senhora Stein. Pública. Um bem de todos, sustentado pelo dinheiro dos contribuintes. Uma instituição permanente, acima das contingências políticas, dos interesses de grupos, facções, partidos. A Cultura de São Paulo já cumpriu honrosamente a tarefa. Nas atuais mãos tucanas descumpre-a com rara desfaçatez.
A perfeita afinação entre a mídia nativa e o tucanato está à vista, escancarada, a ponto de sugerir uma conexão ideológica entre nossos peculiares social-democratas e os barões midiáticos e seus sabujos. A sugestão justifica-se, mas, a seu modo, é generosa demais. Indicaria a existência de ideias e ideais curtidos em uníssono, ao sabor de escolhas de vida orientadas no sentido do bem-comum. De fato, estamos é assistindo ao natural conluio entre herdeiros da casa-grande. -Nada de muito elaborado, entenda-se. Trata-se apenas de agir com a soberana prepotência do dono da terra e da senzala.
E no domingo 11 sou informado a respeito do nascimento de uma TV Folha. Triunfa nas páginas 2 e 3 da Folha de S.Paulo a certidão do evento, a prometer uma nova opção para as noites de domingo na tevê, com a jactanciosa certeza de que no momento não há opções. E qual seria o canal do novo programa? Ora, ora, o da Cultura. Ocorre que a tevê pública paulista acaba de oferecer espaço não somente à Folha, mas também a Estadão, Valor e Veja. Por enquanto, que eu saiba, só o jornal da família Frias aproveitou a oportunidade, com pífios resultados, aliás, em termos de audiência na noite de estreia.
Até o mundo mineral está em condições de perceber o alcance da jogada. Trata-se de agradar aos mais conspícuos barões da mídia, lance valioso às vésperas das eleições municipais no estado e no País. E com senhorial arrogância, decide-se enterrar de vez o sentido da missão de uma tevê pública. Tucanagens similares já foram cometidas em diversas oportunidades nos últimos anos, uma delas em 2010, o ano eleitoral que viu José Serra candidato à Presidência da República. Ainda governador, antes da desincompatibilização, Serra fechou ricos contratos de assinatura dos jornalões destinados a iluminar o professorado paulista.
Do volumoso pacote não constava obviamente CartaCapital, assim como somos excluídos do recente convite da Cultura. O que nos honra sobremaneira. Diga-se que, caso convidados (permito-me a hipótese absurda), recusaríamos para não participar de uma ação antidemocrática ao comprometer o perfil de uma tevê pública, amparada na indispensável contribuição de todos os cidadãos, independentemente dos seus credos políticos ou da ausência deles.
Volta e meia, CartaCapital é apontada como revista chapa-branca, simplesmente porque apoiou a candidatura de Lula e Dilma Rousseff à Presidência da República. Em democracias bem melhor definidas do que a nossa, este de apoiar candidatos é direito da mídia e valioso serviço para o público. Aqui, engole-se, sem o mais pálido arrepio de indignação, a hipocrisia de quem se pretende isento enquanto exprime as vontades da casa-grande. Há quem se abale até a contar os anúncios governistas nas páginas de CartaCapital, e esqueça de computar aqueles saídos nas demais publicações, para provar que estamos aos préstimos do poder petista.
Fomos boicotados durante os dois mandatos de Fernando Henrique e nem sempre contamos com o trato isonômico dos adversários que tomaram seu lugar. Fizemos honestas e nítidas escolhas na hora eleitoral e nem por isso arrefecemos no alerta perene do espírito crítico. Vimos em Lula o primeiro presidente pós-ditadura empenhado no combate ao desequilíbrio social, embora opinássemos que ficou amiúde aquém das chances à sua disposição. E fomos críticos em inúmeras situações.
Exemplos: juros altos, transgênicos, excesso de poder de Palocci e Zé Dirceu, Caso Battisti, dúbio comportamento diante de prepotências fardadas. E nem se fale do comportamento do executivo diante da Operação Satiagraha. Etc. etc. Quanto ao Partido dos Trabalhadores, jamais fugimos da constatação de que no poder portou-se como os demais.
Hoje confiamos em Dilma Rousseff, de quem prevemos um desempenho digno e eficaz. O risco que ela corre, volto a repetir na esteira de agudas observações de Marcos Coimbra, está no fruto herdado de uma decisão apressada e populista, a da Copa de 2014. Se o Brasil não se mostrar preparado para a empreitada, Dilma sofrerá as consequências do descrédito global.
No mais, desta vez dirijo minha pergunta aos leitores em lugar dos meus botões: qual é a mídia chapa-branca?
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O título é uma óbvia brincadeira com o apelido da ex-primeira ministra inglesa e que deu nome ao atual filme de Meryl Streep.
Mas é também um alerta sobre como a presidenta do Brasil tem conduzido seu governo. Dilma tem uma característica muito marcante em sua administração e que até sítios internacionais já destacaram (clique aqui para ver): ela manda!
Ao contrário do seu antecessor, Dilma jamais poderá alegar desconhecer algo de seu governo. Ela segue uma linha de raciocínio e costuma ceder pouco as suas convicções. Por um lado isso é bom, porque deixa os aproveitadores de plantão alertas de que "hay gobierno". Por outro, ela insiste em situações que vão contra o desejo dos setores mais progressistas, como no caso de "Anta" de Holanda na Cultura, ou como o veto ao material educativo anti-homofobia e a campanha carnavalesca do mesmo tema.
Além disso, sabemos que o PIG (Partido da IMPRENSA Golpista, segundo o jornalista Paulo H. Amorim) força algumas situações para constrangê-la diante de seus aliados. A direita está muito incomodada com o governo ter a maioria no legislativo e sabem que, assim, Dilma consegue aprovar todas as mudanças sociais e políticas que deseja, o que a amedronta.
Mas, quem acompanha a política diariamente e ouve comentários aqui e acolá percebe que, de fato, a presidenta é um osso duro de roer e o que até o momento é visto como positivo por parte da população (a velha e preconceituosa história da faxina), pode se tornar um revés. Gostemos ou não, como mostra o filme citado aqui no começo, uma presidenta que não tiver habilidade em agradar gregos e troianos nesse sistema capitalista pseudo-democrático que ela apoia, pode rodar. Para que isso não aconteça ela precisaria do apoio da sociedade civil mobilizada, mas são exatamente estes que ela tem contrariado nas políticas culturais, de saúde e reforma agrária, por exemplo.
Sairiam as ruas para defendê-la em casos de abuso da direita?
Que Dilma não se diferencia da Dama de Ferro apenas por sua ideologia (afinal, pelo menos neoliberal ela não parece ser), mas que saiba manejar a política de forma a evitar o retrocesso em 2014 com a volta do PSDB!
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Tanta coisa pra fazer, se divertir, refletir e crescer. Você pode escolher! Santos e São Paulo.
SANTOS
Os Insistentes - Blues
Parque Municipal Roberto Mário Santini (Emissário Submarino)
11/03 - 19h
Quarteto de Cordas Martins Fontes
Igreja Nossa Senhora dos Navegantes (Av. Saldanha da Gama, 114 - Santos/SP)
11/03 19h
Orquestra Sinfônica Municipal de Santos
Teatro Coliseu (Rua Amador Bueno, 237 - Centro Histórico - Santos/SP)
13/03 - 20h30 - Programa de apresentação (Clique aqui)
180 graus
Cine Arte - Posto 4 (Orla do Gonzaga ao lado do canal 3 - Santos/SP)
16à 22/03 - 16h, 18h30 e 21h Ingressos: R$ 3,00 (inteira) e R$ 1,50 (meia-entrada - estudantes, maiores de 60 anos e menores de 18 anos, com apresentação do R.G. e professores da rede estadual de ensino).
Brasil / 2011 / 90 minutos / cor / 35 mm Direção - Eduardo Vaisman Elenco - Eduardo Moscovis, Malu Galli, Felipe Abib Classificação – 14 anos
Carobamdé
Pinacoteca Benedicto Calixto (Av. Bartolomeu de Gusmão, 15 - Santos/SP)
18/03 17h
SÃO PAULO
12 a 18.03 - V Festival Ibero-Americano de Teatro - Memoria da America Latina, ao lado do metro Barra Funda (clique aqui para ver como chegar) Com entrada franca (Grátis), o Festibero traz peças de Portugal, Espanha, Brasil, Argentina, Uruguai, México e Paraguai, mesas de debates e oficina. Na abertura, às 20h30, a atriz Cleide Yáconis será homenageada. Auditório Simón Bolívar (plateias A e B) e Circo Teatro Paratodos.
AUDITÓRIO SIMÓN BOLÍVAR 12.03| Segunda-feira | 21h |Plateia A / Brasil, São Paulo, SP Luis Antonio- Gabriela Autor e diretor: Nelson Baskerville. Documentário cênico da história de um jovem homossexual que parte para a Espanha para fugir do conservadorismo dos anos 60 no Brasil. Lá, ele assume o nome de Gabriela e se apresenta em boates. Cia Mungunzá de Teatro. 13.03 | Terça-feira | 19h | Plateia B / Montevideu – Uruguai Don Mario y los otros Autor: Mario Benedetti. Seleção e adaptação de Raquel Gutierrez. Direção: Gloria Levy. Quatro atores buscam penetrar na pele das diferentes personagens que, baseado na realidade de uma época obscura do Uruguai, Mario Benedetti imaginara. 13.03 | Terça-feira | 21h | Plateia A / Brasil, São Paulo O beijo no asfalto Autor: Nelson Rodrigues. Direção: Marco Antonio Braz. Um homem atropelado por um ônibus pede, antes de morrer, um beijo a um jovem que se debruçara para socorrê-lo. Um repórter e um delegado presenciam a cena, interpretam-na a seu modo e desencadeiam uma verdadeira perseguição ao rapaz. 14.03 | Quarta-feira | 19h | Plateia B / Espanha, Barcelona Katastrophe Autor: Alex Serrano e Pau Palacios. Direção: Alex Serrano. Katastrophe questiona a existência de alguma diferença entre uma catástrofe natural, provocada pelo homem, e uma catástrofe humana. Nutre-se da linguagem cênica que define o Grupo Señor Serrano: performance, dança, vídeo em cena e tecnologia interativa. 14.03 | Quarta-feira | 21h |Plateia A / Brasil, São Paulo Ridículos, ainda e sempre Autor: Daniil Kharms. Diretor: Hugo Possolo. Cia Parlapatões. Cinco pessoas totalmente ridículas vivem situações aparentemente desconexas entre si. Encontros amorosos, discussões sobre política, disputas esportivas. 15.03 | Quinta-feira |19h | Plateia B / Brasil, São Paulo Quase nada Autor: Grupo Sobrevento. Diretor: Luis Andre Cherubini. Colagem de diferentes cenas que exploram elementos do teatro de bonecos, da dança, do teatro visual e gestual, compondo um certo retrato de um terceiro mundo que se encontra em diferentes lugares e épocas, resultando numa espécie de colcha de retalhos – às vezes poéticos, às vezes engraçados. 15.03 | Quinta-feira | 21h | Plateia A / Assunção, Paraguai Lo que más me gusta de Federico Autor: Textos de Federico Garcia Lorca. Diretor: Marcela Gilabert. Uma viagem pela poesia de Federico Garcia Lorca desde 1918 a 1935, passando por seu "Primeiro livro de poemas", "Canções", "Poemas del cante jondo" "Romancero Gitano" "Poeta em Nova York" e talvez seu livro mais conhecido, "Pranto por Ignacio Sánchez Mejía" . 16.03 | Sexta-feira | 19h | Plateia B / Argentina, B. Aires Um único mundo Autor: Leandro Calderone/ Gabriela Fiore (e direção). Um só ator (Carlos Vignola),nove personagens e uma história de amor na conquista da America. 16.03 | Sexta-feira | 21h | Plateia A / Brasil, São Paulo As três velhas Autor: Alejandro Jodorowsky. Diretor: Maria Alice Vergueiro. Cia Teatro Pândega. Descrita como um "melodrama grotesco", a peça elege os temas do conflito entre os gêneros, a velhice e o sexo, e se debruça sobre eles através de uma narrativa nãolinear, um tanto "lisérgica". 17.03 | Sábado | 19h | Plateia B / Brasil, São Paulo A bilha quebrada Autor: Heinrich von Kleist. Diretor: Marcio Aurelio. Um velho, manco e careca, o juiz Adão, manda e desmanda. Está habituadoa cometer os mais diversos tipos de atrocidades, até que a comarca recebe uma inesperada visita de seu superior, no mesmo dia em que a parteira Marta exige que se encontre o responsável pela destruição de sua bilha de estimação. 17.03 |Sábado |21h | Plateia A / México, Cidade do México Mariachi Clown Autor: Roberto Avendaño. Diretor: Roberto Avendaño. Três "mariachis", em sua tentativa para interpretar música mexicana realiza uma série de jogos cênicos e improvisações humorísticas, usando elementos da cultura popular mexicana, como jogos, dança e a música mexicana. 18.03 | Domingo |19h |Plateia B / Montevideu, Uruguai Como evitar enamorarse de un boludo Autor: Marcelo Puglia e adaptação de Jorge Denevi. Diretor: Jorge Denevi. O espetáculo conquista pela simplicidade do texto, adaptação de Jorge Denevi para o livro de Marcelo Puglia "Me apaixonei por um idiota. É tido como "um manual de sobrevivência para mulheres que amam sempre o homem errado". 18.03 | Domingo | 21h | Plateia A / Porto - Portugal Um punhado de terra Autor: Pedro Eiras. Diretor: José Leitão. A história de um homem, de uma vida, a história do mundo. O ator é o narrador, um contador de histórias. Dança, sujase de terra, lava-se na água, gesticula, ritualiza, emocionase. A história de um escravo, da sua dor e de seu tempo. Memoria da America Latina, ao lado do metro Barra Funda (clique aqui para ver como chegar)
Cine-debate promovido pela Defensoria Pública do Estado de São Paulo que discute o premiado filme Patrik 1.5 cuja temática principal é a adoção por casais homoafetivos. - A Escola da Defensoria Pública do Estado divulga o 13º Cine-Debate da EDEPE com a exibição do filme "Patrik 1.5”, a ser realizado no dia 20 de março de 2012, terça-feira, das 19h às 22h, no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB) - Rua Álvares Penteado, 112 - Centro - São Paulo/SP.