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Muitas professoras de escolas públicas apontam o mesmo "diagnóstico" quando perguntadas sobre quais os problemas da educação no país: "o desinteresse dos alunos e alunas e as famílias desestruturadas."
O debate aqui linkado é muito bom para que possamos começar a desconstruir esses mitos. O que está por trás desse discurso são modelos idealizados de inteligência/participação e de famílias.
Modelos com base na meritocracia e num olhar liberal sobre a sociedade. Além, é claro, de ser um modelo conservador.
Quando se dão conta do grau de vulnerabilidade social das estudantes e dos estudantes se isentam da responsabilidade e estigmatizam-nas.
No entanto, não são somente as crianças, adolescentes e jovens que saem perdendo com isso. A própria classe docente se vê frustrada, desrespeitada e incapaz de mudar. Não seria melhor compreender os problemas sociais, tentar se adequar a eles e a partir dos problemas dar um salto para o futuro?
domingo, 17 de maio de 2015
quinta-feira, 19 de março de 2015
O velho barbudo tinha razão...
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Sobre o último domingo 15 e o que ele representa.
Já se disse e se escreveu muito sobre as tentativas de golpes da direita, seja institucional (impedimento) ou militar. Também já foi bastante explorado a dificuldade em aceitar a derrota eleitoral, os interesses políticos por trás das manifestacoes e as diferencas de estilos entre os que apoiam o golpe e os que o rechacam.
Porém, pouco se disse até agora sobre o que ele representa simbolicamente.
Os novos cara pintadas de 2015 gostam de chamar os demais de esquerdistas, esquerdopatas e de falar contra o tal Karl MARX. Marx, que aliás, tem como base nos seus estudos a questao da LUTA de CLASSES.
E nao é que os críticos a esquerda estao exatamente fortalecendo a esquerda e as ideias de MARX?
A midia internacional divulgou amplamente ontem, 15, que as pessoas que estavam nas ruas eram, em sua grande maioria, brancas e mais velhas. Definiram o perfil dos ricos e, quem é minimamente conhecedor da situacao social sabe que pobres, negros e jovens sao a maioria da populacao brasileira. É claro que há negros ricos, brancos pobres ou jovens brancos nas manifestacoes de ontem. Mas sao exceções à lógica presente.
Sendo assim, e voltando a MARX, o que se ve é que o Brasil tem latente uma luta de classes. De um lado, os pobres e a classe media baixa e seus apoiadores que, muito mais politizadas que antigamente, gracas ao trabalho sistemático dos movimentos sociais como o MST, MTST, etc, saíram as ruas na sexta 13 para dizer: nao aceitaremos o golpe.
Do outro, uma grande parcela da populacao que clama pelo fim das politicas sociais que tem diminuido as diferencas sociais, tem dado direitos trabalhistas a quem nao tinha, como por exemplo, as domesticas, mas, por ser demasiado dificil dizer isso publicamente, travestem-se no discurso do combate a corrupcao e ao esquerdismo bolivariano (só gostaria de ver uma dessas pessoas definirem, sem interpretacoes o que é a esquerda e quais os ideais defendido por Simon Bolivar).
Ha ainda uma parcela grande da populacao que nao se manifestou em nenhum dos dois atos por ter o primeiro sido também travestido de apoio a democracia, mas que, no fundo, era para dar apoio ao grupo politico que está no comando do país.
O que me pergunto é: com a luta de classes agora explícita, elas e eles deste grupo conseguirão manter-se a margem do debate?
Neste sentido, acredito que os esquerdistas, como este que escreve, devem agradecer aos Mainardis, Jabores, Mervais, Bonners, Constantinos, etc, por fortalecer o discurso marxista evidenciando a luta de classes e permitindo que os "trabalhadores do mundo, uni-vos"(Karl Marx, manifesto do partido comunista).
Sobre o último domingo 15 e o que ele representa.
![]() |
Diego Riveira - O Homem na encruzilhada, 1934 |
Já se disse e se escreveu muito sobre as tentativas de golpes da direita, seja institucional (impedimento) ou militar. Também já foi bastante explorado a dificuldade em aceitar a derrota eleitoral, os interesses políticos por trás das manifestacoes e as diferencas de estilos entre os que apoiam o golpe e os que o rechacam.
Porém, pouco se disse até agora sobre o que ele representa simbolicamente.
Os novos cara pintadas de 2015 gostam de chamar os demais de esquerdistas, esquerdopatas e de falar contra o tal Karl MARX. Marx, que aliás, tem como base nos seus estudos a questao da LUTA de CLASSES.
E nao é que os críticos a esquerda estao exatamente fortalecendo a esquerda e as ideias de MARX?
A midia internacional divulgou amplamente ontem, 15, que as pessoas que estavam nas ruas eram, em sua grande maioria, brancas e mais velhas. Definiram o perfil dos ricos e, quem é minimamente conhecedor da situacao social sabe que pobres, negros e jovens sao a maioria da populacao brasileira. É claro que há negros ricos, brancos pobres ou jovens brancos nas manifestacoes de ontem. Mas sao exceções à lógica presente.
Sendo assim, e voltando a MARX, o que se ve é que o Brasil tem latente uma luta de classes. De um lado, os pobres e a classe media baixa e seus apoiadores que, muito mais politizadas que antigamente, gracas ao trabalho sistemático dos movimentos sociais como o MST, MTST, etc, saíram as ruas na sexta 13 para dizer: nao aceitaremos o golpe.
Do outro, uma grande parcela da populacao que clama pelo fim das politicas sociais que tem diminuido as diferencas sociais, tem dado direitos trabalhistas a quem nao tinha, como por exemplo, as domesticas, mas, por ser demasiado dificil dizer isso publicamente, travestem-se no discurso do combate a corrupcao e ao esquerdismo bolivariano (só gostaria de ver uma dessas pessoas definirem, sem interpretacoes o que é a esquerda e quais os ideais defendido por Simon Bolivar).
Ha ainda uma parcela grande da populacao que nao se manifestou em nenhum dos dois atos por ter o primeiro sido também travestido de apoio a democracia, mas que, no fundo, era para dar apoio ao grupo politico que está no comando do país.
O que me pergunto é: com a luta de classes agora explícita, elas e eles deste grupo conseguirão manter-se a margem do debate?
Neste sentido, acredito que os esquerdistas, como este que escreve, devem agradecer aos Mainardis, Jabores, Mervais, Bonners, Constantinos, etc, por fortalecer o discurso marxista evidenciando a luta de classes e permitindo que os "trabalhadores do mundo, uni-vos"(Karl Marx, manifesto do partido comunista).
sexta-feira, 6 de março de 2015
Os dramas humanos que reverberam em você.
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Comecei essa semana, com quase dois anos de atraso, a assistir a 2ª temporada do Sessão de Terapia, na GNT.
E, durante os episódios, fui me perguntando: por que gosto tanto dessa série? será que muita gente gosta? quem será o público dela?
Como linguagem, a série é uma espécie de narração sem ação. Nada, ou quase nada, acontece em cena. As ações estão nas falas, no que é dito. Nem os atores e as atrizes se mexem muito. A força da palavra, das intenções, das pausas e dos ritmos é que movimentam a cena.
Para além disso, que já é muito interessante, são as personalidades o que me fascinam. Os dramas humanos, suas angústias, dúvidas e inquietações e como cada um de nós carrega dentro de si muitos destes sentimentos.
Como é difícil falar do sentimento, como é foda sentir, como nos enganamos, nos sujeitamos, nos desmerecemos cotidianamente.
Já tive momentos da vida em que isso foi muito gritante. Por hora, e por sorte, não estou num destes.
Mas quem nunca se colocou nestas situações?
Tenho pena, embora compreenda, de quem foge da análise. Fazer terapia, ao menos uma vez na vida, é essencial para todas e todos. É um baita passo que se dá na vida onde, com muita dor e sofrimento, se vai adiante.
Assistí-la com calma e apresso e observar tudo isso nos eleva, nos faz também se perceber. Sessão de terapia não é uma série sobre terapia. É também uma consulta pra quem assiste. É uma sessão para a personagem e para si mesmo.
Comecei essa semana, com quase dois anos de atraso, a assistir a 2ª temporada do Sessão de Terapia, na GNT.
E, durante os episódios, fui me perguntando: por que gosto tanto dessa série? será que muita gente gosta? quem será o público dela?
Como linguagem, a série é uma espécie de narração sem ação. Nada, ou quase nada, acontece em cena. As ações estão nas falas, no que é dito. Nem os atores e as atrizes se mexem muito. A força da palavra, das intenções, das pausas e dos ritmos é que movimentam a cena.
Para além disso, que já é muito interessante, são as personalidades o que me fascinam. Os dramas humanos, suas angústias, dúvidas e inquietações e como cada um de nós carrega dentro de si muitos destes sentimentos.
Como é difícil falar do sentimento, como é foda sentir, como nos enganamos, nos sujeitamos, nos desmerecemos cotidianamente.
Já tive momentos da vida em que isso foi muito gritante. Por hora, e por sorte, não estou num destes.
Mas quem nunca se colocou nestas situações?
Tenho pena, embora compreenda, de quem foge da análise. Fazer terapia, ao menos uma vez na vida, é essencial para todas e todos. É um baita passo que se dá na vida onde, com muita dor e sofrimento, se vai adiante.
Assistí-la com calma e apresso e observar tudo isso nos eleva, nos faz também se perceber. Sessão de terapia não é uma série sobre terapia. É também uma consulta pra quem assiste. É uma sessão para a personagem e para si mesmo.
terça-feira, 3 de fevereiro de 2015
Homofobia e educação: quando a omissão também é signo de violência
Autor: Nelson Dinis
Em “Homofobia na perspectiva dos
Direitos Humanos e no contexto dos estudos sobre preconceito e discriminação”,
o juiz federal brasileiro Roger Raupp Rios traz uma interessante
problematização em relação ao termo homofobia. De uma forma geral, ela é
definida como o preconceito e a discriminação em relação às pessoas
homossexuais, mas Rios (2009), ao se debruçar sobre o conceito, nos lembra que
sua apropriação no discurso acadêmico se deu a partir de uma condensação da
palavra homosexualphobia, usada nas pesquisas do psicólogo americano George
Weinberg no início dos anos setenta do século passado. Todavia, Rios observa
também que foi a proposição do termo a partir da experiência masculina que
originou “a proliferação de outros termos objetivando designar formas
correlatas e específicas de discriminação, como putafobia (prostitutas),
transfobia (travestis e transexuais), lesbofobia (lésbicas) e bissexualfobia
(bissexuais)” (RIOS, 2009, p. 60).
quinta-feira, 22 de janeiro de 2015
Ensaio sobre a cegueira paulista
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E, de repente, um surto de cegueira acometeu São Paulo. Não se sabe se começou na avenida Higienópolis, na capital, ou se veio do interior. Há quem diga que o primeiro cego perdeu o senso de realidade em Ribeirão Preto. De repente deu de achar que estava na Califórnia. E a epidemia se espalhou silenciosamente pelo estado, por todas as cidades e vilarejos
Por Mauricio Moraes
E, de repente, um surto de cegueira acometeu São Paulo. Não se sabe se
E, de repente, um surto de cegueira acometeu São Paulo. Não se sabe se começou na avenida Higienópolis, na capital, ou se veio do interior. Há quem diga que o primeiro cego perdeu o senso de realidade em Ribeirão Preto. De repente deu de achar que estava na Califórnia. E a epidemia se espalhou silenciosamente pelo estado, por todas as cidades e vilarejos
Por Mauricio Moraes
E, de repente, um surto de cegueira acometeu São Paulo. Não se sabe se
quarta-feira, 21 de janeiro de 2015
quinta-feira, 15 de janeiro de 2015
Homofobia nas Escolas: um problema de todos
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Diante do anseio de construirmos uma sociedade e uma escola mais justas, solidárias, livres de preconceito e discriminação, é necessário identificar e enfrentar as dificuldades que temos tido para promover os direitos humanos e, especialmente, problematizar, desestabilizar e subverter a homofobia. São dificuldades que se tramam e se alimentam, radicadas em nossas realidades sociais, culturais, institucionais, históricas e em cada nível da experiência cotidiana. Elas, inclusive, se referem a incompreensões acerca da homofobia e de seus efeitos e produzem ulteriores obstáculos para a sua compreensão como problema merecedor da atenção das políticas públicas.
Rogério Diniz Junqueira
Todo preconceito impede a autonomia do [ser humano], ou seja, diminui sua liberdade relativa diante do ato de escolha, ao deformar e, conseqüentemente, estreitar a margem real de alternativa do indivíduo. Agnes Heller (1992: 59)
Escola e reprodução da heteronormatividadeDiante do anseio de construirmos uma sociedade e uma escola mais justas, solidárias, livres de preconceito e discriminação, é necessário identificar e enfrentar as dificuldades que temos tido para promover os direitos humanos e, especialmente, problematizar, desestabilizar e subverter a homofobia. São dificuldades que se tramam e se alimentam, radicadas em nossas realidades sociais, culturais, institucionais, históricas e em cada nível da experiência cotidiana. Elas, inclusive, se referem a incompreensões acerca da homofobia e de seus efeitos e produzem ulteriores obstáculos para a sua compreensão como problema merecedor da atenção das políticas públicas.
Ao mesmo tempo em que nós, profissionais da
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