Antes desta primeira postagem, é importante ressaltar que este é um blog pessoal e não reflete aqui, necessariamente a opinião do projeto que eu represento, mas as minhas impressões e relatos do que vejo neste continente, neste país e nesta cidade: Bissau.
Para ver relatos oficiais do projeto sugiro: www.goldeletra.org.br
Pois bem, como esta não é a primeira vez que aqui estou, vou direto ao ponto deste texto.
Há que se ter muito sangue frio para se viver e se relacionar por Bissau. E isso é muito óbvio pelo simples motivo de que sou estrangeiro e branco.
Neste país, onde a independência da exploração portuguesa tem menos de 40 anos (dia 24 de setembro completará mais um aniversário) o branco é imediatamente associado ao explorador. E mais ainda se você insiste em querer dominá-los pela língua. O português é a língua oficial, mas não é a da população, que fala o Crioulo (aqui a explicação do wikipedia e aqui a de Leo Spicacci , brasileiro que já esteve aqui).
Ocorre, que essa cisão reflete nas relações e, muitas vezes, acirra o preconceito. O simples fato de ter de conviver com o diferente não necessariamente quebra o preconceito e o que estou vendo aqui é que muitas vezes o reforça.
Assim, para muitos que cá estão, os guineenses são lesos, fedidos, devagares e incapazes de ter fácil compreensão de algo.
O que é muitas vezes difícil de entender é que o ritmo, a cultura, a língua e o clima criam hábitos e culturas que não são as nossas e que o diferente é que deve se adaptar e não o contrário.
Nesse ponto me sinto tranquilo. Muito, claro, pela ampla vivência baiana, que me faz adorar o tempo diferente das coisas acontecerem. O jeito diferente das pessoas se relacionarem e outras coisas mais.
Alguns dizem que é uma questão de tempo: uma hora eu me irritarei com isso tudo. Será?
Uma coisa é certa: me irrito por enquanto com essa visão colonizadora. Mas fico quieto, só observando...
quer ver as fotos que
estou a tirar?
Nenhum comentário:
Postar um comentário