quinta-feira, 8 de julho de 2010

E eis-me onde comecei.

Oh! que saudades que tenho

Da aurora da minha vida,

Da minha infância querida

Que os anos não trazem mais!

Que amor, que sonhos, que flores,

Naquelas tardes fagueiras

À sombra das bananeiras,

Debaixo dos laranjais!

(poema completo no final da postagem)
 
Estar aqui na cidade do Porto, neste momento da viagem está deveras nostálgico.

A cidade tem poucas coisas pra conhecer. Ela é bonita, cheia de história e também com BASTANTE gente bonita, mas o que está pegando é ouvir os portugueses falarem a sete dias e não me lembrar da minha infância, com o meu avô era um deles e minha avó recebia sempre a visita da portuguesa Zilda.

Meu avô, Henrique nasceu aqui no Porto e tem vários deles na rua. Senhores da 3ª idade que tem o rosto muito parecido com o dele.

Enfim, dá um pouco de saudades de uma época já distante, mas que não me sai da memória.


Meus oito anos (casimiro de abreu)
 
Oh! que saudades que tenho



Da aurora da minha vida,



Da minha infância querida



Que os anos não trazem mais!



Que amor, que sonhos, que flores,



Naquelas tardes fagueiras



À sombra das bananeiras,



Debaixo dos laranjais!







Como são belos os dias



Do despontar da existência!



- Respira a alma inocência



Como perfumes a flor;



O mar é - lago sereno,



O céu - um manto azulado,



O mundo - um sonho dourado,



A vida - um hino d'amor!







Que auroras, que sol, que vida,



Que noites de melodia



Naquela doce alegria,



Naquele ingênuo folgar!



O céu bordado d'estrelas,



A terra de aromas cheia,



As ondas beijando a areia



E a lua beijando o mar!







Oh! dias da minha infância!



Oh! meu céu de primavera!



Que doce a vida não era



Nessa risonha manhã.



Em vez das mágoas de agora,



Eu tinha nessas delícias



De minha mãe as carícias



E beijos de minha irmã!







Livre filho das montanhas,



Eu ia bem satisfeito,



De camisa aberto ao peito,



- Pés descalços, braços nus -



Correndo pelas campinas



À roda das cachoeiras,



Atrás das asas ligeiras



Das borboletas azuis!







Naqueles tempos ditosos



Ia colher as pitangas,



Trepava a tirar as mangas,



Brincava à beira do mar;



Rezava às Ave-Marias,



Achava o céu sempre lindo,



Adormecia sorrindo



E despertava a cantar!







Oh! Que saudades que tenho



Da aurora de minha vida (...)

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