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Voltando ao tema do carnaval (clique aqui e olhe o que já postei anteriormente) , outro dia entrei numa polêmica por causa da imagem abaixo.
Uma piada tem o claro intuito de ridicularizar o outro. Não é a toa que vemos uma "guerra" declarada entre os recém stand-ups e os cagadores de regra/politicamente corretos.
E se, por um lado, defendo a liberdade de cada um dizer o que bem entende e como sempre cito Voltaire "não concordo com uma só palavra do que dizeis, mas defenderei até a morte o vosso direito de dizê-la", não preciso compactuar com uma piada preconceituosa.
O que me desagrada não é a piada em si, mas o fundo ideológico que está por detrás dela. Quem frequenta escola de samba, como eu frequento, sabe que esta é uma festa feita pelo povo. O desfile é só a cereja do bolo e somente nessas horas entram as celebridades e sub-celebridades, e a classe média.
Mas quem produz, quem cria, quem inventa é o povão. E o que quer dizer essa imagem? Samba-enredo é sub-música que qualquer iletrado pode fazê-lo, pois tem que seguir a fórmula.
Isso, a parte do fato de que incomoda quem fez a imagem e quem compartilha achando graça, os temas recorrentes dos sambas-enredos: africa, indígenas, religiões "negras", cultura nordestina, etc. Afinal, a minoria de sempre não "pode" achar inteligente e culta manifestações que falam desses temas.
Claro que tudo seria diferente se os sambas-enredos falassem de Miami, das lojas da Oscar Freire, de Mulheres Ricas ou retratassem o "poderio" do grande império estadunidense. Aí os pseudo-intelectuais diriam que é uma festa linda, cheia de charme, beleza e alegria. Digna de um país desenvolvido.
Como não é, melhor então fazer piada. Assim, pela via engraçada "colocamos essa gente no seu devido lugar".
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